domingo, 3 de maio de 2015

ONU teme colapso do Iêmen em poucos dias

Crianças brincam em entulho após ataques sauditas em Sanaa, capital do Iêmen, nesta sexta (1º) (Foto: Hani Mohammed/AP)
O coordenador humanitário da ONU para o Iêmen alertou neste sábado (2) para a queda nas reservas de combustível e de alimentos no país, o que provoca o temor de colapso das infraestruturas básicas em poucos dias.
"Os serviços que ainda funcionam, em termos de saúde, água e comida, estão desaparecendo porque o petróleo não chega mais ao país", advertiu Johannes van der Klaauw em uma entrevista à AFP em Djibuti, onde aguarda para poder retornar ao Iêmen.
O funcionário da ONU prevê que, caso nada seja feito a respeito, a situação humanitária no país pode sofrer uma rápida deterioração.
"Sem petróleo, os hospitais não podem funcionar, as ambulâncias não podem rodar e a água não pode ser bombeada no sistema de distribuição. A rede de telecomunicações corre o risco de parar. Tudo isto é muito preocupante. Se nada for feito nos próximos dias para a chegada de petróleo e alimentos, o Iêmen vai parar totalmente", completou.
O envio de combustível e ajuda humanitária é complicado pelos riscos ligados aos combates e pelo embargo de armas ao Iêmen, que exigem um controle rígido dos cargueiros.
Klaauw pediu a adoção de "pausas humanitárias", sobre as quais o Conselho de Segurança não conseguiu chegar a um acordo na sexta-feira em Nova York.
O conflito no Iêmen deixou 1.200 mortos e 5.000 feridos, segundo um balanço dos hospitais do país, mas a ONU teme que o balanço real seja ainda maior.

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