Na semana passada, Barros afirmou: “Os homens trabalham mais e não acham tempo para a saúde preventiva”. A declaração seria uma justificativa para a baixa frequência masculina nos consultórios médicos. A filha dele, a deputada estadual gaúcha Maria Victoria Borghetti Barros (PP-RS), não perdoou e rebateu a fala do ministro pelo Facebook: “Pai, trabalhamos tanto quanto o senhor. A mulher tem uma jornada mais longa. Trabalhamos 5 horas a mais na semana que os homens”, reagiu a parlamentar, se referindo também à “jornada dupla de trabalho, quando voltam para casa”.
Logo na primeira entrevista como ministro, Ricardo Barros falou de fé para responder sobre a lei aprovada no Congresso Nacional que liberou o uso da fosfoetanolamina para combate ao câncer, mesmo sem comprovação clínica de eficácia. “Na pior das hipóteses, tem o efeito placebo. A fé move montanhas”, disse.
No mês passado, outra fala de Barros causou revolta nas redes sociais. O ministro disse que a maioria dos pacientes que procura atendimento na rede pública “imagina” estar doente. Na ocasião, ele criticou o uso excessivo do sistema e disse que a “cultura do brasileiro” é achar que só foi bem atendido se fizer exames ou receber prescrição de remédios. Segundo ele, isso levaria a gastos desnecessários. “Não temos dinheiro para ficar fazendo exames e dando medicamentos que não são necessários só para satisfazer as pessoas, para elas acharem que saíram bem atendidas do postinho de saúde”, completou.
Também em julho, o ministro da Saúde de Temer disse que faltam serviços no sistema de saúde porque não há recursos e atribuiu o pouco dinheiro à incapacidade do brasileiro de pagar mais impostos. Pouco depois de se tornar ministro, Ricardo Barros chamou o mosquito Aedes aegypti de “indisciplinado”. Segundo ele, essa indisciplina é que traz dificuldade de controlar doenças como a dengue e a zika. “Se o mosquito se comprometesse a picar só quem mora na casa era fácil, mas infelizmente ele não é disciplinado”.
CASTRO As pérolas em entrevistas não são privilégio de Ricardo Barros, que ganhou o cargo de ministro após articular a debandada do PP do governo Dilma e sua posterior adesão a Michel Temer. O ex-ministro da Saúde, Marcelo Castro, também era campeão de gafes. Uma das principais foi quando disse que iria torcer para que as mulheres pegassem zika antes da idade fértil. O comentário foi feito quando ele falava sobre a necessidade de uma vacina para a doença, que foi colocada como responsável por um surto de microcefalia em bebês no Brasil. “Vamos torcer para que as mulheres, antes de entrar no período fértil, peguem a zika, para elas ficarem imunizadas pelo próprio mosquito. Aí, não precisa da vacina”, afirmou em janeiro deste ano.
Questionado ainda sobre a microcefalia, Marcelo Castro falava dos cuidados para evitar a gravidez quando soltou: “Sexo é para amadores, gravidez é para profissionais”. Ao defender a volta da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF), ele também afirmou que se tratava do “melhor imposto que existe” e que o brasileiro “não vai nem sentir” caso o tributo volte a esvaziar seus bolsos.
SUCESSÃO DE MANCADAS
Declarações polêmica do ministro Ricardo Barros
"Se o mosquito se comprometesse a picar só quem mora na casa, era fácil, mas infelizmente ele não é disciplinado”
Sobre a dificuldade do governo para combater dengue e zika
"Não temos dinheiro para ficar fazendo exames e dando medicamentos só para satisfazer as pessoas, para elas acharem que saíram bem atendidas do postinho de saúde”
Sobre sua declaração anterior, de que a maioria das pessoas que procura atendimento na rede pública “imagina” estar doente
"Na pior das hipóteses, tem o efeito placebo. A fé move montanhas”
Sobre a polêmica liberação do uso da fosfoetanolamina para combater câncer, que não tem comprovação clínica da eficácia
"Os homens trabalham mais e não acham tempo para a saúde preventiva”
Para tentar explicar porque os homens vão menos ao médico do que as mulheres
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