"O terrorismo cresce quando não há outra opção, enquanto a economia mundial tem no seu centro o deus do dinheiro e não a pessoa", disse o pontífice a repórteres enquanto voltava ao Vaticano após uma visita de cinco dias à Polônia.
Segundo ele, a marginalização social e econômica da juventude muçulmana na Europa ajuda a explicar as ações de quem se junta a grupos extremistas.
"Quantos jovens nós, europeus, deixamos vazios de ideais? Eles não têm emprego, então se voltam às drogas e ao álcool. Eles vão para o exterior e se envolvem com grupos fundamentalistas", exemplificou.
Em entrevista concedida dentro do voo, o papa foi questionado sobre possíveis ligações entre o Islã e os recentes ataques terroristas, em especial o assassinato de um padre no norte da França por membros do Estado Islâmico na semana passada.
Citando sua própria experiência no diálogo inter-religioso, Francisco disse que os muçulmanos buscam apenas a paz. "Não é correto e não é justo dizer que o Islã é terrorista", afirmou.
"Se eu for falar de violência islamita, eu deveria falar de violência católica. Nem todos os muçulmanos são violentos, nem todos os católicos são violentos", completou.
Francisco também fez questão de chamar o Estado Islâmico de "pequeno grupo fundamentalista" que não representa o Islã como um todo.
"Em quase todas as religiões existe sempre um pequeno grupo de fundamentalistas, até mesmo na Igreja Católica", disse o papa, ainda que não haja necessariamente violência física. "Pode-se matar tanto com a palavra, quanto com uma faca".
Fonte: Associated Press.
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