terça-feira, 30 de abril de 2019

BOLSONARO: O PRESIDENTE FANTASMA

quarta-feira, 24 de abril de 2019

Em Portugal, Moro bate, Sócrates devolve

O ministro Sérgio Moro (Justiça e Segurança Pública) bateu e levou em Lisboa. Durante o VII Fórum Jurídico da capital portuguesa, o ex-juiz da Operação Lava Jato apontou ‘alguma dificuldade institucional’ no sistema processual de Portugal e citou nominalmente o ex-primeiro-ministro luso, José Sócrates, alvo da Operação Marquês, que investiga suspeitas de corrupção. Sócrates não se inibiu e deu o troco, em declaração ao site jurídico Migalhas.
“O que o Brasil está a viver é uma desonesta instrumentalização do seu sistema judicial ao serviço de um determinado e concreto interesse político. É o que acontece quando um ativista político atua disfarçado de juiz.”
A refrega aconteceu em Lisboa.
Primeiro, Moro declarou. “É famoso o exemplo envolvendo o antigo primeiro-ministro José Sócrates [na Operação Marquês], que, vendo à distância, percebe-se alguma dificuldade institucional para que esse processo caminhe num tempo razoável, assim como nós temos essa dificuldade institucional no Brasil.”
Ao retrucar Moro, via Migalhas, o ex-primeiro-ministro luso foi enfático. Sócrates citou uma série de ocorrências da Operação Lava Jato até a condenação do ex-presidente Lula no processo do triplex dos Guarujá, litoral Norte de São Paulo.
Moro impôs a Lula 9 anos e seis meses de reclusão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, pena ampliada depois pelos desembargadores do Tribunal Regional Federal da 4.ª Região (TRF-4) para 12 anos e um mês.
O petista cumpre a pena desde 7 de abril de 2018 em uma ‘sala especial’ na sede da Superintendência Regional da Polícia Federal em Curitiba.
Retrucando Moro, o ex-primeiro-ministro declarou.
“O juiz valida ilegalmente uma escuta telefônica entre a Presidente da República e o anterior Presidente. O juiz decide, ilegalmente, entregar a gravação à rede de televisão globo, que a divulga nesse mesmo dia. O juiz condena o antigo presidente por corrupção em “atos indeterminados”. O juiz prende o ex- presidente antes de a sentença transitar em julgado, violando frontalmente a constituição brasileira. O juiz, em gozo de férias e sem jurisdição no caso, age ilegalmente para impedir que a decisão de um desembargador que decidiu pela libertação de Lula seja cumprida.
O conselho de direitos humanos das Nações Unidas decide notificar as instituições brasileiras para que permitam a candidatura de Lula da Silva e o acesso aos meios de campanha. As instituições brasileiras recusam, violando assim o Pacto Internacional sobre os Direitos Civis e Políticos que o Brasil livremente subscreveu. No final, o juiz obtém o seu prémio: é nomeado ministro da justiça pelo Presidente eleito e principal beneficiário das decisões de condenar, prender e impedir a candidatura de Lula da Silva.
O espetáculo pode ter aspectos de vaudeville mas é, na realidade, bastante sinistro. O que o Brasil está a viver é uma desonesta instrumentalização do seu sistema judicial ao serviço de um determinado e concreto interesse político. É o que acontece quando um ativista político atua disfarçado de juiz. Não é apenas um problema institucional, é uma tragédia institucional. Voltarei ao assunto.

Bancada Evangélica vai apresentar projeto que criminaliza a homossexuali...

