quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015

'Não mereço perdão', disse refém americana em carta a família...

Morte de Kayla Jean Mueller, refém do Estado Islâmico, foi confirmada.
Família divulga carta que ela escreveu enquanto estava presa.



“É difícil saber o que dizer. Por favor, saibam que estou em um local seguro, completamente desarmado e saudável; tenho sido tratada com muito respeito e gentileza (...). Se 'sofri' em toda essa experiência, foi só ao saber quanto sofrimento fiz vocês passarem; nunca vou pedir para me perdoarem, já que não mereço perdão”, disse Kayla Jean Mueller, a refém do Estado Islâmico que foi morta na Síria, em carta escrita à sua família e divulgada nesta terça-feira (10). A família decidiu divulgar a carta depois de confirmar a morte da jovem.
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, também confirmou nesta terça sua morte. Kayla, de 26 anos, era mantida refém na Síria pelo grupo radical Estado Islâmico (EI).
Na semana passada, o grupo anunciou que ela havia morrido em um ataque aéreo realizado pela Jordânia na última quinta-feira (5) e que atingiu o edifício onde que estava sendo mantida em Raqa.
Os radicais disseram que nenhum dos seus combatentes foi morto nos ataques aéreos. Até esta terça-feira, os EUA ainda não haviam confirmado a informação.
Na carta, Kayla falou sobre sua fé: “Lembro da mamãe sempre me dizendo que no final das contas o único que você realmente tem é Deus. Cheguei a um ponto em minha experiência em que, em todos os sentidos do mundo, me rendi ao nosso criador porque literalmente não havia mais ninguém... e com Deus e com as orações de vocês, me senti ternamente embalada em queda livre. Fui mostrada à escuridão, à luz e aprendi que, mesmo na prisão, uma pessoa pode ser livre".
 Kayla também escreveu que era grata a essa descoberta e que rezava todos os dias. Disse que pensava muito no que sua família representava para ela.
“Tive muitas horas para pensar sobre como só na sua ausência finalmente entendi, aos 25 anos, o lugar que vocês têm na minha vida”, escreveu.
 A refém também pediu à família que não se preocupasse em negociar sua libertação, e que estava “lutando” do jeito que podia para isso.
“Não vou desistir, não importa quanto tempo leve (...). Por favor, sejam pacientes e entreguem sua dor a Deus. Sei que vocês querem que eu seja forte. E isso é exatamente o que estou fazendo. Não tenham medo por mim, continuem a rezar como eu vou fazer e, pela vontade de Deus, nós estaremos juntos em breve”, termina a carta.

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