sexta-feira, 13 de abril de 2018

PGR denuncia deputado Jair Bolsonaro ao Supremo por crime de racismo

A Procuradoria-Geral da República (PGR) denunciou hoje (13) o deputado federal Jair Bolsonaro (PSL-RJ) ao Supremo Tribunal Federal (STF) por crime de racismo. 
Brasília - Deputado Jair Bolsonaro discursa durante sessão para eleição do presidente da Câmara dos Deputados e demais membros da mesa diretora (Marcelo Camargo/Agência Brasil)
Além da condenação, a procuradoria pede que o deputado seja obrigado a pagar R$ 400 mil por danos morais coletivos.
De acordo com a denúncia, durante uma palestra no Clube Hebraica, em abril do ano passado, Bolsonaro usou expressões discriminatórias contra quilombolas, indígenas, refugiados, mulheres e homossexuais.
O filho de Bolsonaro, deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) também foi denunciado, mas pela suposta agressão a uma jornalista.

No entanto, a PGR ofereceu a este parlamentar proposta de transação penal, na qual ele se comprometeria a indenizar a vítima em 40 salários mínimos e a pagar pensão mensal a uma entidade de combate à violência doméstica, além de prestar serviços à comunidade.
A reportagem tenta contato com a assessoria dos deputados para que eles possam se manifestar sobre a denúncia.

segunda-feira, 9 de abril de 2018

Colaborador de vereador ouvido no caso Marielle Franco é assassinado no Rio

O corpo de Carlos Alexandre Pereira Maria, de 37 anos, foi encontrado por policiais do 18º BM (Jacarepaguá) com marcas de tiros e dentro de um carro na localidade conhecida como Bioiúna, na Estrada Curumau, no bairro da Taquara, Zona Oeste do Rio.
Agentes da Delegacia de Homicídios (DH) da Capital estão apurando o caso. Alexandre era colaborador do vereador Marcello Siciliano (PHS), ouvido semana passada no inquérito que apura os assassinatos da vereadora Marielle Franco (PSOL) e do motorista Anderson Gomes, que foram mortos na região central do Rio, no último dia 14 de março.
Uma das linhas de investigação sobre a morte do colaborador abrange a suposta ligação de Alexandre com milicianos na Zona Oeste. A relação dele com o vereador também será alvo da investigação da DH.
O crime aconteceu por volta das 20h45m. De acordo com relatos de testemunhas aos PMs do 18º BPM, pouco antes de atirar contra a vítima, também conhecida como Alexandre Cabeça, um dos assassinos gritou: "Chega para lá que a gente tem que calar a boca dele". Depois, abriu fogo.O corpo de Alexandre foi levado para o Instituto Médico-Legal (IML), de onde, segundo a DH, deverá ser liberado nesta segunda-feira. Ainda não há informações sobre a motivação do crime.
A assessoria de Siciliano informou que Alexandre atuava junto aos moradores de localidades da Zona Oeste, onde era líder comunitário. Ele identificava necessidades e as repassava para o parlamentar. Em seu perfil no Facebook, a vítima dizia ser "assessor parlamentar" de Siciliano e informava que havia começado no cargo no último dia 3 de abril. Ele também postava fotos do que chamava de "fiscalização" em obras feitas a pedido do vereador. A assessoria do parlamentar, porém, garante que Alexandre era apenas colaborador.
Alexandre costumava usar até mesmo um colete com o nome de Siciliano. A assessoria do vereador informou que todos os colaboradores fazem uso da vestimenta. Eles assinam um termo de responsabilidade para isso. A assessoria esclareceu, ainda, que todos os coletes são numerados.Em nota, Siciliano lamentou a morte e se solidarizou com parentes e amigos de Alexandre: "Foi com grande pesar que recebi a notícia de falecimento do nosso colaborador Carlos Alexandre Pereira. Durante o tempo em que esteve conosco, fez tudo pela sua localidade e estava sempre disponível para ajudar no que fosse necessário. Me solidarizo com a dor dos familiares e amigos. Podem contar comigo para ajudar no que for preciso".
Depoimento na sexta-feira
Siciliano foi ouvido pelos investigadores da DH sobre o morte de Marielle e de Anderson na última sexta-feira. O vereador — citado em relatório da Polícia Civil sobre a influência da milícia em Jacarepaguá, nas eleições de 2014 — chegou à delegacia por volta das 16h e saiu três horas depois. Ele não quis dar detalhes de seu depoimento e afirmou que as investigações estão sob sigilo.
— Fui convocado a vir aqui prestar esclarecimentos para poder ajudar na linha de investigação que eles tomaram. Todos os vereadores foram chamados a vir aqui. Estou à disposição. A Marielle era uma pessoa da qual eu gostava muito. Sinto muito a perda dele e torço para que esse caso seja esclarecido — afirmou, na ocasião do depoimento.