Bancada evangélica vai apresentar projeto que criminaliza a homossexualidade

A bancada evangélica deve apresentar nas próximas semanas na Câmara dos Deputados um projeto que criminaliza a homofobia no Brasil.
A Parada do Orgulho LGBT de 2014O deputado Marco Feliciano (Pode-SP) foi incumbido pelo grupo de elaborar a proposta e deve apresentar o resultado nesta quarta (24) aos colegas. A ideia é que todos subscrevam o projeto.
Ele prevê que a homofobia seja enquadrada como um crime de racismo —ressalvando a liberdade de consciência e religiosa, diz o parlamentar.
“Se eu estou com a minha família em um restaurante, um casal está se beijando ao meu lado e eu levanto e saio, sem agredir ninguém, não posso ser tido como criminoso”, exemplifica Feliciano.
As igrejas também poderiam seguir falando sobre o assunto em tom crítico.
A iniciativa é uma resposta ao STF (Supremo Tribunal Federal), que no começo do ano começou a julgar a criminalização da homofobia mas suspendeu a votação.

terça-feira, 23 de abril de 2019

Homem confessa ter matado menina de 6 anos por vingança após festa, diz polícia

O homem de 28 anos apontado como autor do homicídio da menina Kauani Cristhiny Soares Rodrigues, de seis anos, confessou à polícia que tirou a criança dormindo de uma casa e a matou por vingança. A informação foi confirmada pela Polícia Civil nesta terça-feira (23). 


Delegado fala sobre o corpo de menina que foi encontrado na vala, em Mongaguá

O corpo da menina foi encontrado seminu em uma vala em Mongaguá, no litoral de São Paulo. A suspeita é que ela também tenha sido estuprada antes de morrer.
Em depoimento à polícia, o homem afirmou que houve um desentendimento durante uma festa na casa onde a garota vivia e que, por isso, acabou ficando 'revoltado' e 'descontrolado'. Ele não soube explicar o que ocorreu, de fato, para que a confusão iniciasse, mas disse que a discussão começou por conta do excesso de bebida.
Segundo informações da polícia, o suspeito teria carregado a criança nos braços, ainda dormindo, e a levado até a vala, onde ocorreu o homicídio. Durante novo depoimento, ele afirmou que esganou a menina e a jogou no local. Apesar de negar, a polícia afirma que há indícios de que a criança, que foi encontrada seminua, acabou sendo estuprada. Exames já foram solicitados.
Segundo o delegado titular da Delegacia de Polícia de Mongaguá, Rui de Matos, duas vítimas informaram terem sido estupradas pelo homem. De acordo com ele, a polícia só saberá se houve estupro após o resultado do exame de corpo de delito, que deverá ser divulgado ainda nesta terça-feira.
O corpo foi localizado no início da noite de segunda-feira (22), seminu, em uma vala em meio a uma região de mata às margens da avenida Sorocabana. O local fica a aproximadamente 10 quadras do imóvel em que ela morava com a mãe e o irmão, na avenida Governador Mario Covas Júnior, no Parque Marinho, onde a menina foi vista pela última vez.
O suspeito é morador de rua e foi identificado após imagens de câmeras de monitoramento, que registraram movimentação suspeita na ocasião do sumiço, na madrugada de quarta-feira (17). Quando abordado pelos investigadores, ele afirmou inicialmente que deixou a menina viva na vala, mas negou que tenha a estuprado ou ocasionado algum ferimento.
Os policiais apuraram que na noite anterior ao desaparecimento o homem esteve na residência da menina, onde ocorreu uma festa. A família de Kauani vive em um imóvel ocupado, que anteriormente era utilizado como um restaurante. Naquela madrugada, ele disse que estava bêbado e saiu do imóvel levando a menina, mas não disse o motivo.
O corpo da menina foi encaminhado ao Instituto Médico Legal (IML) de Praia Grande, onde os exames vão determinar se a menina foi também abusada sexualmente, uma vez que estava parcialmente vestida quando foi encontrada pelos policiais na mata.
Kauani desapareceu enquanto dormia na madrugada de quarta-feira (17). Por volta das 2h, a mãe notou que a filha não estava no quarto e que a porta da frente da casa estava aberta. A residência localiza-se no bairro Parque Marinho, nas proximidades plataforma de pesca.
"Quando foi 1h, o meu outro filho começou a chorar e eu fui botar ele pra dormir comigo. Quando fui colocá-lo de volta na cama dele, às 2h, a cama da Kauani estava vazia, ela tinha sumido e a porta da frente da casa estava aberta", relatou a mãe, que acreditava em sequestro.
Diana acionou a Polícia Militar e, desde então, familiares, conhecidos e voluntários faziam buscas pela menina pelo município. Um boletim de ocorrência de desaparecimento foi registrado no 2º Distrito Policial de Mongaguá, que passou a investigar o caso.
No domingo (21), o delegado Francisco Wenceslau, titular do 2º DP, relatou as linhas de investigação que tinham sido traçadas e revelou que cães farejadores seriam utilizados para auxiliar nos trabalhos. A equipe dele também analisou imagens de câmeras de monitoramento.

