Para o ex-governador paulista Alberto Goldman, do PSDB, o governo Dilma acabou neste domingo, nas manifestações que pediram seu impeachment.
"Trata-se agora de construir a transição, necessariamente democrática, para expelir a podridão e a incompetência do comando da Nação", disse ele.
Goldman, no entanto, não informou qual seria seu modelo de transição: um apoio ao vice Michel Temer ou uma tentativa de 'golpe paraguaio' contra a presidente e o vice, seguida da convocação de novas eleições.
16 de março de 2015
As manifestações de hoje, 15 de março de 2015, foram as maiores manifestações populares da história brasileira. Superaram, de longe, as manifestações a favor das eleições diretas que foram o início do fim do regime militar. O lulopetismo está em seus estertores. Trata-se para todos nós, democratas, de afastá-lo com os menores danos para o nosso país e o nosso povo usando os instrumentos que a democracia nos permite. Dentre eles a pressão das ruas.
As manifestações de apoio ao governo, realizadas no último dia 13, cotejadas com as de hoje, permitiram que a Nação pudesse constatar, com clareza, que o governo que dirige o país não o representa.
As manifestações do dia 13 foram convocadas pelos pelegos sindicais, estudantis e dos movimentos sociais manipulados e subvencionados financeiramente pelo governo central e contaram com a presença, majoritária, de empregados dos sindicatos sob o comando da CUT e de outras centrais sindicais, da UNE e de outras entidades estudantis, das milícias do MST, e de alguns militantes do PT, do PCdoB e de outros partidos que se auto denominam de esquerda. Presença voluntária, muito pouca. Um retumbante fracasso.
No caso das manifestações de hoje não houve a necessidade da ação de partidos políticos, nem o fornecimento de alimentação e transporte gratuitos. Não foi necessário mobilizar prefeituras petistas, nem exércitos de sem terra, comandados pelo Stédile e bancados pelo Incra. A presença do povo foi voluntária, convocado pelas redes sociais, e se espalhou por todo o país.
O povo se manifestou, de forma ordeira, contra o governo petista, contra Lula e contra Dilma, não só nas capitais mas também nas grandes, médias e pequenas cidades. O número dos manifestantes é imponderável – foram muitas centenas de milhares – e o repúdio ao governo consolida a percepção de que o governo, politicamente, acabou.
Trata-se agora de construir a transição, necessariamente democrática, para expelir a podridão e a incompetência do comando da Nação.
A presença, no fim do dia, de dois ministros em entrevista aos meios de comunicação, foi patética. Um acenando com uma reforma política tantas vezes anunciada quanto esquecida. O outro desqualificando as manifestações com o argumento de que a maioria dos manifestantes seria dos que não votaram na Dilma. Os dois repetindo as justificativas dadas durante a campanha eleitoral e repetidas em posteriores pronunciamentos da presidente.
Assim como não tiraram as conclusões políticas da vitória eleitoral obtida às custas de mentir e levar o país à crise em que vivemos, os petistas se recusam a avaliar com seriedade as manifestações de hoje. Nenhum lampejo de autocrítica, depois de tantos erros cometidos.
O povo acaba de dar o recado. Esse governo não tem mais como dar a volta por cima e ganhar o respeito necessário para poder governar. Chegou ao ponto em que não há mais retorno. Caminha para o abismo e nada pode evita-lo.
O problema é o sofrimento por que passa e passará o país. Por isso não há como deixarmos de agir, com absoluto respeito aos princípios democráticos, diante do inevitável aprofundamento da crise nos próximos meses, muito menos nos quase 4 anos, que é a duração do mandato.
Esse é o desafio que se apresenta às forças verdadeiramente democráticas do país.
Nenhum comentário:
Postar um comentário