Desde o início das investigações da morte de Marielle, pelo menos seis vereadores da Câmara Municipal já prestaram depoimento sobre o caso. Parte deles é do mesmo grupo político de Marielle e foram chamados para ajudar nas investigações, mas outros, segundo informações da especializada, são adversários políticos da vítima.

sexta-feira, 6 de abril de 2018

Militantes fazem vigília na sede do PT em Curitiba

Enquanto aguardam uma definição do pedido de habeas corpus no Superior Tribunal de Justiça (STJ), militantes do PT permanecem em vigília na sede do partido, no centro de Curitiba. "Estamos avaliando a situação e aguardando a definição de São Paulo", disse o presidente do PT do Paraná, ex-deputado Doutor Rosinha, referindo-se a uma decisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva de se entregar ou não ate as 17h.
Perguntado se o PT está disposto a arcar com as consequências do descumprimento de uma decisão judicial, Rosinha disse que "todo ato político têm consequências, mas que o outro lado é que está agindo fora da lei".
O presidente do PT paranaense disse ainda que o partido não tem plano B para as eleições e que "a cada agressão, Lula sai mais fortalecido".
O clima na sede do PT é de tranquilidade. Muitas faixas de apoio a Lula e de críticas ao Judiciário foram colocadas na sede do partido pelos manifestantes.
Já na porta da Superintendência da Polícia Federal é grande a movimentação de jornalistas. Poucos populares se encontram no local.

Vereador é aguardado na DH para ser ouvido no caso Marielle

O vereador Marcello Siciliano (PHS) é aguardado nesta sexta-feira na Delegacia de Homicídios (DH) da Capital para ser ouvido no inquérito que investiga as mortes da vereadora Marielle Franco (PSOL) e do motorista Anderson Gomes, no dia 14 do mês passado. O depoimento acontece um dia após outro vereador do PHS, Zico Bacana, ser ouvido na DH.
O vereador Marcello SicilianoNesta quinta, agentes da DH estiveram no gabinete de Siciliano, na Câmara dos Vereadores, para comunicá-lo a respeito do depoimento. O parlamentar não estava no local. Nesta sexta, o vereador recebeu um telefone de um policial perguntando se estava confirmada sua presença na especializada. Ele, então, decidiu ir à DH.

Zico Bacana foi ouvido por mais de três horas. Antes de entrar na delegacia, ele fez uma declaração aos jornalistas e destacou que estava lá na condição de testemunha:
— Eu acredito no poder de Deus. Que seja elucidado isso aí, que o que aconteceu com ela foi uma fatalidade e muita gente está sendo acusada. Com certeza todos nós (vereadores) temos que ser investigados, como cada cidadão que compareceu naquele local no dia do crime. Ou o cotidiano da vida dela (deve ser investigado).
O parlamentar disse que conhecia a vereadora da Câmara, e afirmou que não se recordava da atuação dela durante a CPI das Milícias, em que ele foi citado. Na saída da delegacia, Zico disse se sentir "triste com as dificuldades de investigação" e destacou a importância da participação das pessoas pelo Disque-Denúncia (21 2253-1177). Além disso, o vereador do PHS afirmou que está "firme e forte" para se defender e mostrar que não tem "nada a ver com esse problema".
Uma das principais linhas de investigação da morte da vereadora está apontada para o sétimo andar do prédio anexo da Câmara Municipal. A DH recolheu novas imagens do circuito interno de câmeras da Casa para saber quem esteve no local no dia do assassinato. Dois vereadores ligados a milicianos, Chiquinho Brazão (PMDB-RJ) e Zico Bacana (PHS), têm gabinetes no sétimo andar. Sobre a questão das imagens, ele disse que não poderia falar sobre esse assunto.

