Das 13 patrocinadoras oficiais da CBF, a Nike foi a primeira com que fechou contrato, em 1996. A relação motivou a criação da CPI da Nike, em 2001, pela Câmara Federal. Hoje, o acordo com a empresa de marketing esportivo continua em vigor e a CBF tem mais 12 parceiros comerciais com o direito de associar a marca da Seleção Brasileira a seus produtos.Pelos contratos com os patrocinadores, a CBF recebe em torno de R$ 400 milhões por ano. Para um ex-dirigente da CBF, ouvido pelo Terra , o valor de R$ 40 milhões pagos por apenas um dos patrocinadores "é apenas a ponta do iceberg". "Desvendar essa caixa-preta, aí sim se veria o que é escândalo."
A maioria dos contratos levou a assinatura de Ricardo Teixeira - o presidente da CBF de 1989 a 2012. Quando saiu da entidade, ele deixou uma orientação clara para seus sucessores, José Maria Marin e Marco Polo Del Nero. Os dois poderiam mexer em qualquer setor da CBF, mas não deveriam interferir na secretaria geral, então sob a responsabilidade de Julio Avelleda.Homem de confiança de Ricardo Teixeira e funcionário de carreira da CBF, Julio Avelleda passou a ter relação mais próxima com os patrocinadores e era quem intermediava o contato do ex-presidente com as empresas. Aos poucos, porém, ele foi perdendo espaço na CBF até ser substituído por Walter Feldman, braço direito do atual presidente, Marco Polo Del Nero. Na noite de quarta-feira, no seu segundo comunicado oficial em menos de 24 horas, desde a prisão de José Maria Marin em Zurique.Em Zurique, Marco Polo Del Nero se defendeu voltando-se contra um antigo aliado. Declarou que os acordos com os patrocinadores teriam sido feitos no longo período de Teixeira no comando da CBF. No entanto, pelo menos três desses contratos foram rediscutidos a partir de 2012, quando Marin assumiu a entidade e Del Nero teve atuação destacada como vice-presidente. Os dois dirigentes agiam em conjunto.
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