— Eu não vazei nenhuma informação sob sigilo e não tive acesso aos autos do processo de investigação do caso Marielle — afirmou. — Não tenho bandido de estimação. Seja ele político, filhos de todo poderoso, miliciano.
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O governador também falou sobre as críticas que o presidente Jair Bolsonaro voltou a fazer a seu respeito:
— São declarações levianas e sem prova. Uma conduta não compatível com a democracia. Não vou permitir atentar contra o povo do Rio e a democracia, pois seria crime de responsabilidade — disse Witzel. — Não esperava esse comportamento do presidente.
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Uma reportagem do "Jornal Nacional" mostrou que um dos suspeitos de matar a vereadora Marielle Franco foi ao condomínio onde mora Bolsonaro, alegando que iria à casa do presidente horas antes do assassinato. Os registros de presença da Câmara dos Deputados mostram que Bolsonaro estava em Brasília em 14 de março de 2018. Ainda segundo o depoimento revelado pelo "JN", o porteiro contou que, depois que Élcio entrou, ele acompanhou a movimentação do carro pelas câmeras de segurança e viu que o veículo tinha ido para a casa 66 do condomínio, onde, na época, morava Ronnie Lessa.
— Não sei quem é o porteiro. Eu não tive acesso como a Globo teve, como o Witzel teve. O processo corre em segredo. Nós sabemos que são pessoas humildes, que quando são tomados depoimentos sempre estão preocupados com alguma coisa. No meu entender o porteiro está sendo usado pelo delegado da Polícia Civil, que segue ordem do senhor Witzel, governador — disse o presidente.
Bolsonaro também afirmou que, há um mês, ouviu do governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, em uma cerimônia na Escola Naval, que iria para o Supremo Tribunal Federal (STF) uma investigação sobre o caso envolvendo o presidente. Witzel teria citado também a Bolsonaro o depoimento do porteiro.
— No (dia) 9 deste mês, outubro, às 21h, eu estava no Clube Naval do Rio de Janeiro quando chegou o governador Witzel. Ele me viu lá, foi uma surpresa eu estar lá. E para mim também, que eu fui ao aniversário de uma autoridade — contou Bolsonaro.
Áudio contradiz porteiro, diz MP
Um dia após a reportagem do "JN", nesta quarta-feira, o Ministério Público do Rio (MP-RJ) informou que o depoimento do porteiro do condomínio do presidente sobre a liberação da entrada do ex-PM Élcio Queiroz não é compatível com a gravação da chamada feita pelo interfone da portaria.
O MP afirmou que o áudio confirma que quem autorizou a entrada de Élcio no condomínio Vivendas da Barra, na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio, foi o sargento aposentado da Polícia Militar Ronnie Lessa . A perícia feita pelo MP, que ficou pronta no dia seguinte à reportagem do "Jornal Nacional", confirmou que a voz é do sargento aposentado. Segundo o órgão, embora a planilha de controle de entradas e saídas no condomínio indique que Élcio teria informado que iria à casa 58, a gravação mostra que houve contato da portaria com a casa 65.
Nesta quinta-feira, uma reportagem da "Folha de S.Paulo" apontou que a perícia do MP que contrapôs o depoimento do porteiro do condomínio Vivendas da Barra na investigação da morte da vereadora Marielle Franco foi incompleta por ter analisado somente os áudios que foram gravados em um CD do condomínio, e não o computador original que poderia apontar eventuais adulterações.
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