
auteloso, Luciano Arraes ressaltou que como o estudo foi realizado em uma população diferente, não é possível garantir que a conclusão possa ser aplicada em Pernambuco. “No entanto, é uma possibilidade. No Ceará, eles estão investigando a mesma hipótese. Mas pelos sintomas descritos pelos pacientes daqui, podemos estar lidando com casos de Zika vírus sim”, admitiu.
O médico também considerou plausível a ideia de que o vírus tenha entrado no Brasil durante a Copa do Mundo. “Não há registro da circulação desse vírus por aqui, mas já sabíamos que existia a possibilidade de que os turistas trouxessem variações de doenças para o nosso território”, descreveu. “Para minimizar essa chance, mantivemos um estado de alerta antes, durante e depois da Copa. Mas o pós durou cerca de 30 dias e esse período pode não ter sido suficiente”, acrescentou.
O infectologista lembrou ainda que como o zika vírus tem, entre outros, o Aedes aegypti como vetor, não seria de se estranhar que a nova doença passasse a circular rapidamente entre a população local. Arraes, entretanto, lembrou que a principal preocupação do poder público continua sendo a epidemia de dengue. “O zika vírus tem o quadro auto-limitado. Ou seja, tem começo, meio e fim. Em média, entre três e cinco dias o paciente já ficou bom e sem sequelas”, pontuou.
Por fim, Arraes voltou a orientar a população quanto ao procedimento que deve ser adotado quando houver suspeita de contágio. “Se aparecerem só as manchas no corpo, pode aguardar entre 24h e 48h para saber como a doença vai evoluir. Se vier acompanhada de febre, é importante que o paciente procure uma unidade de saúde rapidamente.”
Zika vírus
O Zika vírus foi isolado pela primeira vez no fim da década de 1940, através de estudos realizados em macacos rhesus que habitavam a floresta de Zika, na Uganda. O primeiro caso bem documentado em um humano data de 1964, com os mesmos sintomas observados atualmente: exantemas (manchas na pele), febre e dor no corpo. O primeiro surto da doença observado fora dos continentes da Ásia e da África foi registrado em 2007, na Oceania. Hoje, se sabe que mosquitos da família aedes (aegypti, africanus, apicoargenteus, furcifer, luteocephalus e vitattus) são os principais vetores da doença, que, de acordo com um único caso documentado em 2008, também pode ser transmitida sexualmente entre os humanos.
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