domingo, 12 de junho de 2016

Forças líbias tomam porto de Sirte do grupo Estado Islâmico

Forças pró-governo líbio avançavam rapidamente em sua ofensiva na cidade de Sirte contra o grupo Estado Islâmico (EI), após tomarem dos extremistas o porto e vários bairros nas últimas 24 horas e apesar da resistência dos radicais para defender seu reduto na Líbia.
No dia seguinte a intensos combates, bombardeios e disparos com artilharia pesada, a violência diminuiu neste sábado entre as forças do Governo de União Nacional líbio (GNA), reconhecido pela comunidade internacional, e os extremistas, que controlam Sirte (centro-norte) desde junho de 2015.
As forças do GNA iniciaram sua ofensiva para expulsar o EI de Sirte no último dia 12 de maio. Antes de chegarem àquela cidade, retomaram outras localidades e instalações das mãos dos extremistas.
O EI se implantou na Líbia no fim de 2014, aproveitando o caos político e a insegurança que reinam no país desde a queda de Muamar Khadafi, em 2011.
"Nossas forças (leais ao GNA) tomaram o controle do porto de Sirte e se instalaram no mesmo", disse à AFP Reda Issa, representante do escritório de informação da ofensiva militar antiextremista.
Também se apossaram de bairros residenciais próximos ao porto no leste da cidade, assinalou Issa.
As forças pró-GNA repeliram no sábado uma contraofensiva dos radicais para retomar o porto, e dois combatentes pró-governo perderam a vida, segundo a página do Facebook da operação militar.
Desde 12 de maio, 137 combatentes do GNA morreram, e outros 500 ficaram feridos, informou uma fonte médica oficial.
Segundo Issa, as forças pró-governo cercam agora os combatentes radicais em um setor de 5 km² entre o centro e o norte daquela cidade. Desde a última quinta-feira, bloqueiam o litoral com navios da Marinha.
Essa zona é a mais povoada da cidade, onde se concentram os bairros residenciais e onde está a maior parte dos extremistas, pelo que a batalha para controlar a zona será decisiva para reconquistar a cidade.
'Impressionado'
As forças leais ao GNA entraram na última quarta-feira em Sirte e progrediam, desde então, rumo ao interior da cidade, com o apoio de ataques aéreos e de disparos com artilharia pesada.
As tropas do GNA atacam com tanques, lança-foguetes e artilharia pesada, enquanto lutam no centro da cidade. Segundo o centro de operações militares do governo, foram lançados 150 ataques contra posições do EI em Sirte desde o início da ofensiva.
Antes da chegada do EI, Sirte contava com 120.000 habitantes, três quartos dos quais fugiram. Restam cerca de 30.000 à mercê dos combates.
O enviado da ONU para a Líbia, Martin Kobler, declarou-se hoje "impressionado com o progresso rápido das forças leais ao GNA em Sirte", em mensagem publicada no Twitter.
Segundo responsáveis americanos, o EI conta com 5.000 combatentes na Líbia, em sua grande maioria em Sirte.
Chamado à unidade
A França comemorou os avanços do sábado e pediu a todas as partes na Líbia que se unam politicamente para fazer frente ao EI.
Sirte é o objetivo principal de uma ampla ofensiva militar lançada há um mês para expulsar os extremistas de uma faixa de cerca de 200 quilômetros de litoral no norte da Líbia.
A perda de Sirte, cidade natal de Khadafi, representaria um grande revés para o EI, que também perde terreno no Iraque e na Síria.
Cento e cinquenta quilômetros a oeste de Sirte está localizada a grande cidade de Misrata, de onde decola a maioria dos aviões e helicópteros usados na ofensiva. Grande parte das milícias que compõem as forças leais ao governo de união também procede de Misrata.
Os guardas das instalações petroleiras também participam da ofensiva em Sirte.
Outras unidades do Exército mantêm lealdade ao governo paralelo instalado no leste do país, que não reconhece a legitimidade do Executivo de união nacional, dirigido por Fayez al-Sarraj e instalado em Trípoli desde o fim de março.

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