O Papa Francisco aprovou a modificação do Catecismo da Igreja Católica para declarar "inadmissível" a pena de morte em todas as circunstâncias e indicou o compromisso da instituição em encorajar sua abolição no mundo todo, informou o Vaticano nesta quinta-feira (2). Até então, essa prática era aceita em casos raros.
O Prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, Cardeal Luís Ladaria, encontrou-se com o pontífice, em maio, ocasião em que a nova redação do artigo 2267 do catecismo foi aprovada.
“Durante muito tempo, o recurso à pena de morte, por parte da legítima autoridade, era considerada, depois de um processo regular, como uma resposta adequada à gravidade de alguns delitos e um meio aceitável, ainda que extremo, para a tutela do bem comum”, diz o texto.
O artigo afirma que difundiu-se "uma nova compreensão do sentido das sanções penais por parte do Estado" e foram desenvolvidos sistemas de detenção mais eficazes, que "garantem a indispensável defesa dos cidadãos, sem tirar, ao mesmo tempo e definitivamente, a possibilidade do réu de se redimir".
No novo texto ressalta que "a Igreja mostra, à luz do Evangelho, que a pena de morte é inadmissível, porque atenta contra a inviolabilidade e a dignidade da pessoa, e se compromete com determinação para sua abolição no mundo todo".
Pena de morte no mundo
A China é o país que mais aplica a pena de morte em todo o mundo, segundo levantamento anual da ONG Anistia Internacional (AI) divulgado em abril deste ano. Os números não são conhecidos, porque condenações do tipo são consideradas segredos de estado. Mas a instituição acredita que milhares foram executados ou condenados à morte na China em 2017.
Excluindo a China, a Anistia diz que 84% das execuções documentadas no mundo ocorreram no Irã, na Arábia Saudita, no Iraque e no Paquistão. Alguns países chegaram até mesmo a retomar a aplicação da pena de morte em 2017. Entre eles, estão Bahrein, Kuwait, Emirados Árabes Unidos e Jordânia.
Especialistas da Anistia Internacional dizem que não há provas de que a pena de morte funcione como elemento de dissuasão para o crime. Ao todo, 142 países já aboliram a pena de morte em suas leis ou na prática.
A costureira Vera Lúcia Moreira de Sousa, de 61 anos, caiu da janela e bateu a cabeça na madrugada de domingo (29) ao tentar fugir do apartamento do amante por uma corda feita com lençóis presa à janela. O caso aconteceu no bairro Três Meninos, em Sorocaba, a cerca de 110 quilômetros da capital. Segundo a Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) de Sorocaba, que investiga o caso, a mulher foi internada no Hospital Regional e teve morte cerebral.
O amante, o empresário Antônio Filho, de 68 anos, compareceu à delegacia na manhã desta quarta-feira (1), acompanhado de seu advogado, para prestar esclarecimentos, e foi liberado horas depois.
Segundo relato de Filho à Polícia Militar no dia da ocorrência, Vera estava passando a noite na casa dele, quando a namorada chegou. Para que ela não fosse vista, os dois tiveram a ideia de a costureira sair pela janela, a uma altura de 3,5 metros, por uma corda feita com lençóis. Quando já tinha descido por 2 metros, a mulher se desequilibrou e bateu a cabeça no chão. O idoso teria chamado o irmão, que é seu vizinho, para levá-la ao hospital.
O caso foi registrado como lesão corporal gravíssima e suspeita de violência doméstica no plantão da Delegacia Norte de Sorocaba. Agora, a investigação segue na Delegacia de Defesa da Mulher, que aguarda os laudos para os próximos dias.
Dados de radar de uma sonda não-tripulada da Agência Espacial Europeia (ESA) revelaram um corpo de água salgada com 20 quilômetros de extensão oculto sob uma calota de gelo no extremo sul de Marte. Essa é a primeira vez que um acúmulo de H2O estável e razoavelmente grande é encontrado no Planeta Vermelho – e reacende as esperanças de que nosso vizinho planetário possa abrigar formas de vida simples.
Os dados foram coletados pela nave Mars Express entre maio de 2012 e dezembro de 2015, e analisados por uma equipe de cientistas italianos. A superfície do lago congelado, que é aproximadamente do tamanho da baía de Guanabara, está centrada nas coordenadas 193°E, 81°S (você pode tentar encontrá-lo no Google Mars).
