Em entrevista à Folha de S.Paulo e a outros dois jornais, Dilma afirmou que a reforma administrativa anunciada pelo Palácio do Planalto vai cortar, além de dez ministérios, 1 mil dos cerca de 22,5 mil cargos de confiança existentes hoje.
A presidente reconhece que as mudanças vão trazer alguma dificuldade política, mas afirmou que é necessário fazê-las. Ninguém, porém, será preservado dos cortes, nem mesmo seu partido, o PT. "Vamos passar todos os ministérios a limpo", disse ela.
Dilma fez um forte desagravo a dois de seus principais aliados políticos: o vice-presidente Michel Temer (PMDB), que devolveu parte da articulação política à presidente, e ao ex-presidente Lula.
Questionada sobre a frase dada pelo vice de que era preciso "alguém" para reunificar o país, a petista afirmou haver muita "intriga" no ar. "Não acho que o Temer falou com a intenção que atribuíram a ele. Ele é de extrema lealdade comigo", defendeu. "A primeira fase da articulação política (com a aprovação do ajuste fiscal) é um sucesso."
Sobre Lula, disse não achar "correto atitudes de tentar diminuí-lo", de tentar "envolvê-lo. "Passam de todos os limites", disse ela, referindo-se à bomba lançada contra o Instituto Lula e ao boneco do presidente lançado durante as manifestações de 16 de agosto com roupa de presidiário.
Para a petista, atos de intolerância são inadmissíveis e "fascistas".
Dilma Rousseff afirmou, ainda, que ninguém pode interromper o processo da Lava Jato, mas defendeu que, quanto mais rápidas e efetivas forem as investigações, melhor.
LEVY - A presidente mostrou-se chocada com os rumores espalhados no mercado financeiro nesta segunda de que seu ministro da Fazenda, Joaquim Levy, estaria de saída do cargo pelo fato de ter viajado para os Estados Unidos inicialmente sem compromissos oficiais.
"Isso é mentira. Ele foi ver a menina dele (filha), que vai morar na China."
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