quarta-feira, 8 de maio de 2019

Ministro diz que pode desbloquear verba das federais se reforma da Previdência for aprovada

Ministro diz que pode desbloquear verba de federais se reforma da Previdência for aprovadaO ministro da Educação disse, nesta terça-feira (7), que se a reforma da Previdência for aprovada, pode voltar a liberar o dinheiro do orçamento de universidades federais.



Alunos e professores deram um abraço simbólico na Universidade de Brasília em protesto contra o corte de recursos. O reitor da federal do Piauí disse que a universidade pode fechar até o fim do ano. “Se não houver o desbloqueio, vai ficar inviável a universidade funcionar até o final do ano. Não haverá recursos suficientes para honrar todos os compromissos orçamentários até o final do ano”, disse o reitor da UFPI, Arimateia Lopes.
No exterior, mais de mil intelectuais de universidades do Brasil, dos Estados Unidos e da Europa assinaram um manifesto criticando outra decisão do governo: a de reduzir investimentos em cursos como filosofia e sociologia.
No Congresso, o clima de críticas não foi diferente. Na audiência pública, o ministro da Educação foi muito cobrado pelo bloqueio de verbas das universidades. Abraham Weintraub disse que não foi corte e afirmou que com a aprovação da reforma da Previdência, o dinheiro pode voltar.
“Não há corte. Foi um contingenciamento que foi, não imposto, a gente precisa cumprir a Lei de Responsabilidade Fiscal. É básico aqui, se não, estoura o país. Até descumpre a lei, tem que cumprir. A economia impôs esse contingenciamento diante da arrecadação mais fraca e nós obedecemos. Eu tenho que obedecer às leis. Se a gente conseguir passar a Previdência e voltar a arrecadação, volta o orçamento”, explicou o ministro.
Os senadores também perguntaram sobre a autonomia das universidades e citaram a justificativa dada por Weintraub, semana passada, para o bloqueio no orçamento de três universidades, segundo ele, porque as universidades promoviam balbúrdia.
“Sou 100% a favor da autonomia universitária, para mim mais liberdade para as universidades, mas autonomia universitária não é soberania universitária. Eles não são um estado soberano. Os campi que têm no Brasil não pode ter consumo de drogas ilícitas dentro dos campi, porque a lei não permite no território nacional o consumo. Por que a polícia não pode entrar dentro de um campus de uma escola? É um país autônomo? Tem uma violência acontecendo lá dentro, o que pode fazer? Nada? Temos que bater palma? Está errado isso",
“Nós estamos muito atrás de países da América Latina, nós estamos ganhando de quase ninguém. Então o ensino está muito mal. Então ele traz o diagnóstico e aponta soluções. Eu entendo que o ministério na mão dele aponta para soluções com as quais eu concordo”, afirmou o senador Márcio Bittar (MDB-AC).
“Não é com ideologia. Nós é que dizemos que não é com ideologia que vai se resolver o problema da educação brasileira. O ensino superior brasileiro é responsável por 90% da produção científica nacional, e o ministro demonstrou concretamente que desconhece essa realidade”, disse o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), líder do partido.
O ministro também foi questionado sobre as prioridades do ministério e voltou a dizer que o foco principal é na educação básica.

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