O Ministério Público Eleitoral (MPE) entregou, no início da noite de ontem, as alegações finais, que foram mantidas sob sigilo. As defesas dos três partidos envolvidos diretamente no julgamento também já entregaram suas peças: PMDB, PT e PSDB. Os tucanos pediram a punição à ex-presidente Dilma Rousseff pelo crime de caixa dois e abuso de poder econômico. Mas eximiram o então vice e atual presidente da República, Michel Temer, alegando que ele não era o cabeça de chapa e que não teve participação direta na coleta de recursos ilegais provenientes do esquema de corrupção montado na Petrobras.
Gilmar acabou acatando a sugestão de Herman e marcou o julgamento logo para a primeira semana de abril. O mês acabaria sendo atípico para a Corte, já que na segunda semana não devem haver sessões, por conta da Semana Santa, e o próprio Gilmar estará fora do país entre 18 e 25 — primeiro coordenando um evento em Portugal e, depois, acompanhando as eleições presidenciais na França.
Além disso, em 16 de abril, um dos titulares da Corte, o ministro Henrique Neves, deixará o TSE. A tendência é que ele seja substituído por Admar Gonzaga, ligado ao ministro de Ciência e Tecnologia, Gilberto Kassab. Em maio, quem deixa o TSE é a ministra Luciana Lóssio, tendo como substituto natural Tarcísio Vieira, ligado ao presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE). Os quatro são os representantes da advocacia.
O Correio apurou que está cada vez mais difícil conseguir emplacar a tese de separação das contas de campanha, defendida pelos advogados do presidente Michel Temer, sobretudo após os depoimentos dos ex-executivos da Odebrecht, que apresentaram contradições quanto à existência de caixa dois nas campanhas do PMDB.
O ex-presidente da empreiteira Marcelo Odebrecht confirmou doações irregulares para o PT, mas isentou o PMDB de responsabilidade. Já o ex-diretor de relações institucionais Cláudio Melo Filho afirmou que o próprio Marcelo confirmou que repassaria R$ 10 milhões para o PMDB — R$ 6 milhões para a campanha a governador de Paulo Skaff e R$ 4 milhões entregues ao atual ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha.
Avaliação
O humor do governo alternou ao longo do processo. Em um primeiro momento, Temer e seus aliados torciam para um julgamento rápido e apostavam na separação das contas. Com o passar do tempo e, sobretudo, após os depoimentos dos delatores da Odebrecht, abrindo uma interseção do julgamento do TSE com a Lava-Jato, o receio de um relatório duro de Herman Benjamin aumentou. Agora, já existe a certeza de que o ministro — que deixará o mandato em setembro — pedirá a cassação da chapa, obrigando a defesa do presidente a derrubar o relatório em plenário.
Em conversas reservadas, já foi traçada uma nova estratégia para, caso a chapa não seja desmembrada, trabalhar pela absolvição geral. Não interessa, segundo aliados de Temer, carregar nas tintas para forçar uma cassação apenas de Dilma.
Interlocutores do presidente negam que a alegação feita pelo PSDB de que Dilma é a única culpada, eximindo Temer de responsabilidade no processo, tenha impacto jurídico no processo. A torcida, contudo, é de que o argumento pese do ponto de vista emocional, somando-se ao discurso de que tirar o peemedebista do Planalto neste momento, gerando a necessidade de realização de uma eleição indireta, afundaria o país novamente em uma crise política, em um instante em que o país começa a dar sinais de recuperação econômica.
Ainda existem dúvidas sobre o que ocorrerá caso a chapa seja cassada. Independentemente do resultado do julgamento, é quase certo que haverá algum recurso ao Supremo Tribunal Federal (STF). Nesse caso, caberá ao ministro Gilmar Mendes decidir se, em caso de perda do mandato presidencial, Temer poderá recorrer sob efeito suspensivo, no mandato. Se isso não for permitido, o peemedebista deixará o Planalto e uma nova eleição — indireta — será convocada pelo presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ).
Além disso, em 16 de abril, um dos titulares da Corte, o ministro Henrique Neves, deixará o TSE. A tendência é que ele seja substituído por Admar Gonzaga, ligado ao ministro de Ciência e Tecnologia, Gilberto Kassab. Em maio, quem deixa o TSE é a ministra Luciana Lóssio, tendo como substituto natural Tarcísio Vieira, ligado ao presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE). Os quatro são os representantes da advocacia.
O Correio apurou que está cada vez mais difícil conseguir emplacar a tese de separação das contas de campanha, defendida pelos advogados do presidente Michel Temer, sobretudo após os depoimentos dos ex-executivos da Odebrecht, que apresentaram contradições quanto à existência de caixa dois nas campanhas do PMDB.
O ex-presidente da empreiteira Marcelo Odebrecht confirmou doações irregulares para o PT, mas isentou o PMDB de responsabilidade. Já o ex-diretor de relações institucionais Cláudio Melo Filho afirmou que o próprio Marcelo confirmou que repassaria R$ 10 milhões para o PMDB — R$ 6 milhões para a campanha a governador de Paulo Skaff e R$ 4 milhões entregues ao atual ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha.
Avaliação
O humor do governo alternou ao longo do processo. Em um primeiro momento, Temer e seus aliados torciam para um julgamento rápido e apostavam na separação das contas. Com o passar do tempo e, sobretudo, após os depoimentos dos delatores da Odebrecht, abrindo uma interseção do julgamento do TSE com a Lava-Jato, o receio de um relatório duro de Herman Benjamin aumentou. Agora, já existe a certeza de que o ministro — que deixará o mandato em setembro — pedirá a cassação da chapa, obrigando a defesa do presidente a derrubar o relatório em plenário.
Em conversas reservadas, já foi traçada uma nova estratégia para, caso a chapa não seja desmembrada, trabalhar pela absolvição geral. Não interessa, segundo aliados de Temer, carregar nas tintas para forçar uma cassação apenas de Dilma.
Interlocutores do presidente negam que a alegação feita pelo PSDB de que Dilma é a única culpada, eximindo Temer de responsabilidade no processo, tenha impacto jurídico no processo. A torcida, contudo, é de que o argumento pese do ponto de vista emocional, somando-se ao discurso de que tirar o peemedebista do Planalto neste momento, gerando a necessidade de realização de uma eleição indireta, afundaria o país novamente em uma crise política, em um instante em que o país começa a dar sinais de recuperação econômica.
Ainda existem dúvidas sobre o que ocorrerá caso a chapa seja cassada. Independentemente do resultado do julgamento, é quase certo que haverá algum recurso ao Supremo Tribunal Federal (STF). Nesse caso, caberá ao ministro Gilmar Mendes decidir se, em caso de perda do mandato presidencial, Temer poderá recorrer sob efeito suspensivo, no mandato. Se isso não for permitido, o peemedebista deixará o Planalto e uma nova eleição — indireta — será convocada pelo presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ).
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