“Eventos como os ataques de janeiro e novembro provocam momentos de união, em reação. Mas isso não é o bastante para desfazer divisões profundas”, disse à agência Reuters Brice Teinturier, diretor do instituto de pesquisa Ipsos na França.
“As divisões são enormes. Existem muitas Franças, e elas estão em confronto”, disse, descrevendo um país de grandes cidades progressistas, uma França antiquada que se sente oprimida pela globalização e outra França que abriga comunidades que se sentem esquecidas.
12 mortos
Atualmente, pouco restou do espírito do “Je suis Charlie”, slogan criado em solidariedade às vítimas e sobreviventes do ataque à publicação satírica, em 7 de janeiro de 2015. Naquele dia, os irmãos Chérif e Said Kouachi invadiram a redação e mataram cartunistas, colunistas, dois policiais e um funcionário do prédio. No total, foram 12 mortos e 11 pessoas gravemente feridas.
Chérif e Said Kouachi, mortos dois dias depois em um cerco policial, deixaram o local aos gritos de “Vingamos o profeta! Matamos Charlie Hebdo!”, de acordo com testemunhas. Os dois se identificavam como membros da Al-Qaeda, assim como Amédy Coulibaly, que na madrugada de 8 de janeiro matou uma policial em Montrouge e depois atacou um supermercado judeu em Porte de Vincennes, onde matou mais quatro pessoas e foi morto pela polícia.
Atualmente, pouco restou do espírito do “Je suis Charlie”, slogan criado em solidariedade às vítimas e sobreviventes do ataque à publicação satírica, em 7 de janeiro de 2015. Naquele dia, os irmãos Chérif e Said Kouachi invadiram a redação e mataram cartunistas, colunistas, dois policiais e um funcionário do prédio. No total, foram 12 mortos e 11 pessoas gravemente feridas.
Chérif e Said Kouachi, mortos dois dias depois em um cerco policial, deixaram o local aos gritos de “Vingamos o profeta! Matamos Charlie Hebdo!”, de acordo com testemunhas. Os dois se identificavam como membros da Al-Qaeda, assim como Amédy Coulibaly, que na madrugada de 8 de janeiro matou uma policial em Montrouge e depois atacou um supermercado judeu em Porte de Vincennes, onde matou mais quatro pessoas e foi morto pela polícia.
Em reação aos dois ataques, quase 4 milhões de pessoas tomaram as ruas francesas no dia 11 de janeiro, quando o presidente francês François Hollande caminhou por Paris acompanhado por cerca de 50 líderes estrangeiros, entre eles a chanceler alemã, Angela Merkel; os chefes de governo italiano, Matteo Renzi; espanhol, Mariano Rajoy; e britânico, David Cameron, e os primeiros-ministros israelense, Benjamin Netanyahu; e turco, Ahmed Davutoglu; e o presidente da Autoridade Palestina, Mahmmud Abbas. Na ocasião, Hollande disse que Paris havia se tornado “a capital do mundo”.
Capas polêmicas
Uma semana após os ataques, porém, uma nova polêmica foi lançada com a “edição dos sobreviventes”. Com uma tiragem de cinco milhões de exemplares (contra os 60 mil de costume) e traduzida em cinco idiomas, a Charlie Hebdo estampou em sua capa o profeta Maomé chorando, segurando uma placa com a frase “tudo está perdoado”. A atitude gerou protestos em diversos países de maioria muçulmana, onde bandeiras da França foram queimadas e manifestantes entraram em confronto com a polícia.
Capas polêmicas
Uma semana após os ataques, porém, uma nova polêmica foi lançada com a “edição dos sobreviventes”. Com uma tiragem de cinco milhões de exemplares (contra os 60 mil de costume) e traduzida em cinco idiomas, a Charlie Hebdo estampou em sua capa o profeta Maomé chorando, segurando uma placa com a frase “tudo está perdoado”. A atitude gerou protestos em diversos países de maioria muçulmana, onde bandeiras da França foram queimadas e manifestantes entraram em confronto com a polícia.
Segundo a agência France Presse, mesmo dentro da França houve resistência à onda de solidariedade à publicação. Professores tiveram dificuldades em impor os minutos de silêncio em homenagem às vítimas, enquanto os assassinos foram, por vezes, glorificados na internet.
A França passou a questionar seu modelo de integração. Como os jihadistas, nascidos e criados na França, chegaram ao ponto de cometer tais atos extremos? O primeiro-ministro Manuel Valls denunciou um "apartheid territorial, social, étnico" no país.
A França passou a questionar seu modelo de integração. Como os jihadistas, nascidos e criados na França, chegaram ao ponto de cometer tais atos extremos? O primeiro-ministro Manuel Valls denunciou um "apartheid territorial, social, étnico" no país.
A extrema-direita acabou por se beneficiar da tensão, registrando resultados históricos nas eleições territoriais em março (25% dos votos no primeiro turno) e, em seguida, nas regionais de dezembro (quase 28%). Neste último pleito, a Frente Nacional, contrária aos imigrantes, ficou em primeiro, indo bem em áreas rurais e pequenas cidades francesas. No segundo turno, no entanto, os eleitores das grandes cidade ajudaram a manter a Frente fora do poder, expondo a profunda cisão entre aqueles que se voltam para a extrema-direita em busca de esperança e aqueles que a rejeitam.
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