Acho que o ministro foi infeliz no uso do adjetivo. Agora, o fato é que tanto o ministro como todos os setores estão comprometidos com uma melhoria das condições fiscais do país. Ela é, hoje, a desoneração da folha, uma realidade.
O que nós garantimos é que haja um reajuste nas condições. Será sempre um instrumento que não é um instrumento pura e simplesmente de ajuste fiscal. É um instrumento que vai permanecer. Agora, em certas conjunturas, tem de ser reajustado, ou para cima, ou para baixo.
Agora, foi para cima", afirmou a presidente. Nesta sexta-feira, Joaquim Levy tinha afirmado que “havia uma relativa ineficiência da desoneração, que não alcançou desenho projetado. A intenção era boa. A execução foi a melhor possível, mas essa política não deu resultados e mostrou-se extremamente cara”.
Ela afirmou ainda que o Brasil vai sair logo da crise. "Pode ter certeza que o Brasil vai sair dessa crise, vai sair ainda mais forte. Até porque o Brasil tem fundamentos sólidos. Nós passamos por dificuldades conjunturais. E isso garantirá que o país sairá um outro patamar, podendo continuar a crescer, garantindo os empregos que nós criamos e garantindo a renda que nós conquistamos", enfatizou.
A presidente brasileira foi indagada se estaria reconhecendo os erros da política econômica anterior com esta nova equipe. "Quando a realidade muda, a gente muda. É impossível achar, por exemplo, que a tarifa de energia decorre de erros. A tarifa de energia decorre das chuvas. Quando aumenta a chuva, diminui a tarifa de energia porque entra a energia hidrelétrica".
Sobre a parceria com o Uruguai, Dilma disse que o projeto vai beneficiar os dois países. "Trata-se da integração do sistema elétrico. Veja você que junto com esses cataventos, esses moinhos de vento, como dizem os uruguaios, nós vamos ter também uma linha de transmissão que vai permitir que, no Brasil e no Uruguai, nós construamos um sistema interligado de geração de energia que vai dar mais segurança para as nossas populações e uma energia de melhor qualidade e mais barata".
"E nós temos sempre que olhar aqui, a América Latina, e olhá-la como um continente. Um continente que pode ser integrado por várias nações e por sistemas comuns, como é o de energia elétrica... Aqui está sobrando água. No Rio Grande Sul, em todo o Sul do Brasil, está sobrando água. No Sudeste está faltando água, no Nordeste está faltando água, no Norte do Brasil tem água. Então o que eu quero dizer com isso? Que se você, cada vez mais, interligar essas regiões, criar redes de transmissão que levem energia de um lado para o outro, melhora. No passado, quando nós começamos esse processo, tinha água no Brasil e faltava água na Argentina e no Uruguai. Agora, inverteu. Então o que nós temos de ter é uma ação conjunta comum, para garantir que haja um sistema elétrico latino-americano de qualidade", acrescentou.
Dilma falou ainda da sensação de passar o último dia com o presidente Mujica. "A minha sensação é uma sensação, eu vou te dizer, estratégica porque eu acredito que o presidente Mujica representa o que há de melhor na América Latina. Uma liderança com compromisso com seu povo e com todo o povo Latino Americano. E ao mesmo tempo uma pessoa encantadora, como vocês já viram aqui. Uma pessoa que está à frente do seu tempo, e isso é algo muito importante porque um país e um continente se desenvolvem se tem utopias. E o presidente Mujica é um presidente que tem a realidade e a utopia compartilhadas".
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