segunda-feira, 9 de março de 2015

Deputado gaúcho do PP citado na Lava-Jato vai processar Youssef, chora e diz que o partido acabou.


O deputado federal Jerônimo Goergen (PP) anunciou, na manhã desta segunda-feira em seu escritório em Porto Alegre, que irá processar Alberto Youssef após ser citado pelo doleiro como um dos beneficiados no esquema de corrupção da Petrobras. O parlamentar pediu licenciamento da legenda para se defender da acusação, e sustenta que não tem qualquer envolvimento com os desvios revelados pela Operação Lava-Jato. Emocionado, ele chorou e disse que apareceu em um momento em que era deputadoestadual, o que lhe causou estranhamento.
— É colocado o meu nome como recebedor, mas eu nem estava lá (em Brasília) na época. Estou respeitando o Rio Grande do Sul ao me licenciar. Houve uma citação e eu quero que agora o doleiro prove. Até que se entenda o que acontece, é um choque. Provar a inocência é o desafio da minha vida.
Jerônimo Goergen não definiu se seguirá na política depois dos desdobramentos da Lava-Jato, e entende que o Partido Progressista “acabou” devido às revelações da operação. Ele lembrou que a sigla já havia sofrido um duro golpe com a Operação Rodin – que apurou fraude no Detran gaúcho —, e que as esperanças em renovação no PP quase não existem mais.
— Eu acho que o partido acabou. Somos muito desunidos. Essa prática (corrupção) ocorreu no PP, aí está o mensalão, mas eu vejo com estranhamento o fato do meu nome ser relacionado agora em que estou num enfrentamento nacional(com o Executivo e com a direção do PP).
Na delação premiada de Youssef, Goergen aparece no seguinte trecho: “Que havia outros deputados do PP, cuja posição era de menor relevância dentro do partido, que recebiam entre R$ 30 mil e R$ 150 mil por mês; que dentre os deputados que tem certeza que receberam estão Jerônimo Goergen (entre outros)”. Youssef não esclarece se os deputados supostamente beneficiados com a propina eram estaduais ou federais.
— Leva a crer que ele fala da bancada federal. Não sei. Sobre as mesadas, uma hora ele cita R$ 10 mil, outra R$ 30 mil. Eu não o conheço, não o conheço.
O parlamentar afirmou também que está com os sigilos fiscal, bancário e telefônico abertos ao Ministério Público Federal (MPF) para novas investigações.

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