O vídeo que circula nas redes é um trecho da pregação "Amar-se para amar", feita na Canção Nova em julho de 2007. No sermão, ele fala sobre amor próprio e sugere que as pessoas são responsáveis pela forma como são tratadas. "É o caráter que está exposto no seu rosto que vai dizer ao outro o que ele pode fazer com você ou não".
"Não não saímos por aí com as plaquinhas: 'não abuse de mim', 'me respeite'. Porque essa placa não está escrita em palavras, ela está escrita nos seus olhos. É você com seu jeito de olhar, com seu jeito de ser gente. É o caráter que está exposto no seu rosto que vai dizer ao outro o que ele pode fazer com você ou não. Nós, no momento em que nos construímos como pessoas é que sinalizamos nosso território. Caso contrário, as pessoas virão, acharão que nós podemos tudo e farão tudo que quiserem conosco mesmo".
A partir daí, Padre Fabio exemplifica seu ponto de vista citando a violência doméstica. Ele insinua que a mulher tem o poder de determinar se continuará sendo agredida ou não.
"Eu sempre digo, as mulheres que são agredidas fisicamente pelos seus maridos, no dia em que ela recebe a primeira agressão, ela que vai determinar para ele se ele vai ter o direito de agredi-lo a vida inteira ou não. É o jeito como ela olha pra ele. Não é nenhuma palavra, nenhum grito que vai dizer 'não me bata', mas é o sei jeito de ser mulher. O agressor só se torna agressor porque a vítima o autoriza".
Usuários do Twitter enxergaram machismo na colocação de Fabio de Melo e resolveram questioná-lo, principalmente em relação à violência doméstica. Os internautas o acusam de responsabilizar a mulher pela agressão, quando a culpa é do homem. O padre respondeu.
Prezado @thiago_p , o vídeo creio ser de 2006. Na época eu falava das mulheres que não denunciam os agressores. Eu motivava a denúncia.
Outro usuário, então, perguntou se a opinião do padre havia mudado desde então.
Sim, @holldrigo ,continuo acreditando que o silêncio da vítima contribui com a manutenção da violência.
Foi quando um internauta questionou o declaração de que o homem se torna agressor porque a vítima autoriza. O religioso, mais uma vez, não recuou em sua opinião.
Meu caro @porralimao , vítima é alguém cuja fraqueza outro alguém explora. A violência doméstica contra a mulher funciona assim.
Depois de interagir com internautas tentando explicar seu ponto de vista, Fabio de Melo resolveu pedir perdão por sua fala. Ele afirmou que não pretendia culpabilizar as mulheres pelas agressões sofridas, mas reiterou sua posição sobre a não denúncia.
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