O governo suíço informou que dois dirigentes da Fifa foram detidos nesta quinta-feira (3) em Zurique como suspeitos de aceitar subornos, confirmando uma informação antecipada pelo jornal "The New York Times" sobre uma nova onda de detenções dentro da entidade que comanda o futebol mundial.
Segundo o jornal, entre 10 e 12 pessoas foram detidas. O ministério da Justiça da Suíça não divulgou a identidades dos detidos. Entretanto, fontes disseram à AFP que o paraguaio Juan Ángel Napout, presidente da Conmebol, e o hondurenho Alfredo Hawit, presidente da Concacaf, foram presos. Os dois são vice-presidentes da entidade.
Napout, de 57 anos, preside a Conmebol desde 2014 e Hawit, 64, ocupa o cargo de presidente interino da Concacaf desde maio, desde a primeira onda de detenções de dirigentes da Fifa em maio, durante a qual o então presidente da Concacaf, Jeffrey Webb, foi detido.
Os dois "são suspeitos de aceitar dinheiro em troca da venda dos direitos de 'marketing' relacionados com a transmissão de campeonatos na América Latina e com partidas das eliminatórias para a Copa do Mundo", afirma o ministério da Justiça em um comunicado, sem citar nomes.
Antes de reunião
A justiça dos Estados Unidos solicitou a detenção dos dirigentes em 29 de novembro com o objetivo de iniciar o procedimento de extradição, por "atos que teriam sido em parte estimulados nos Estados Unidos e pagamentos que teriam transitado por bancos americanos".
A justiça dos Estados Unidos solicitou a detenção dos dirigentes em 29 de novembro com o objetivo de iniciar o procedimento de extradição, por "atos que teriam sido em parte estimulados nos Estados Unidos e pagamentos que teriam transitado por bancos americanos".
As detenções aconteceram em Zurique, onde o Comitê Executivo da Fifa está reunido desde quarta-feira e onde sete dirigentes da entidade foram detidos em maio por suspeita de corrupção e lavagem de dinheiro, incluindo o ex-presidente da CBF José Maria Marin.
Vice-presidente da CBF, Fernando Sarney não está entre os apreendidos. Ele foi indicado pela Conmebol para substituir Marco Polo Del Nero no Comitê Executivo da Fifa.
A operação foi executada a pedido da justiça dos Estados Unidos, sete meses depois da primeira onda de detenções de 18 pessoas - incluindo dirigentes da Fifa - por fraude, corrupção e lavagem de dinheiro.
Joseph Blatter, presidente demissionário e atualmente suspenso da Fifa, não está entre as pessoas procuradas em Zurique, segundo o jornal.
As detenções começaram às 6h (3h de Brasília) no hotel Baur au Lac, o mesmo local onde ocorreu a primeira série de detenções em 27 de maio.
De acordo com o jornal, a operação tem como alvos dirigentes da América do Sul e América Central.
O NYT, que citou fontes anônimas, informou que a justiça americana deve apresentar acusações nesta quinta-feira.
Assim como aconteceu em maio, a operação acontece no momento em que a Fifa reúne seu comitê executivo durante dois dias, 2 e 3 de dezembro, em Zurique.
"A Fifa está a par das ações realizadas hoje pela justiça americana. A Fifa continuará cooperando plenamente com a justiça americana dentro da lei suíça, assim como dentro da investigação realizada pelo Ministério Público suíço", afirma a entidade em um comunicado.
A Fifa completou que não fará nenhum comentário sobre os acontecimentos desta quinta-feira.
Uma entrevista coletiva está programada para o fim da reunião do comitê executivo nesta quinta-feira, mas não foi possível confirmar se está mantida.
Ironia do destino, o encontro do comitê executivo em curso tinha como objetivo abordar as reformas planejadas pela Fifa para ganhar credibilidade.
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