As ondas eletromagnéticas emitidas pela sonda atravessam a rígida cobertura de gelo – com 1,5 quilômetro de espessura –, mas, assim que passam dela, são refletidas de uma maneira característica pela substância que está imediatamente abaixo. De acordo com Roberto Orosei, do Instituto Nacional de Astrofísica em Bolonha, esse fenômeno só pode ser atribuído a um líquido. A comunidade científica, na média, aprovou essa interpretação dos dados e concordou que essas são as melhores evidências de água em Marte já coletadas.
O Facebook retirou do ar nesta quarta-feira uma rede de páginas e contas usadas para divulgação de notícias falsas por membros do grupo ativista de extrema-direita Movimento Brasil Livre (MBL), disseram fontes à Reuters, como parte dos esforços para reprimir perfis enganosos antes das eleições de outubro. O Facebook disse em um comunicado que desativou 196 páginas e 87 contas no Brasil por sua participação em “uma rede coordenada que se ocultava com o uso de contas falsas no Facebook, e escondia das pessoas a natureza e a origem de seu conteúdo com o propósito de gerar divisão e espalhar desinformação”.O comunicado não identifica as páginas ou usuários envolvidos.
As fontes, que falaram sob condição de anonimato, disseram que a rede era administrada por membros importantes do MBL. O grupo ganhou destaque ao liderar protestos em 2016pelo impeachment da então presidente Dilma Roussefff com um estilo agressivo de política online que ajudou a polarizar o debate no Brasil.
Representantes do MBL não responderam de imediato a diversos pedidos por comentários.
As páginas desativadas, que juntas tinham mais de meio milhão de seguidores, variavam de notícias sensacionalistas a temas políticos, com uma abordagem claramente conservadora, com nomes como Jornalivre e O Diário Nacional, de acordo com as fontes.
Ao deturpar o controle compartilhado das páginas, os membros do MBL eram capazes de divulgar suas mensagens coordenadas como se as notícias viessem de diferentes veículos de comunicação independentes, de acordo com as fontes.
O Facebook tem enfrentado pressão para combater as contas falsas e outros tipos de perfis enganosos em sua rede.
No ano passado, a empresa reconheceu que sua plataforma havia sido usada para o que chamou de “operações de informação” que usaram perfis falsos e outros métodos para influenciar a opinião pública durante a eleição norte-americana de 2016, e prometeu combater as fake news.
Agências de inteligência dos Estados Unidos afirmam que o governo russo realizou uma campanha online para influenciar as eleições no país, e casos de grupos políticos que usam a rede social para enganar as pessoas têm surgido pelo mundo desde então.
Não há indicação de envolvimento estrangeiro na rede do MBL tirada do ar nesta quarta-feira, de acordo com as fontes.
O Facebook disse que retirou a rede do ar no Brasil após uma “rigorosa investigação” porque os perfis envolvidos eram falsos ou enganadores, violando sua política de autenticidade.
A rede social tem um conjunto separado de ferramentas para combater a disseminação de notícias falsas com a ajuda de empresas externas de checagem de fatos.
A Justiça de São Paulo já recebeu ao menos um processo devido à remoção de 196 páginas e 87 perfis do Facebook nesta quarta-feira (25/7). Segundo a empresa, a exclusão foi motivada por uma investigação que revelou violações das políticas de autenticidade.
“Essas páginas e perfis faziam parte de uma rede coordenada que se ocultava com o uso de contas falsas no Facebook e escondia das pessoas a natureza e a origem de seu conteúdo com o propósito de gerar divisão e espalhar desinformação”, diz.
No processo, que teve a liminar negada, um advogado de São Paulo refutou as alegações do Facebook, afirmando não pertencer a esse movimento, nem tampouco divulgar falsas notícias em seu perfil.
Ao negar a liminar, o juiz Renato Acacio de Azevedo Borsanelli, da 2ª Vara Cível de São Paulo, entendeu que não há como deferir a tutela de urgência, uma vez que os fatos narrados são unilaterais e que não conhece a política da empresa.