Cinco militares do Exército são condenados por desvio de R$ 11 milhões

Resultado de imagem para 5 militares do exercitos presos 5 milhoesCinco militares do Exército foram condenados ontem (22), em primeira instância, a penas que variam de 5 a 16 anos de reclusão.
De acordo com denúncia do Ministério Público Militar (MPM), eles desviaram R$ 11 milhões de obras do Instituto Militar de Engenharia (IME), localizado na Urca, no Rio de Janeiro. Dois empresários também foram condenados no mesmo processo.
A sentença é assinada pelo juiz federal da Justiça Militar da União, Sidnei Carlos Moura. As investigações do MPM apontaram fraudes em um convênio firmado entre o IME e o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT). Nos anos de 2004 e 2005, os militares atuaram administrativamente para desviar os recursos em um esquema que envolveu ainda empresas de fachada.
"Verificou-se que foram produzidos ilicitamente 88 processos licitatórios direcionados a determinado grupo de empresas, através de pagamentos antecipados, indevidos e sem a correspondente comprovação da execução dos serviços contratados, objetivando-se o efetivo desvio de recursos públicos", esclarece a sentença.
Condenações
O coronel Paulo Roberto Dias Morales e o capitão Washington Luiz de Paulo foram condenados a 16 anos de reclusão. Já o coronel Cláudio Vinícius Costa Rodrigues, o coronel Ronald Vieira do Nascimento e o capitão Mário Vancler Augusto Geraldo foram sentenciados respectivamente a 11, 8 e 5 anos de reclusão. Também foi imposta pena de 10 anos aos empresários Edson Lousa Filho e Marcelo Cavalheiro. Todos eles poderão recorrer em liberdade.
Na ação, movida em 2010, o MPM denunciava ainda outras oito pessoas. Duas delas morreram durante a tramitação do processo e uma teve seu nome excluído após obter um habeas corpus do Superior Tribunal Militar (STM). As outras cinco foram absolvidas.

Papagaio avisa sobre chegada de policiais em ponto de tráfico e acaba apreendido

A Polícia Militar de Teresina, no Piauí, apreendeu nessa segunda-feira (22) e encaminhou para a Central de Flagrantes local um papagaio em uma casa que funcionaria como ponto de venda de drogas na Vila Irmã Durce, zona sul da cidade, de acordo com informações do G1.
Crédito: Divulgação/ Polícia Militar Ambiental
Segundo a reportagem, o pássaro avisou os donos sobre a chegada da PM, gritando “Mamãe polícia”, o que deixou os militares impressionados. “Ele deve ter sido treinado para isso. Começou a gritar assim que os policiais se aproximaram”, contou o major Mello, do 17º Batalhão da Polícia Militar ao G1.
Ainda de acordo com a reportagem, a dona do papagaio seria uma mulher conhecida como ‘Índia’, que foi presa duas vezes por tráfico de drogas. Na casa, os policiais prenderam Edvan, de 30 anos, marido de Índia, ao encontrá-lo com porções de crack. Uma menina de 16 anos, filha do casal, também foi apreendida. Ela estava com porções de maconha dentro de roupas íntimas, mas acabou liberada após assinar um Termo Circunstanciado de Ocorrência.
O papagaio será encaminhado ao Zoobotânico de Teresina.

