O senhor esperava ter o nome citado em algum depoimento da Lava-Jato?
Aparecer meu nome é absolutamente natural. Fiquei cinco anos na Secretaria de Finanças do PT visitando e conhecendo os financiadores de campanha, como fazem todos os partidos. Conheci o Almada na sede do PT em São Paulo e tínhamos reuniões para acertar doações registradas no TSE. Almada disse que fez doações ao PT que não eram vinculadas a obras. Vou sugerir ao Rui Falcão (presidente do PT) para colocar o depoimento na defesa do partido.
A citação do seu nome pode resultar em investigação do Ministério Público?O Ministério Público pode pedir, não temo nada. Vai aparecer que recebi uma montanha de dinheiro na conta formal? Campanha é isso, todos os partidos fazem isso. Doação formal não é propina. Se forem criminalizar as doações oficiais, vão ter de cassar todo mundo.
Em 2009, em um seminário sobre o pré-sal em Porto Alegre, o senhor intermediou conversa da imprensa com Almada, enquanto a Engevix esperava assinar contrato com a Petrobras. O senhor encaminhou contratos e pedidos da Engevix?Não tenho nada a ver com o contrato, os partidos não têm parte nas assinaturas. Meu interesse ao me aproximar dos doadores era: a campanha é cara e eu quero ganhar, ou seja, preciso de doações. Uma campanha eleitoral no Brasil não sai por menos, juntando campanha e partido, de R$ 400 milhões.
O senhor pode afirmar que dinheiro de propina da Petrobras não foi doado ao PT?Posso, com toda certeza. As doações são para PT, PSDB, PMDB. A campanha é cara. Fui candidato em 2014 e me ferrei porque não tinha dinheiro (ficou como suplente). Não tive recurso de nenhuma das empresas envolvidas (recebeu R$ 30 mil da Odebrecht).
Mas em 2010 recebeu doações da UTC (R$ 150 mil) e Galvão Engenharia (R$ 200 mil), investigadas na Lava-Jato.Claro que tinha, mas porque eu tinha relações com as empresas. Perdi as relações com o tempo.
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