"Assim, melhor que se ouça a versão da ré sobre os fatos aqui narrados, não se excluindo eventual reapreciação do pedido de tutela de urgência", complementou o juiz, que intimou o Facebook a apresentar a contestação.
Pedido de explicações
Um procurador do Ministério Público Federal em Goiás, que já investiga um suposta prática de censura da empresa, pediu esclarecimentos do Facebook sobre as remoções.
Ao justificar a medida, Ailton Benedito diz que, segundo a imprensa, as páginas e perfis continham informações de caráter político. Diversas páginas eram relacionadas ao Movimento Brasil Livre (MBL), sendo removidos inclusive alguns perfis de seus coordenadores.
Outras páginas de ideologia de direita também foram afetadas, como a do movimento "Brasil 200", do empresário e dono da Riachuelo, Flávio Rocha. Tanto o MBL quanto Rocha afirmaram que estão sendo alvo de censura.
Em nota, o Facebook disse que as páginas e perfis removidos violaram as políticas de autenticidade que incluem, além de contas falsas, aquelas que participam de comportamento não autênticos coordenados, como trabalhar em conjunto para enganar os usuários sobre a origem do conteúdo, destino de links externos e tentativas fraudulentas de incentivar compartilhamentos, curtidas ou cliques.
O Portal Veja Agora publicou na última quinta-feira (19) um texto cujo título sugere, de maneira enganosa, que o pré-candidato à Presidência Jair Bolsonaro (PSL) não conseguiu consolidar alianças para a sua chapa "por este não aceitar se associar a partidos envolvidos em corrupção".
O conteúdo da postagem conta outra história, porém: o site copia trechos de reportagens de sites jornalísticos profissionais, como o do jornal El País, para narrar o fracasso nas negociações para a organização da chapa presidencial de Bolsonaro.
Diz, por exemplo, que "as negociações com o PR (que é dono de 45 segundos do horário eleitoral) naufragaram nesta terça-feira, o que jogou por terra a única esperança que os aliados do militar nutriam para ter um tempo significativo na propaganda de rádio e televisão — o nanico PSL dá a Bolsonaro míseros oito segundos". Este trecho inteiro é cópia de uma reportagem assinada pelo jornalista Ricardo Della Coletta. Já o material do Veja Agora não tem qualquer atribuição de autor.
A postagem, que foi denunciada por usuários do Facebook como potencialmente enganosa (entenda como funciona), acumulava ao menos 2.800 compartilhamentos até a tarde desta sexta-feira (20). Veja, abaixo, o que checamos.
DISTORCIDO
Políticos rejeitam Bolsonaro por este não aceitar se associar a partidos envolvidos em corrpução
Quem lê apenas o título do texto entende que o fracasso na articulação de alianças para conseguir mais tempo de propaganda eleitoral na TV tem a ver com algum princípio ético por parte de Jair Bolsonaro: ele não aceitaria se associar a partidos como, por exemplo, o PR, que tem deputados federais investigados na Operação Lava Jato. Mas não é nada disso.
Segundo o texto do Portal Veja Agora, "o entusiasmo de seus eleitores não tem se materializado nas parcerias políticas necessárias. Nas últimas 24 horas, o capitão reformado do Exército levou dois nãos de potenciais candidatos a vice-presidente, o que deve colocá-lo na corrida eleitoral em condições muito desfavoráveis em relação a outros candidatos".
Este trecho é rigorosamente igual ao primeiro parágrafo da reportagem do El País reproduzida abaixo. A diferença é que a apuração do jornal espanhol não afirma, em momento algum, que foi Bolsonaro quem rejeitou partidos envolvidos em corrupção.
A postagem do site Veja Agora é DISTORCIDA porque se utiliza de um expediente comum de sites de notícias falsas: usa a apuração factualmente correta de veículos jornalísticos profissionais, mas altera ou omite seus detalhes. No caso do Veja Agora, a reprodução do texto do El País é integral: "As negociações com o PR (que é dono de 45 segundos do horário eleitoral) naufragaram nesta terça-feira, o que jogou por terra a única esperança que os aliados do militar nutriam para ter um tempo significativo na propaganda de rádio e televisão — o nanico PSL dá a Bolsonaro míseros oito segundos. No mesmo dia, o pré-candidato ofereceu a vaga de vice na sua chapa ao general Augusto Heleno, mas a cúpula do PRP, partido ao qual o ex-comandante das forças brasileiras no Haiti está filiado, vetou o acordo".