Bolsonaro se recusa a enquadrar filho, que reabre crise com Mourão

As novas e mais incisivas críticas de Carlos Bolsonaro ao vice-presidente, Hamilton Mourão, reabriram a crise que o núcleo militar do governo via como ultrapassada na noite de segunda (22).
Bolsonaro e Mourão durante evento de hasteamento da bandeira no AlvoradaO problema, apontam generais que atuam como bombeiros no episódio, é que o presidente Jair Bolsonaro (PSL) se recusou a incluir o filho vereador pelo PSC carioca na leve reprimenda que fez ao escritor Olavo de Carvalho, o guru da ala que se diz ideológica do bolsonarismo, pelo vídeo em que Mourão e os militares são criticados.
A peça foi postada no canal do YouTube de Bolsonaro durante o fim de semana, só sendo retirada no fim de domingo. Carlos também a repostou. Os militares, especialmente os da ativa, viram nos fatos um recado à movimentação política fluida de Mourão, que a família de Bolsonaro vê como interessado em derrubar o presidente.
Segundo a Folha apurou com integrantes do governo, o presidente também manteve inalterado o acesso de Carlos às suas redes sociais. Bolsonaro costuma ter primazia sobre sua conta no Twitter, mas o Facebook e o YouTube são canais em que o filho reina quase sozinho.
Para oficiais generais que buscam apaziguar a mais explosiva crise interna do bolsonarismo no poder, a saída ideal seria o presidente declarar que o filho tem direito à sua opinião, mas que ela não reflete o que pensa o pai. Mas a nota lida pelo porta-voz, Otávio do Rêgo Barros, apenas tratou de dizer que Olavo, elogiado como patriota, talvez atrapalhasse o governo com suas declarações.
Bolsonaro foi intransigente, lembrando o que já disse em público: que considera Carlos um dos principais responsáveis por sua eleição, ao comandar sua estratégia digital, e que o filho mereceria uma cadeira no ministério.
Mourão tem agido com cautela no episódio. Tratou de criticar Olavo, mas não Carlos, publicamente. No fim de semana, falou ao telefone sobre amenidades com o presidente e, na manhã desta terça (23), participou ao lado dele de reunião ministerial no Palácio do Planalto.
No encontro, ninguém tocou no episódio. Bolsonaro apenas pediu genericamente alinhamento de discurso entre as várias instâncias do governo, agindo mais como animador de torcida em um dia crucial para a área econômica, com a votação da admissibilidade da reforma da Previdência na Câmara.
O vice-presidente tem se movimentado como alguém em busca de protagonismo, liderando encontros com empresários, investidores e embaixadores. Foi aos EUA para um giro no qual participou do evento pelo qual foi criticado agora por Carlos, já comandou delegação negociando a crise venezuelana.
Tal visibilidade fez interlocutores frequentes de Mourão, como o general Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional) recomendar mais discrição ao vice. Heleno assim repetiu seu papel de intermediário já exercido durante a campanha eleitoral, em especial após a facada de 6 de setembro em Juiz de Fora que tirou Bolsonaro das atividades públicas.
A resistência de Bolsonaro a enquadrar o filho é vista como um assunto delicado de família pelos militares. Muitos consideram que o presidente tem uma dívida com o filho que remonta à campanha eleitoral municipal do Rio em 2000.
Ali, ele lançou o então adolescente Carlos, de 17 anos, para barrar a ida de votos no sobrenome Bolsonaro para sua ex-mulher, Rogéria, que buscava a reeleição na Câmara local. Além disso, como o presidente sempre lembra, foi Carlos quem coordenou sua presença em redes sociais de forma efetiva nos anos que antecederam a campanha de 2018.

Ministro da Educação diz que tem a bíblia como referência!