Ordem de prisão de Lula repercute na imprensa internacional

A ordem de prisão do ex presidente Luiz Inácio Lula da Silva é destaque nos principais jornais da América Latina nesta sexta-feira (6). Na Argentina, o Clarin estampa na capa “Terremoto politico no Brasil”. A  versão online anuncia que ele apresentou novo habeas corpus à Justiça, para não se entregar até as 17h, como foi determinado pelo juiz Sergio Moro.

O conservador La Nacion destaca na manchete: “Acabou o tempo para Lula”, chamando a atenção para a falta de grandes manifestações na rua.  Já o esquerdista Pagina 12 publicou foto de um manifestante com um cartaz de Lula, e o título: “A Democracia Presa”.
Resultado de imagem para lulaNo Chile, o La Tercera noticia que Lula estará “numa cela digna e isolada”, enquanto o La Razon, da Bolívia, diz que a decisão de Moro deixou o Brasil em estado de suspense.

Na Colômbia, “Lula perdeu a batalha” é a manchete do El Colombiano. Mas a maior parte da imprensa colombiana esta mais preocupada com as eleições presidenciais em seu próprio pais. No Uruguai, o El Telegrafo mostra na capa que o governo “não emitirá qualquer comunicado referente a Lula”, citando o chanceler uruguaio Nin Novoa.
O El Pais da Espanha – que tem uma versão online brasileira e outra latino-americana – destacou que o ex-presidente “poderá” não se entregar à Justiça. A capa do jornal impresso dá como manchete principal a crise na Catalunha e, ao lado, a “máxima tensão” no Brasil, diante da ordem de prisão de Lula.
Estados Unidos
A imprensa norte-americana continua atenta aos desdobramentos sobre a condenação do ex-presidente. Nessa quinta-feira (5), Lula teve ordem de prisão decretada pelo juiz Sérgio Moro, após o Supremo Tribunal Federal (STF) ter negado, no dia anterior (4), o pedido de habeas corpus impetrado pela defesa.
Washington Post destaca na manchete: "Condenação à prisão de Lula reformula cenário político no Brasil antes de eleições presidenciais". A reportagem chama a atenção para as orientações do juiz Sérgio Moro na ordem de prisão - de que Lula não será algemado e que terá uma cela especial.O The New York Times traz em destaque na edição Américas de seu portal na internet: "Juiz brasileiro ordena que ex-presidente do Brasil, Lula, inicie período de prisão nesta sexta-feira".
A rede de TV CNN diz que "Juiz ordena prisão de ex-presidente brasileiro Lula da Silva". Segundo a matéria, conforme a ordem judicial, Lula deveria começar a cumprir sentença de 12 anos de prisão por corrupção, "uma medida que pode encerrar sua carreira política".
Europa

Os principais jornais da Europa também amanheceram hoje (6) com manchetes sobre o mandado de prisão do ex-presidente.
BBC de Londres traz, em manchete, que "Juiz do Brasil manda Lula se entregar na sexta-feira". O texto afirma que há dúvidas se o ex-presidente se apresentará voluntariamente. "O sistema legal brasileiro costuma ir a uma velocidade glacial, o ritmo desse processo surpreendeu a todos", acrescenta a BBC.
O espanhol El Mundo estampa na capa: "Lula da Silva: a queda de um gigante" e diz que a prisão de Lula representa um final trágico para a carreira do político e um resultado dramático para outro gigante, o maior país da América Latina.

O francês Le Figaro noticia: "Lula para a prisão, a queda de um ídolo", e lembra que o ex-presidente, ao final de seus dois mandatos de quatro anos, deixou o governo com aprovação de oito em cada dez brasileiros. 
Outro periódico francês, o Le Monde, destaca: "O ex-presidente brasileiro Lula a poucas horas da prisão". "Menos de 24 horas após o Supremo Tribunal Federal ter recusado o habeas corpusde Luiz Inácio Lula da Silva, o magistrado encarregado da operação Lava-Jato [Sérgio Moro] afirmou a execução imediata da sentença do ex-presidente brasileiro, condenado em janeiro a 12 anos e um mês de prisão".
O jornal português Expresso dá grande destaque à ordem de prisão de Lula e publica seis matérias sobre o assunto. Entre elas, há uma que detalha as condições em que Lula ficará preso, "num antigo dormitório com 15 metros quadrados" e outra que avalia como "atípica e apressada" a ordem de prisão do ex-presidente.