As informações que constam da reportagem do El País são verdadeiras. Bolsonaro esperava compor uma chapa com o senador Magno Malta (PR-ES), mas suas demandas não foram atendidas pelo partido do congressista capixaba. Informa o El País: "'O Bolsonaro queria que nós não nos coligássemos com ele no Rio de Janeiro e que deixássemos de apoiar o PT na Bahia e em Minas Gerais', diz um político que acompanhou as tratativas".
A Folha de S.Paulo tem apuração semelhante: " Até a semana passada, o comandante do PR, Valdemar Costa Neto, negociava com Bolsonaro, quando um dos filhos do presidenciável criou barreiras para uma coligação proporcional no Rio. O objetivo de Valdemar era eleger uma bancada maior de seu partido no Congresso e o entrave no Rio e em São Paulo bloqueou as conversas".
Nesta quinta-feira (19), o PR anunciou apoio ao pré-candidato à Presidência pelo PSDB, Geraldo Alckmin (SP).
O que se seguiu foi uma tentativa de emplacar o general Augusto Heleno, do PRP, como vice na chapa encabeçada por Bolsonaro. Isso também fracassou. O El País e o próprio Veja Agora — copiando o primeiro — relatam que o presidente do partido, Ovasco Resende, recusou a aliança por conta de compromissos previamente acertados em nível estadual.
O texto do Portal Veja Agora, que já publicou outras notícias falsas desmentidas por Aos Fatos, foi compartilhado no Facebook pelas páginas Jair Bolsonaro Presidente 2018, Bolsonaro Minas Gerais e APOIO AO JUIZ SÉRGIO MORO E A OPERAÇÃO LAVA JATO.
Uma das 12 recém-descobertas luas de Júpiter está girando em torno do planeta em uma "órbita suicida" que inevitavelmente causará a sua violenta destruição, advertem astrônomos.
Pesquisadores norte-americanos encontraram novas luas enquanto estavam procurando o misterioso 9° planeta, ou Planeta X.
Em março do ano passado, a equipe observou pela primeira vez as luas a partir do Observatório Interamericano de Cerro Tololo, no Chile.
Contudo, as pesquisas levaram mais que um ano para confirmar que os corpos orbitam o gigante gasoso. "Foi um processo demorado", comentou Scott Sheppard em comunicado, que liderou o estudo no Instituto Carnegie, em Washington. O recente aumento nos satélites naturais eleva o número total de suas luas jupiterianas para 79.
Nove das novas luas descobertas pertencem a um grupo externo que orbita Júpiter de forma retrógrada, ou seja, orbitam na direção oposta ao giro do planeta. Acredita-se que se trate dos restos de corpos celestes maiores que se despedaçaram em colisões com asteroides, cometas e outras luas. Cada satélite leva cerca de dois anos para circundar o planeta.
Duas outras luas estão em um grupo que gira muito mais perto do planeta, cujas órbitas coincidem com o giro de Júpiter. O mais provável é que sejam pedaços de uma lua anteriormente maior que acabou por se destruir em órbita. Seus restos precisam de quase um ano para completar uma volta em torno de Júpiter. A direção que as luas orbitam ao redor do planeta depende de como foram capturadas pela primeira vez pelo campo gravitacional de Júpiter.
Enquanto isso, os astrônomos descrevem a 10ª nova lua como uma "bola estranha". Com menos de um quilômetro de largura, o pequeno corpo circula Júpiter em uma órbita prógrada, cruzando o caminho de outras luas que giram em direção oposta. Os cientistas chamaram a nova lua de Valetudo – a deusa grega da saúde e da higiene.
"Esta é uma situação instável", assinalou Sheppard. "As colisões frontais quebrariam rapidamente os objetos e os reduziriam a pó."
No entanto, o cientista notou que "as colisões não ocorrem com tanta frequência, mas sim, uma vez a cada bilhões de anos", relatou a edição The Guardian. "Se alguma [colisão] acontecer, poderíamos detectá-la na Terra, mas é pouco provável que aconteça em breve", ressaltou o astrônomo.