Relatório interno da ONU conclui que centenas de mulheres que vivem na pobreza mantêm relações sexuais com os soldados em missões de manutenção de paz.
Segundo a agência Reuters, centenas de mulheres questionadas no Haiti e na Libéria, nomeadamente, admitiram ter sido levadas pela fome, pobreza e pela tentativa de melhorar a qualidade de vida a vender sexo aos capacetes azuis, o que mostra que a prática é recorrente mas tem sido frequentemente ignorada nos relatórios das Nações Unidas.
Já a Associated Press apresenta dados mais recentes: só em 2014, 231 pessoas no Haiti confessaram ter trocado sexo por dinheiro ou outros bens. "Em caso de não haver pagamento, algumas mulheres ficam com os distintivos dos soldados e ameaçam revelar as suas infidelidades nas redes sociais", explica o documento citado pela AP.
Por sexo, os capacetes azuis trocam dinheiro, comida, joias ou até telemóveis. Ainda assim, o relatório da ONU refere que, apesar de os casos de exploração sexual não terem sido merecido a devida atenção, aqueles que chegam ao conhecimento interno estão a diminuir. Em 2014, foram recebidas 51 queixas, o que significou uma ligeira diminuição em relação às 66 efetuadas no ano anterior. A ONU sublinha ainda que, na última década, houve um aumento substancial no número de capacetes azuis em missões de paz por todo o mundo, mas que esse aumento foi acompanhado também por uma significativa redução dos casos reportados de abuso e exploração sexual.
A ONU tem, na atualidade, 125 mil capacetes azuis destacados em vários países por todo o mundo.
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