sexta-feira, 11 de setembro de 2015

Levy pede que País não seja míope em relação à crise

Escalado pelo Planalto para tranquilizar o mercado financeiro, o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, disse ontem que o País não pode “ser vítima de uma miopia” ao tratar do aumento de impostos e ponderou que um “esforço adicional” será necessário para garantir a retomada do crescimento.
Nos últimos dias, o governo sofreu fortes críticas, principalmente do seu aliado PMDB, por causa de propostas de elevar ou criar tributos extras, como a volta da CPMF, aumento do Imposto de Renda e da Cide (tributo cobrado sobre combustíveis).
Na entrevista encomendada por Dilma, Levy deu demonstrações de que permanece no governo, por ora. Pouco antes de sua fala, integrantes do próprio governo afirmavam que ele poderia fazer algum anúncio ou dar mensagem de impacto. Nenhuma das duas coisas ocorreu.
A fala do ministro acabou não agradando o mercado, que esperava a divulgação de algo mais concreto. A expectativa é que o governo comece a anunciar hoje as primeiras medidas de cortes de gastos: deverá extinguir pelo menos mil cargos de confiança e revisar contratos com prestadores de serviço do Executivo.
Emergência
Em reunião de emergência convocada para discutir o rebaixamento, Dilma mandou que sua equipe preparasse propostas de cortes. Uma parte seria divulgada esta semana. A outra parte, no início da semana que vem.
No encontro, Dilma avaliou, conforme relatos, que o cenário não é “catastrófico” e pediu “unidade” no discurso de defesa do ajuste fiscal, além de “agilidade e urgência” na definição de medidas de redução de despesas.
Segundo assessores, o governo reconheceu que sua estratégia estava errada em falar primeiro de aumento de impostos, para só depois definir medidas de redução de despesas da União.
Dilma determinou ainda a seus ministros fazer uma revisão em programas sociais, procurando melhorar a gestão desses recursos.
Na entrevista de ontem, Levy defendeu a necessidade de aumentar tributos. “A gente não deve ser vítima de uma miopia na questão dos impostos”, afirmou. Logo depois, justificou a necessidade de um “esforço adicional” como forma de “garantir que o País seja seguro para investidores, para trabalhadores”. (Folhapress)

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