O vice-líder do governo na Câmara, Sílvio Costa (PSC-PE), disse nesta sexta-feira,
17, que pedirá o afastamento temporário de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) do cargo
de presidente da Câmara. Segundo ele, Cunha não tem condições morais de
continuar no comando da Casa.
Costa explicou que, no caso, vai atuar como parlamentar e não como vice-líder
do governo. O afastamento será enquanto durarem as investigações da Operação
Lava Jato, em que Cunha teve o nome envolvido. “Do ponto de vista legal,
Cunha tem a seu favor a presunção da inocência, mas do moral, perdeu as
condições de ocupar a presidência”, disse.
“Vou verificar do ponto de vista jurídico, para ver se cabe pedido de impeachment
do presidente da Casa”, anunciou. Na mesma linha de Silvio Costa, o deputado
Ivan Valente afirmou que acreditar que Cunha não tem mais “condições” de comandar
a Câmara.
“Nesse momento, fica claro que ele não tem mais condições de representar a instituição.
Como é que ele vai hoje em cadeia nacional de rádio e TV fazer um balanço de sua
gestão quando pesam contra ele graves acusações”, questionou o parlamentar do PSOL,
citando o pronunciamento que o peemedebista fará na noite desta sexta,
para apresentar à população um resumo de seu primeiro semestre como presidente.
Ivan Valente também criticou a postura de Cunha, de anunciar rompimento com o
governo após a divulgação da delação de Júlio Camargo.
Eduardo cunha teria recebido US$ 5 milhões em propina para viabilizar um contrato
de navios-sonda da Petrobras para a empresa Toyo Setal, segundo denúncia feita
pelo empresário Júlio Camargo em depoimento ontem (16) ao juiz Sérgio Moro,
da 13ª Vara Federal de Curitiba, responsável pelas investigações da Operação Lava Jato.
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