“A ideia dos grupos de oposição é cancelar do Enem. Não é adiar, é cancelar. É muito cedo para falar sobre isso. O Enem acontece apenas em novembro e a segunda chamada, em dezembro. Agora, estamos lidando com as inscrições”, afirma o ministro.
Quando questionado sobre a internet, que não é acessível a todos, Weintraub brincou com o fato de as inscrições serem feitas on-line. “Se a pessoa não tem internet nenhuma em casa, ela não consegue se inscrever no Enem”, conta. “A prova não é feita para atender as injustiças sociais e, sim, para selecionar os melhores candidatos”, afirmou.
Acesso à internet
Um em cada quatro pessoas no Brasil não tem acesso à internet, ou seja, cerca de 46 milhões de brasileiros não acessam a rede. Os dados, de 2018, foram divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em abril.
De acordo com Weintraub, a oposição foi a responsável por implantar esta ideia na cabeça da população. Ele alegou que a “realidade não é como falam” e que seria uma “maldade” suspender a prova.
O ministro da Educação afirmou que a repercussão da pauta veio da falta do que fazer de políticos. “Agora, estão sem o que fazer... sem o que falar”. Weintraub afirmou que o cancelamento Enem tem viés político e econômico. “Existe uma bancada que quer fazer um grande monopólio/oligopólio na educação”, disse.
O ministro ainda fez uma piada com os líderes estudantis. “Daqui a pouco, estou pedindo bênção. Estão mais velhos do que eu”, brincou.
Países que cancelaram
Países como a França, EUA e China cancelaram seus vestibulares depois da pandemia do novo coronavírus. De acordo com Camilo Mussi, presidente substituto do Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira), não há plano de contingência para a realização do Enem caso a pandemia se prolongue até novembro, mês em que estão marcadas as provas presenciais.
Pondo em vista isso, Weintraub não deixou o cancelamento de lado. O ministro afirmou que, se em agosto a pandêmia não tiver arrefecido, ele deve pensar sobre o assunto, mas reafirmou que não existe razão para isso ser feito agora.
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