sexta-feira, 13 de julho de 2018

Salvo no Rio, Crivella votou por afastamento de Dilma por "grave crise econômica"



Em sessão extraordinária nesta quinta-feira (12), a Câmara de Vereadores rejeitou levar adiante os pedidos de impeachment contra o prefeito do Rio Marcelo Crivella (PRB). Na votação, os parlamentares que apoiam a permanência do prefeito no cargo conseguiram a maioria simples dos votos, com 29 votos contra 16. Quarenta e cinco vereadores participaram da sessão.
Dois pedidos de impeachment haviam sido protocolados na Casa. Em uma reunião antes da votação, os parlamentares acordaram que, se a primeira fosse rejeitada pela Câmara, a segunda seria julgada prejudicada antes mesmo de ser votada. Assim foi feito.
O público ficou dividido em duas galerias: uma pró-Crivella, que chegou cedo e surpreendeu a oposição, e outra com ativistas favoráveis ao impeachment. Do lado de fora, houve empurra-empurra entre os dois grupos, com os manifestantes que não conseguiram senhas para entrar.
Dentro, os debates também foram acirrados: houve muitas vaias em vários momentos. O vereador Otoni de Paula (PSC), que defendeu o prefeito ao microfone, reagiu à plateia "dando uma banana". Depois fez gestos considerados homofóbicos para o público e para David Miranda (PSOL), parlamentar que é gay e defende a bandeira LGBT.
Apesar do processo de impedimento ter sido rejeitado, o Tribunal de Contas do Município decidiu votar as contas de 2017 do prefeito Crivella. Conforme informou o presidente da Câmara, vereador Jorge Felippe (MDB), a sessão extraordinária desta quinta serviu para "deliberar sobre recebimento das denúncias de infração político-administrativa contra o Excelentíssimo Senhor Prefeito".
Vereador Otoni de Paula ridiculariza colega de oposição após defender Crivella em discurso na Câmara na sessão que votou abertura de impeachment (Foto: Willian Corrêa/Globonews)Vereador Otoni de Paula ridiculariza colega de oposição após defender Crivella em discurso na Câmara na sessão que votou abertura de impeachment (Foto: Willian Corrêa/Globonews)

Veja como votou cada vereador
Contra a abertura da investigação:
  • Alexandre Isquierdo (DEM)
  • Carlo Caiado (DEM)
  • Cláudio Castro (PSC)
  • Daniel MArtins (PDT)
  • Dr. Carlos Eduardo (SD)
  • Dr. Jairinho (MDB)
  • Dr. Jorge Manaia (SD)
  • Eliseu Kessler (PSD)
  • Felipe Michel (PSDB)
  • Inaldo Silva (PRB)
  • Italo Ciba (Avante)
  • Jair de Mendes Gomes (PMN)
  • Jones Moura (PSD)
  • Júnior da Lucinha (MDB)
  • Luiz Carlos Ramos Filho (Pode)
  • Marcelino D'almeida (PP)
  • Marcelo Arar (PTB)
  • Otoni de Paula (PSC)
  • Prof. Célio Lupparelli (Dem)
  • Prof. Adalmir (PSDB)
  • Rocal (PTB)
  • Tânia Bastos (PRB)
  • Thiago K. Ribeiro (MDB)
  • Tiãozinho do Jacaré (PRB)
  • Val Ceasa (Patri)
  • Vera Lins (PP)
  • Welington Dias (PRTB)
  • Willian Coelho (MDB)
  • Zico Bacana (PHS)
A favor da abertura da investigação:
  • Babá (Psol)
  • Cesar Maia (DEM)
  • David Miranda (Psol)
  • Fernando Willian (PDT)
  • Leandro Lyra (Novo)
  • Leonel Brizola (Psol)
  • Luciana Novaes (PT)
  • Paulo Pinheiro (Psol)
  • Rafael Aloisio Freitas (MDB)
  • Reimont (PT)
  • Renato Cinco (Psol)
  • Rosa Fernandes (MDB)
  • Tarcísio Motta (Psol)
  • Teresa Bergher (Psdb)
  • Ulisses Marins (PMN)
  • Zico (PTB)
Placar da votação do impeachment no plenário na Câmara do Rio (Foto: Reprodução)Placar da votação do impeachment no plenário na Câmara do Rio (Foto: Reprodução)

Como se deram as denúncias?

A reunião em plenário foi promovida após 17 parlamentares da oposição assinarem requerimento para que a Casa discutisse o impedimento de Crivella.
Horas depois do pedido oposicionista ser protocolado, mais 17 parlamentares - dessa vez da base governista do prefeito - assinaram documento semelhante, para demonstrar "união" e o desejo de derrubar o impedimento.
Os pedidos de impeachment contra o prefeito foram feitos após publicação do jornal "O Globo" revelar ter havido reunião secreta com pastores no Palácio da Cidade, sede do governo, em que o prefeito garantiu soluções para problemas com IPTU e agilidade para cirurgias de catarata.
Em áudio obtido pelo jornal, Crivella diz: "Nós temos que aproveitar que Deus nos deu a oportunidade de estar na prefeitura para esses processos andarem. Temos que dar um fim nisso”.

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