'Deu tempo de pegar meu filho e correr', diz vítima de deslizamento

Casa foi uma das afetadas por queda de barranco em Itaquaquecetuba.
Dez imóveis foram atingidos no Jardim Morada Feliz.

Hildebrando em frente do que restou da casa onde morava. “Quando cheguei vi que o barranco estava descendo. Deu tempo de pegar meu filho que estava dormindo e correr. Depois, ouvi o barulho da casa descendo”, afirmou Hildebrando Ferreira de Moraes, que morava em uma casa que desmoronou na noite de terça-feira (10) em Itaquaquecetuba. Moraes diz que foi alertado por um vizinho sobre o problema. “Ele me ligou e pediu para eu ir na rua debaixo. Quando cheguei vi o barro descendo e fui para casa.” Ele estava com outros moradores do Jardim Morada Feliz no local atingido pelo desmoronamento na manhã desta quarta-feira (11).   

A Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) trabalhou em um vazamento no local na terça-feira, mas ainda não há conclusão sobre o que causou o deslizamento. No fim da manhã a Defesa Civil atualizou o número de imóveis atingidos para onze. “Desse total temos seis imóveis totalmente interditados, incluindo o que desmoronou. Além disso, tem quatro em estado de atenção e um interditado parcialmente”, explicou o coordenador da Defesa, Kléber da Silva Conceição. O deslizamento de terra deixou um caminhão-pipa pendurado em uma das ruas do bairro.

O barro que atingiu a casa de Moraes, também alcançou o imóvel onde mora Maria Helena Torres Moreira. "Eu sai antes e o meu esposo ficou. Quando começou a descer o morro, eu comecei a gritar. Mas meu marido conseguiu sair a tempo”, disse emocionada.

Na manhã desta quarta-feira, ela estava aflita com os objetos que ainda estão no imóvel. O barro da casa de Moraes bloqueou o portão da entrada do imóvel. “Estou nas mãos de Deus. Minha casa foi interditada. Meus documentos, celular, remédios, tá tudo lá dentro.”

Apesar de não ter encontrado feridos, o Corpo de Bombeiros continua no local na manhã desta quarta-feira. Uma mulher foi socorrida pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) por causa de problemas emocionais em razão do desabamento.

O engenheiro da Companhia da Sabesp Emerson José dos Santos esteve no local na manhã desta quarta-feira. “A Sabesp foi acionada ontem por problemas de falta de água. A gente encontrou o vazamento e fez o reparo. Durante o serviço o pessoal percebeu o deslizamento do imóvel e acionou a Defesa Civil. Agora estamo em conjunto, avaliando a situação. Não podemos afirmar o que provocou os danos. Estamos limpando para liberar a via.”  

A Sabesp informou que os serviços de reparo do vazamento terminaram na terça -feira (10), às 21h. Caso seja comprovada sua responsabilidade no desabamento de uma residência, a Sabesp entrará em contato com o morador para ressarcir os danos materiais