O afastamento de Romero Jucá (PMDB-RR) do governo Michel Temer lançou holofotes sobre os ministros da gestão interina que foram citados ou são investigados na Operação Lava Jato.
Titular do Planejamento, uma das pastas mais importantes da Esplanada, Jucá anunciou sua saída do cargo nesta segunda-feira, após a divulgação de diálogos gravados de forma oculta em que supostamente defende um acordo para barrar a operação.
Embora tenha anunciado que a saída seria em forma de licença, Jucá teve sua exoneração do cargo publicada nesta terça-feira no Diário Oficial da União.
Nas conversas com o ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado, realizadas em março, ou seja, antes do afastamento de Dilma Rousseff da Presidência da República, Jucá sugere que uma "mudança" no Planalto ensejaria um pacto para "estancar a sangria" motivada pela Lava Jato.
Machado e Jucá são alvo da operação. Os diálogos foram divulgados pelo jornal Folha de S.Paulo .
Para João de Castro Neves, da consultoria Eurasia Group, o episódio envolvendo Jucá mostrou que a "Lava Jato continua muito viva e constitui um risco importante para a administração Temer".
A alegada licença de Jucá, que é senador por Roraima, acabou sendo uma solução intermediária, já que Temer estava em um dilema, avalia Neves.
Manter o senador na Esplanada teria um preço alto perante a opinião pública, e uma demissão elevaria as exigências para cargos ministeriais e "possivelmente forçaria Temer a demitir mais gente", diz.
Ministério e Lava Jato
Ao todo, pelo menos 11 dos 24 ministros de Temer apareceram de alguma forma nas investigações do esquema de corrupção na Petrobras e empresas estatais.
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