O atentado ocorreu por volta das 17h, quando as Ramblas, uma via de grande circulação que liga uma praça central à orla da cidade, estavam especialmente movimentadas. O chefe dos Mossos d'Esquadra (polícia catalã), Josep Lluís Trapero, afirmou que o motorista do veículo fugiu a pé após deixar a van em frente ao Teatro del Liceu. Até as 20h, seu paradeiro continuava desconhecido.
A polícia afirma que as vítimas são de diversas nacionalidades. Não há, porém, registro de brasileiros entre elas, segundo o Itamaraty. Dois suspeitos de ligação com o atentado foram presos. Um deles é o marroquino Driss Oubakir, 28, que tinha status de residente legal e mora em Ripoll, a 105 km de Barcelona, e teria alugado a van usada pelo terrorista nos arredores da cidade costeira.
O outro detido é um espanhol do enclave de Melilla, no norte da África, cujo nome não foi divulgado.
O homem, segundo a polícia, seria o responsável por uma explosão vinculada ao ataque em um prédio de Alcalar, a 202 km de Barcelona -na ação, ocorrida de madrugada, uma pessoa morreu e sete ficaram feridas.
Por volta das 2h de sexta (21h de quinta no Brasil), a polícia afirmou ter abortado um segundo ataque terrorista em Cambrils, a cerca de 1h de Barcelona, matando suspeitos. Não foram divulgados mais detalhes até as 20h.O premiê da Espanha, Mariano Rajoy, foi à Barcelona para coordenar os esforços de segurança, que serão reforçados na cidade catalã.
Vídeos em redes sociais mostram feridos recebendo atendimento nas ruas. Testemunhas afirmam que pessoas pediram abrigo em estabelecimentos próximos ao local do atropelamento.
A gerente de vendas Ambra Gorini, que trabalha em um prédio nas proximidades do ocorrido, afirma que muitas pessoas se abrigaram em lojas e só foram liberadas pela polícia duas horas depois do ataque. "Assustador e estranho", disse ela.
Em outros casos, pessoas confinadas nas regiões próximas ao atentado só receberam autorização da polícia por volta da meia-noite.
O casal de brasileiros Maurício Kanno, 34, e Francielle Piuco Biglia, 33, conta que ficou cerca de três horas em uma biblioteca a cerca de 150 metros das Ramblas após o atentado, por recomendação de um policial a paisana. Eles estavam nas Ramblas na hora do ataque.
"Vimos um monte de gente correndo, não estávamos entendendo o que acontecia. Depois vimos um carro preto parar e saírem policiais com armas. Queria pegar o metrô, mas estava tudo fechado. Acabamos indo para a biblioteca", diz Biglia, há oito anos em Barcelona.
Poucas horas após o ataque, muitas pessoas já doavam sangue nos hospitais da cidade, embora a polícia tenha informado que os estoques para atender os feridos eram suficientes.
O assistente de logística Hector Flores está entre a centena de voluntários no hospital Sant Pau, que encontrou através das hashtags "#Barcelona" e "Ramblas" em uma rede social. "A gente está retuitando todos os centros onde pode-se doar já há algum tempo para que não se aglomerem em um único ponto", disse.
Todas as estações de metrô e trem foram fechadas. As ruas foram fechadas para carro e ficaram vazias, exceto por pequenas aglomerações em varandas e lojas.
A Câmara Municipal suspendeu todas as atividades da cidade, inclusive as festas de Gràcia, tradicional celebração do bairro catalão que completa seu bicentenário nesta edição. O evento atrai milhares de turistas à cidade, que já costuma ficar cheia durante o verão europeu.
"A Catalunha tem sido e será uma terra de paz e acolhimento. Não deixaremos que uma minoria acabe com um modo de vida que se forjou ao longo dos séculos", disse o governador da Catalunha, Carles Puigdemont.
A prefeita de Barcelona, Ada Colau, que está fora da cidade, disse que "Barcelona é uma cidade de paz". "O terror não conseguirá que deixemos de ser quem somos: cidade aberta ao mundo, valente e solidária."
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