quinta-feira, 11 de junho de 2015

Deputados evangélicos defendem repressão policial na Parada Gay

Parlamentares recomendarão aos órgãos de segurança pública que coíbam condutas de “ultraje ao culto” (Foto: Roberto Soares)Manifestações que atentem contra o sentimento religioso na Parada da Diversidade em Pernambucodevem ser reprimidas pela polícia. Foi essa a tese defendida por parlamentares evangélicos no Plenário da Assembleia nesta quarta (10). A partir do pronunciamento do deputado Pastor Cleiton Collins (PP), os deputados anunciaram que recomendarão aos órgãos de segurança pública que coíbam condutas de “ultraje ao culto”, crime previsto no Código Penal. A posição do grupo é uma reação ao episódio ocorrido no evento de São Paulo, no último fim de semana, em que um participante desfilou crucificado e vestido como Jesus Cristo.
Cleiton Collins informou que, junto com a bancada evangélica da Assembleia de São Paulo, os pernambucanos denunciarão líderes do movimento LGBT paulista ao Ministério Público Federal. “Gostaria de convidar militantes do movimento LGBT e membros da organização do evento para que possamos dialogar democraticamente sobre as manifestações”.
Em apartes, vários deputados endossaram a postura de Collins. “Se isso acontecer em Pernambuco, vai ser usada força policial, porque é lei”, afirmou Adalto Santos (PSB). “Todos têm direito de se manifestar, mas o incidente de São Paulo foi caso de polícia,” declarou Joel da Harpa (PROS). “Deve-se usar, sim, a força policial, o quanto necessário”, exclamou Dr. Valdi (PP). “O ocorrido foi um vexame brasileiro”, comentou Professor Lupércio (SD). Já Odacy Amorim (PT) ponderou. “Defendemos a liberdade de expressão, mas é preciso cuidado com excessos nas manifestações”, salientou.
Edilson Silva (PSOL) concordou com a ideia de procurar o Ministério Público, mas fez críticas à ideia de usar a força policial durante o evento. Teresa Leitão (PT) julgou “intolerante” a pauta dos evangélicos. “Farei ofício ao Governo do Estado para que polícia não seja objeto de incitação da ira, mas ferramenta de proteção dos cidadãos”, afirmou. Sílvio Costa Filho (PTB) considerou que a discussão “apequena o papel do parlamento, que tem temas desafiadores a tratar”.
Cleiton Collins ainda informou que a bancada está acompanhando a aprovação do Plano Estadual de Educação. O documento, em tramitação na Alepe, prevê ações ligadas à identidade de gênero e à situação educacional de travestis. “Queremos evitar pontos que produzam embates desnecessários, já superados na discussão do Plano Nacional”, enfatizou.

Nenhum comentário:

Postar um comentário