domingo, 17 de julho de 2016

"El País": o declínio do centrão de Eduardo Cunha

O centrão é um grupo na Câmara dos Deputados idealizado pelo deputado afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que age conforme o vento governista e tem sua ideologia conservadora. Contudo, com o declínio de Cunha, o tal “centrão” também se encontra com seus dias contados. 
Segundo a reportagem do “El País”, a vitória de Rodrigo Maia (DEM-RJ) sobre Rogério Rosso (PSD-DF) somente endossa ainda mais essa afirmação. Os deputados, como o próprio Rogério Rosso e Antônio Imbassahy (PMDB-BA) e até mesmo o presidente interino Michel Temer já reconhecem essa nova era: sem Cunha, cujo mandato tende a ser perdido na primeira quinzena de agosto, o centrão acabou.
O jornal fala também da posição de Temer, que é favorável à unificação da base e não é a toa que no seu governo fez esforços para acomodar tanto os integrantes da antiga base infiel de Dilma, quanto a clássica oposição ao PT: PSDB e DEM.
A reportagem enfatiza a virada de jogo e como a Câmara vai enveredar para um novo caminho. O jogo não está mais limitado e novas forças se fortalecem. Da mesma forma, os partidos do centrão vão fazer de tudo para se desvincular da imagem de dependência de Cunha, para que consigam continuar sobrevivendo no legislativo. 
Um dos mais experientes parlamentares no Congresso Nacional, Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE) diz para o "El País" que o abalo no centrão nas próximas semanas será grande. “Cunha, carta fora do baralho, reduz o tamanho e a importância do centrão. A Câmara vai enveredar por um novo caminho. Da pauta séria. Do restauro da dignidade. Do amplo entendimento”.
De qualquer maneira, diz o jornal espanhol, os resultados sobre a extinção ou não do grupo de Cunha só serão notados a partir do próximo mês, quando os parlamentares retornarão das férias de meio de ano. A expectativa é que já na primeira semana de agosto haja votações importantes na Câmara e, a partir delas, será possível medir o tamanho das feridas deixadas pelo processo eleitoral.

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