quarta-feira, 10 de abril de 2019

Quem sabe ler e escrever não vota no PT, diz ministro da Educação

Educação, Abraham Bragança de Vasconcellos, PosseBrasília — Novo ministro da Educação, Abraham Weintraub afirma que ficará vigilante a “tudo que sair” da pasta, como livros didáticos, e estará atento a “sabotagens”. Ele nega, porém, que haverá perseguição no MEC. “Não sou caçador de comunistas”, disse.
O ministro afirmou que trabalhará para entregar o que está no plano de governo e não fará, por ora, mudança no Fies ou no ProUni. “Chega de solavanco.”
Tema do programa de Bolsonaro, a disciplina nas escolas é alvo de preocupação. Ele defende que professores agredidos em sala de aula chamem a polícia e que os pais sejam processados e, “no limite”, percam o Bolsa Família e a tutela das crianças infratoras.
“Temos de cumprir leis ou caminhamos para barbárie. Hoje há muito o ‘deixa disso’, ‘coitado’. O coitado está agredindo o professor”, disse, frisando que ainda não há medidas previstas para enfrentar o problema.
Weintraub diz que o cronograma do Enem será cumprido e que Bolsonaro não lerá antes as questões da prova. “Se sair um Enem todo errado, sou o culpado e tem de me dar reprimenda ou me tirar do cargo.”
Sua indicação é uma vitória de Olavo de Carvalho?
Bolsonaro é uma bandeira. Atrás dela, há vários grupos: monarquistas, militares, evangélicos, liberais, olavistas. Eu e meu irmão (Arthur, assessor da Presidência) temos bom trânsito em todos. Não estou no grupo (de olavistas). Olavo tem ótimas ideias, mas não concordo com tudo. Falar que não tem grande papel na mudança de pensamento no Brasil é loucura.
E se Olavo criticar uma escolha do senhor para o MEC?
Paciência. Não senti pressão nenhuma até agora. O presidente me deu carta branca para formar o time. Ele me pediu para entregar tecnicamente os melhores resultados. Não estou lá para fazer barulho.
Qual o principal problema a ser enfrentado na Educação?
Há várias coisas da agenda com atraso no cronograma. Vélez saiu por isso. Não porque foi pego em escândalo ou por não ter capacidade intelectual.
O senhor defende o enfrentamento ao “marxismo cultural”. Como propõe fazer isso?
No curto prazo, tomando cuidado com tudo o que sair do MEC, como livros didáticos. Estamos preocupados com vazamentos, com sabotagens. Mas não estou indo caçar ninguém. Não sou caçador de comunistas. Não gosto do comunismo, mas aceito o comunista. Quero a redenção dele.
O que isso quer dizer?
Quero convencer pela lógica. A pessoa não é má pura e simplesmente. Está envolvida numa mentira e aquilo é uma realidade para ela. Precisamos explicar que é uma ideologia errada.
A estratégia de impedir a volta do PT passa pela Educação?
Sem dúvida. Uma pessoa que sabe ler e escrever e tem acesso à internet não vota no PT. A matemática é inimiga do obscurantismo. Não sou contra petista. Tenho amigos que são petistas. Pessoas boas que não conseguem se livrar.
O sr. é favor de rever a ditadura militar nos livros didáticos?
O momento é de entregar resultado. Não quero entrar na discussão. Evidentemente que houve ruptura em 1964. Mas foi dentro de regras. Houve excessos? Houve. Pessoas morreram? Sim. É errado? É e infelizmente ocorreu. Mas em um dia de protesto na Venezuela morreu mais gente do que no período. As coisas precisam ser contextualizadas.
Houve contrarrevolução. Está documentado. E tem que ser escrito, dito. Por que não? Quando comparamos com o que houve na América Latina não concordo em chamar de ditadura. Houve regime de exceção.
Há problemas graves de aprendizado nas escolas. A prioridade é enfrentar o marxismo cultural?
Quem é o patriarca da educação moderna brasileira? Paulo Freire. Deu certo? O Brasil gasta como países ricos em termos de PIB e nossos indicadores estão muito abaixo da média. A gente gasta bem e os indicadores são ruins.
É por causa de Paulo Freire?
Falar que é uma explicação única seria burrice. Deixa eu sentar lá. Cada dia sua agonia.
Manterá o decreto com o método fônico na alfabetização?
Estou fechando o time e gostaria de ter a opinião da pessoa para a área. O método fônico não estava no plano de governo. Sinto-me à vontade para mudar se for o caso.
A Base Nacional Comum Curricular será modificada? Acabará?
Modificar. Acabar, não. O plano de governo não fala em acabar. Chega de solavanco.
O programa fala sobre manter a disciplina nas escolas. Quais serão as medidas para isso?
No curto prazo, não faremos nada nesse aspecto. Mas sou a favor de seguir a lei. Se o aluno agride, o pai é responsável. O professor tem de fazer boletim de ocorrência. Chama polícia, os pais vão ser processados e, no limite, tem de tirar o Bolsa Família dos pais e até a tutela do filho.
A gente não tem de inventar a roda. Tem que cumprir a Constituição e as leis ou caminhamos para barbárie. Hoje, há muito o “deixa disso”, “coitado”. O coitado está agredindo o professor. Se o professor alegar que não tem apoio do Estado, um recado: o Estado somos nós. “Ah, mas é o PCC (Primeiro Comando da Capital) que está fazendo.” Tem que chamar prefeito, secretário de Educação e enfrentar o problema. Não tem que sentar e achar que nunca vai mudar.
A gráfica do Enem faliu. O cronograma será mantido?
A população não tem que ficar sendo alarmada enquanto a gente acha que consegue entregar no prazo. Vamos resolver.
E se o presidente pedir para ver as questões do Enem?
Falarei que garanto que não haverá problema. Se sair um Enem todo errado, todo torto, sou o culpado e o presidente tem de me dar uma reprimenda ou me tirar do cargo. É assim que funciona. O presidente tem 22 ministros. Não deveria perder tempo com isso.
Qual é o seu plano para as universidades federais?
O Brasil gasta muito e a produção científica com resultados objetivos para a população é baixa. Precisamos escolher melhor nossas prioridades. Não sou contra estudar filosofia, mas imagina a família de agricultores que o filho retorna da faculdade com título de antropólogo? Acho que ele traria mais bem-estar para ele e para a comunidade se fosse veterinário, dentista, professor, médico.
Qual sua visão sobre política de cotas, ProUni e Fies?
Tem de manter. No curto prazo, não podemos bagunçar muito. Estamos mexendo com a vida das pessoas. Temos de fazer movimentos que não impactem de forma dura e negativa. O pagador de impostos tem de ser respeitado.
O sr. pretende respeitar o primeiro colocado na lista tríplice para reitor das universidades?
Está dentro da lei?
O senhor pode escolher qualquer um dentro da lista.
Perfeito. Está respondido. Vou escolher o que achar mais conveniente. Dentro da lei.

