quarta-feira, 16 de novembro de 2022

Mourão diz que Bolsonaro precisa passar faixa a Lula e condena manifestações

 O vice-presidente da República, Hamilton Mourão (Republicanos), eleito senador pelo Rio Grande do Sul, rejeitou assumir a entrega da faixa presidencial ao presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT), diante da possibilidade de o presidente Jair Bolsonaro (PL) se recusar a fazer esse gesto. Segundo o general da reserva, a passagem do adereço “é do presidente que sai para o presidente que entra”. 

A transmissão do adereço não passa de uma solenidade, ou seja, o gesto não é imprescindível para que o presidente eleito tome posse. O novo chefe do Executivo passa a ocupar formalmente o cargo após fazer juramento à Constituição no Congresso Nacional.

“Não adianta dizer que eu vou passar. Eu não sou o presidente. Eu não posso botar aquela faixa, tirar e entregar. Então, se é para dobrar, bonitinho, e entregar para o Lula, qualquer um pode ir ali e entregar”, afirmou Mourão, em entrevista ao jornal Valor Econômico, publicada nesta quarta-feira (16).Citando o ex-primeiro ministro britânico Winston Churchill, ele defendeu que o atual presidente deveria encarar o sucessor na rampa do Planalto, com “um gesto de altivez e desafio”: “Toma aí, te vira agora, meu irmão. Te vejo em 2026”.

‘O Lula nunca meteu os pés pelas mãos junto às Forças’

Na mesma entrevista, Mourão deixou um recado para desencorajar as manifestações com teor antidemocrático que pedem “intervenção militar” no País. Segundo ele, a direita bolsonarista deve trabalhar politicamente para retornar ao Poder em 2026, além de se eleger para as prefeituras em 2024.

Ele também opinou que “a política não pode estar dentro do quartel” e que a relação das Forças Armadas com o presidente eleito deve ser tranquila. “O Lula nunca meteu os pés pelas mãos junto às Forças”, ressaltou o general.

Bolsonaro mantém isolamento no Alvorada e silêncio

Enquanto isso, Bolsonaro continua em silêncio nas redes sociais e recluso no Palácio da Alvorada. Ele não se manifestou nem sobre o possível pedido do seu partido para anular as eleições de 2022, tampouco falou algo a respeito das manifestações de apoiadores neste 15 de novembro. Também não fez qualquer pronunciamento sobre a data que marca a Proclamação da República.

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