quinta-feira, 5 de abril de 2018

Vereador Zico Bacana presta depoimento à polícia sobre morte de Marielle e Anderson

O vereador e policial militar Jair Barbosa Tavares, conhecido como Zico Bacana (PHS), prestou depoimento na Delegacia de Homicídios (DH) sobre o assassinato da parlamentar Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, no mês passado.
Antes de entrar na delegacia, Zico falou brevemente com jornalistas e disse que iria depor como testemunha.
Vereador foi citado na CPI das Milícias em 2008 (Foto: Reprodução/ Redes sociais)"Muita gente está sendo acusada. Todoas nós [vereadores] temos que ser investigados, como cada cidadão que compareceu naquele local no dia do crime", afirmou Zico.
Em 2008, Zico Bacana foi citado na CPI das Milícias por possível participação em grupo organizado que atuava em favelas de Guadalupe.
Os vereadores do PSOL, Renato Cinco e João Batista Oliveira de Araújo, o Babá; e Ítalo Ciba, do Avante, prestaram depoimento na delegacia de homicídios na quarta-feira (4). Todos foram ouvidos como testemunhas.
Depois de recolher imagens de câmeras de segurança, a DH deve chamar para depor quem estevera no local no dia do assassinato. Em nota, a Polícia Civil disse que não vai se manifestar sobre o andamento da investigação.

domingo, 1 de abril de 2018

Testemunhas do assassinato de Marielle dão detalhes sobre o crime e dizem que PMs as expulsaram do local



Secretário de segurança do Rio de Janeiro sugere que motivação política esteja por trás da execução da vereadora Marielle Franco (PSOL) (Foto: Renan Olaz/CMRJ)Uma reportagem publicada na edição deste domingo (1) pelo jornal O Globo revela novos detalhes sobre a execução da vereadora do Psol Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes. As informações foram dadas por duas testemunhas que não foram ouvidas pela polícia. Ambas teriam afirmado que policiais militares mandaram testemunhas sair do local do crime.
O Globo conversou com as duas testemunhas em separado e ambas deram a mesma versão sobre o crime, que inclui detalhes sobre o momento da abordagem, a rota de fuga e as características físicas do autor dos disparos que mataram a vereadora e o motorista.
Segundo as testemunhas, o carro em que os assassinos estavam imprensou o veículo conduzido por Anderson no qual estavam Marielle e uma assessora parlamentar e que quase subiu na calçada. Ambas disseram, também, que só viram um veículo no momento em que foram feitos os disparos. As imagens de câmeras de vigilância sugeriam que dois veículos haviam perseguido o carro em que a vereadora estava.
As testemunhas disseram também que viram um homem negro, que estava sentado no banco de trás do carro dos criminosos, colocando o braço para fora do veículo com uma arma de cano alongado e que o armamento parecia ter um silenciador.
As duas pessoas ouvidas pelo jornal afirmaram ainda que o carro usado pelos criminosos deu uma guinada e fugiu, cantando pneus, pela Rua Joaquim Palhares. Até então, a suspeita era de que a fuga teria ocorrido pela Rua João Paulo Primeiro, perpendicular à Joaquim Palhares.
Ainda segundo o Jornal O Globo, as duas testemunhas revelaram que permaneceram no local do crime até a chegada da polícia, mas que os policiais militares mandaram todos sair de lá sem serem ouvidos.
Desde os assassinatos de Marielle e Anderson Gomes, a investigação está sob sigilo. Diante da reportagem do Jornal O Globo, a GloboNews questionou à Polícia Civil sobre a razão perla qual as duas testemunhas não foram ouvidas. A corporação não se pronunciou a respeito.
Na semana passada, o secretário de Segurança, general Richard Nunes, disse em uma entrevista à GloboNews que é inegável que as investigações sobre o crime indiquem uma motivação relacionada à atuação política de Marielle Franco. Um investigador do caso relatou ao jornal O Globo que estão sendo considerados projetos da vereadora e conflitos relacionados à atividade legislativa, apesar de ela nunca ter recebido ameaças. O mesmo agente afirmou que ela defendia pautas que contrariavam interesses de grupos, inclusive de milicianos.

ATEUS / As pessoas mais odiadas do mundo!