Alunos em Santa Catarina Planejavam atentados nas escolas

quinta-feira, 4 de abril de 2019

Livros didáticos vão negar golpe militar e ditadura, diz ministro da Educação

O ministro da Educação, Ricardo Vélez Rodríguez, afirmou que serão feitas mudanças no conteúdo dos livros didáticos do país no que diz respeito ao golpe militar de 1964 e a ditadura que se seguiu durante 21 anos.
Ministro da EducaçãoPara o ministro, não houve golpe, e o regime militar não foi uma ditadura. As declarações foram dadas em entrevista ao jornal Valor Econômico. "Haverá mudanças progressivas [no conteúdo dos livros didáticos] na medida em que seja resgatada uma versão da história mais ampla", afirmou Vélez.
"O papel do MEC é garantir a regular distribuição do livro didático e preparar o livro didático de forma tal que as crianças possam ter a ideia verídica, real, do que foi a sua história."
Segundo o ministro, o golpe em 31 de março de 1964 foi "uma decisão soberana da sociedade brasileira" e a ditadura um "regime democrático de força".
O presidente Jair Bolsonaro (PSL) e um de seus filhos, o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL), já tinham manifestado intenção semelhante, propondo uma revisão histórica do período em livros didáticos. "Um povo sem memória é um povo sem cultura, fraco. Se continuarmos no nosso marasmo os livros escolares seguirão botando assassinos como heróis e militares como facínoras", escreveu Eduardo em rede social, em janeiro. ​​
A entrevista do ministro ao Valor é apenas mais uma polêmica envolvendo diretrizes da Educação no governo Bolsonaro.
O governo já tinha feito mudanças em edital para compra de livros didáticos que deixavam de exigir referências bibliográficas, abrindo brechas para erros e revisionismos. Pressionado, Bolsonaro recuou.
Eduardo já tinha dito também que os professores do ensino médio não deveriam ensinar sobre o feminismo.
Logo após vencer a eleição presidencial, Jair Bolsonaro falou que tomaria conhecimento do conteúdo da prova do Enem antes do exame. O presidente havia contestado algumas perguntas da prova de 2018, segundo ele, com "questões menores" —​acerca de diversidade sexual. Vélez deu aval ao presidente para ter acesso à prova antes de sua realização, o que desafia critérios técnicos e de segurança do exame.
Em meio às polêmicas relacionadas ao conteúdo, o Ministério da Educação passa por uma crise envolvendo seus servidores, divididos entre os de perfil técnico, oriundos em sua maioria do Centro Paula Souza, os indicados por militares e os indicados por Olavo de Carvalho, guru intelectual de Bolsonaro.
O racha resulta em uma série de demissões e desencontros na pasta.

