O líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, declarou neste domingo (3) que a Arábia Saudita sofrerá uma "divina vingança" pela execução de um líder xiita e outras 46 pessoas acusadas de envolvimento com terrorismo no último sábado.
"O sangue injustamente derramado deste oprimido mártir sem dúvida mostrará em breve seu efeito e uma vingança divina cairá sobre os políticos sauditas", disse Ali Khamenei segundo a TV estatal. O líder também classificou a execução como um "erro político".
Neste sábado a Arábia Saudita executou 47 pessoas condenadas por "terrorismo", incluindo jihadistas sunitas da Al-Qaeda e o clérigo xiita Nimr Baqir al-Nimr, uma importante figura do movimento de contestação contra o regime, anunciou o ministério do Interior. A execução causou protestos entre os árabes xiitas.
40 presos
Nas ruas, manifestantes invadiram a embaixada da Arábia Saudita em Teerã, no Irã, na noite de sábado em protesto contra a execução do clérigo xiita Nimr Baqir al-Nimr.
Segundo a agência de notícias AFP, os manifestantes quebraram móveis e colocaram fogo em alguns pontos da embaixada, mas a polícia conseguiu retirar os manifestantes do prédio após a invasão.
Neste domingo as autoridades declararam que 40 pessoas foram presas. "Até o momento, 40 pessoas que entraram na embaixada foram identificadas e detidas. A imvestigação segue em curso para identificar os demais responsáveis por este indicente", declarou o procurador-geral de Teerã, Abbas Jafari Dolatabadi.
Neste domingo as autoridades declararam que 40 pessoas foram presas. "Até o momento, 40 pessoas que entraram na embaixada foram identificadas e detidas. A imvestigação segue em curso para identificar os demais responsáveis por este indicente", declarou o procurador-geral de Teerã, Abbas Jafari Dolatabadi.
Reação
O Irã, potência xiita cujas relações com a Arábia Saudita são tensas, imediatamente reagiu às execuções, prometendo que Riad pagará "um preço alto" pela morte do xeque Nimr al-Nimr, segundo a France Presse.
O Irã, potência xiita cujas relações com a Arábia Saudita são tensas, imediatamente reagiu às execuções, prometendo que Riad pagará "um preço alto" pela morte do xeque Nimr al-Nimr, segundo a France Presse.
"O governo saudita apoia movimentos terroristas e extremistas, e ao mesmo tempo utiliza a linguagem da repressão e a pena de morte contra seus opositores internos (...) pagará um preço alto por essas políticas", declarou o porta-voz do ministério iraniano das Relações Exteriores, Jaber Ansari.
O país também convocou um diplomata saudita para protestar contra a morte do clérigo, de acordo com a Reuters.
O grupo xiita libanês Hezbollah condenou a execução em declarações citadas pela TV oficial do Hezbollah al-Manar e pela Al Mayadeen TV. A "verdadeira razão" para a execução foi "que o xeque Nimr exigiu os direitos dissipados de um povo oprimido", disse o grupo em um comunicado, aparentemente se referindo à minoria xiita da Arábia Saudita, de acordo com a Reuters.
O país também convocou um diplomata saudita para protestar contra a morte do clérigo, de acordo com a Reuters.
O grupo xiita libanês Hezbollah condenou a execução em declarações citadas pela TV oficial do Hezbollah al-Manar e pela Al Mayadeen TV. A "verdadeira razão" para a execução foi "que o xeque Nimr exigiu os direitos dissipados de um povo oprimido", disse o grupo em um comunicado, aparentemente se referindo à minoria xiita da Arábia Saudita, de acordo com a Reuters.
O sobrinho do xeque, Ali al-Nimr, menor de idade no momento da sua detenção, não está entre os executados, que geralmente são decapitados com sabre.
Execuções
Os condenados - 45 sauditas, um egípcio, um chadiano - foram executados em doze cidades do reino, indicou o ministério do Interior em um comunicado oficial.
Os condenados - 45 sauditas, um egípcio, um chadiano - foram executados em doze cidades do reino, indicou o ministério do Interior em um comunicado oficial.
Eles haviam sido condenados, segundo as autoridades, por diferentes casos, incluindo por ter aderido a ideologia radical "takfiri" (termo geralmente utilizado para se referir a grupos radicais sunitas), por juntar-se a "organizações terroristas" ou ter participado de "conspiração criminosa".
O xeque Nimr al-Nimr, de 56 anos, crítico ferrenho da dinastia sunita Al-Saud, foi um dos líderes de um movimento de contestação que eclodiu em 2011 no leste da Arábia Saudita, cuja população é majoritariamente xiita.
Esta comunidade, que está concentrada na Província Oriental, queixa-se de ser marginalizada neste país predominantemente sunita. A execução do xeque poderia provocar fortes reações nesta região, segundo especialistas.
Para o irmão do líder religioso, Mohammed al-Nimr, "esta ação provocará a cólera dos jovens" xiitas na Arábia Saudita. "Espero que aja um movimento de contestação pacífico", acrescentou.
O xeque Nimr tinha sido condenado à morte em outubro de 2014 por "motim", "desobediência ao soberano" e "porte de armas" por um tribunal de Riad especializado em casos de terrorismo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário