A Lava-Jato em Curitiba sofreu uma derrota marcante na quarta-feira [11/3], quando o TRF4 decidiu, por unanimidade, retirar da força-tarefa coordenada por Deltan Dallagnol a investigação sobre o caso Gamecorp, empresa de Fábio Luís Lula da Silva, o Lulinha.
O tribunal entendeu que não havia motivos para manter a investigação em Curitiba, e remeteu o processo para a Justiça de São Paulo (que, no passado, já investigou e arquivou as mesmas acusações).
A vitória foi contada em detalhes pelo advogado Marco Aurélio de Carvalho, que atua na defesa de Lulinha. Leia aqui.
Chama atenção no texto do advogado o desespero da turma da Lava-Jato. Sem provas da narrativa que vinham construído nos últimos meses, eles tentaram descolar uma delação premiada para preencher as lacunas na acusação.
Conforme o GGN já havia apontado aqui, um dos grandes vacilos da Lava-Jato na investida contra Lulinha era o fato de que não havia provas de qualquer elo entre a Gamecorp e a Petrobras. Logo, a turma de Curitiba não deveria sequer estar no caso.
A narrativa criada pelos procuradores insinuava, no começo, que os sócios de Lulinha, Fernando Bittar e Jonas Suassuna, poderiam ter usado os lucros na Gamecorp para comprar o sítio de Atibaia.
De última hora, para tentar convencer o TRF4 a manter o caso em Curitiba, a Lava-Jato apresentou uma “delação” de Sérgio Cabral, que forjava conexão entre a Gamecorp, a Oi, a Petrobras, o governo do Rio e a Andrade Gutierrez.
O TRF4 não aceitou a “delação” sem provas.
Derrotado, o MPF em Curitiba ainda pode recorrer contra a decisão unânime dos desembargadores, com embargos de declaração e recursos especial e extraordinário.
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