Senhor é humilhado e despido no Banco Santander por um segurança!

segunda-feira, 1 de abril de 2019

Hamas repudia visita de Bolsonaro a Israel e pede “retratação”

São Paulo — O movimento islamita Hamas divulgou nesta segunda-feira (01) uma nota crítica à visita do presidente Jair Bolsonaro a Israel, em um gesto que foi considerado uma “violação às leis e normas internacionais”.
Publicado no site do grupo, que é considerado a maior organização islâmica nos territórios palestinos, o texto repudia a visita de Bolsonaro ao Muro das Lamentações, além da decisão de criar um escritório comercial do Brasil em Jerusalém.
“O movimento Hamas condena veementemente a visita do presidente brasileiro Jair Bolsonaro à ocupação israelense como um movimento que não apenas contradiz a atitude histórica do povo brasileiro, que apoia a luta pela liberdade do povo palestino contra a ocupação, mas também viola as leis e normas internacionais”, diz trecho da nota.
Para eles, Bolsonaro e o Brasil precisam se retratar pela visita. “O Hamas conclama o Brasil a reverter imediatamente essa política que é contra o direito internacional e as posições de apoio do povo brasileiro e dos povos da América Latina”.
O grupo pede, ainda, que outras organizações pressionem o governo do Brasil para reverter a sinalização de que o país está ao lado de Israel na disputa pelo território da região.
“O Hamas chama a Liga Árabe, a Organização da Cooperação Islâmica e todas as organizações internacionais para pressionar o governo brasileiro a derrubar esses movimentos que apoiam a ocupação israelense e fornecem cobertura para seus abomináveis ​​crimes e violações contra o povo palestino”, conclui.

Leia a nota na íntegra

“Sobre a visita do presidente brasileiro à ocupação israelense, o movimento Hamas afirma o seguinte:
O movimento Hamas condena veementemente a visita do presidente brasileiro Jair Bolsonaro à ocupação israelense como um movimentação que não apenas contradiz a atitude histórica do povo brasileiro que apoia a luta pela liberdade do povo palestino contra a ocupação, mas também viola as leis e normas internacionais.
Particularmente, o Hamas denuncia que o presidente brasileiro fez uma visita à Cidade Santa de Jerusalém e ao Muro das Lamentações acompanhado pelo primeiro-ministro das ocupações israelenses. O movimento também condena o plano anunciado de criação de um escritório comercial para o Brasil em Jerusalém.
O Hamas conclama o Brasil a reverter imediatamente essa política que é contra o direito internacional e as posições de apoio do povo brasileiro e dos povos da América Latina. Ressaltamos que essa política não atende à estabilidade e segurança da região e ameaça os laços brasileiros com nações árabes e islâmicas.
Finalmente, o Hamas insta a Liga Árabe, a Organização da Cooperação Islâmica e todas as organizações internacionais a pressionar o governo brasileiro a derrubar esses movimentos que apoiam a ocupação israelense e fornecer cobertura para seus abomináveis ​​crimes e violações contra o povo palestino”.

Visita ao Muro das Lamentações

O presidente Bolsonaro visitou nesta segunda-feira (01), ao lado do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, o Muro das Lamentações, em Jerusalém.
A decisão fez com que ele se tornasse o primeiro chefe de Estado a realizar tal visita ao lado de um primeiro-ministro israelense, segundo o Chancelaria de Israel.
Rompendo com a prática diplomática, Bolsonaro foi ao local mais sagrado do judaísmo com Netanyahu.