Conforme a denúncia, a acusada cometeu o crime de modo a dar aparência de que o ex-marido havia matado o filho e engerido veneno em seguida. Como Francileudo sobreviveu, ele testemunhou contra ela, e o caso teve uma reviravolta.
"Se pegar 30 anos ainda é pouco", afirma o ex-marido. O subtenente acredita que nenhuma condenação vai amenizar a revolta e a dor de ter perdido o filho mais velho e muito menos as sequelas emocionais provocadas no Lucas, o filho caçula. "Quem foi condenado foi o Lewdinho, que não está mais entre a gente. O Lucas que não vai ter o prazer de ver a mãe e nem o irmão, e os meus familiares que gostavam do Lewdinho."
Cronograma do caso
O subtenente do Exército Francileudo Bezerra Severino, de 45 anos, é preso suspeito de matar o filho Lewdo Bezerra, de nove anos, tentar assassinar a mulher e, em seguida, tentar se matar com tranquilizantes. O caso ocorreu na madrugada do dia 11 de novembro de 2014, no Conjunto Napoleão Viana, no Bairro Dias Macêdo, em Fortaleza. O subtenente estava em coma devido à ingestão do veneno.
Laudo divulgado uma semana após os crimes aponta que o menino Lewdo Bezerra foi envenenado por chumbinho, um conhecido veneno para ratos. O laudo contradiz a versão da mãe, Cristiane Renata, de que ela e o filho teriam sido obrigados a tomar tranquilizando e que o marido tentou se matar da mesma maneira. O laudo também mostra que o subtenente também tomou chumbinho. Ele segue internado em estado grave do Hospital do Exército, em Fortaleza.
Cristiane Renata Coelho, de 41 anos, prestou depoimento à Polícia Civil na tarde de 19 de novembro. A mulher foi chamada a prestar novo depoimento para esclarecer as circunstâncias da morte do filho Lewdo.
O subtenente Francileudo Bezerra prestou depoimento formal durante quatro horas ao delegado Wilder Brito na tarde de 28 de novembro. Ainda no hospital, após sair do coma, o militar negou que tenha matado o filho e tentado assassinar a mulher.
Francileudo e Cristiane Renata Coelho participam da segunda reconstituição do crime que vitimou o menino Lewdo Bezerra. O delegado Wilder Brito e os peritos queriam esclarecer os pontos conflitantes e concluir o laudo do inquérito. Após a reconstituição, a mulher saiu escoltada e partiu para Recife, onde morava com o filho mais novo do casal.
O veneno que matou Lewdo Bezerra foi dado pela mãe, Cristiane Coelho, junto com um sorvete de morango, disse o delegado Wilder Brito, durante entrevista no dia 15 de abril de 2015. Ela passa a ser suspeita de envenenar o pai do menino na casa onde viviam, em Fortaleza.
O subtenente pede na Justiça a guarda do filho mais novo, de 6 anos, que estava morando com a mãe, no Recife. Em de abril de 2015, o delegado Wilder de Brito Sobreira divulgou o inquérito que apontou a mãe do menino, Cristiane Coelho, como a autora do envenenamento do filho. No dia 16, o advogado do militar deu entrada na Vara de Família de Fortaleza com o pedido de guarda do filho mais novo, que também é autista.
Após ser divulgado o resultado das investigações que apontaram a mãe como responsável pela morte do filho mais velho, a polícia do Ceará passa a monitorar os passos de Cristiane, que se encontra em Recife junto com o filho mais novo. De acordo com delegado Wilder Brito, como a mulher tem parentes na China, existia o risco de ela tentar fugir do país.
O delegado de Polícia Civil Wilder Brito Sobreira desindicia (tira a pessoa da condição de suspeito do crime) o subtenente do Exército Francileudo Bezerra e indicia a mulher do militar, Cristiane Coelho, pela morte por envenenamento do filho do casal.
A juíza Daniela Lima da Rocha, da 3ª Vara do Júri, do Fórum Clóvis Beviláqua, aceitou a denúncia crime do Ministério Público do Ceará (MPCE) contra Cristiane Renata Severino Coelho. Ela foi indiciada em 27 de abril por tentativa de homicídio triplamente qualificado contra o então marido e pelo homicído triplamente qualificado do filho. Com a decisão, Cristiane passa à condição de ré em ação penal.
Cristiane Renata Coelho Severino é presa em Fortaleza. Ela se apresentou à Justiça na tarde de 8 de maio e fica detida na Delegacia de Inteligência da Polícia (DIP), no Centro de Fortaleza. Cristiane Coelho é acusada também de tentar matar o marido, o subtenente do Exército Brasileiro, Francileudo Bezerra Severino.
Três anos após a morte do filho autista, Cristiane Renata Coelho é levada a júri popular em 28 de novembro. Além da acusação de matar o filho Lewdo Ricardo Coelho Severino com sorvete envenenado, a comida preferida da criança, ela é acusada de tentar assassinar o então marido, o subtenente Francileudo Bezerra.