sábado, 29 de junho de 2019

No Moro Eu Não Confio

quarta-feira, 26 de junho de 2019

Senado faz requerimento para ouvir general sobre militar preso com drogas

Minister of Institutional Security Augusto Heleno, is seen before a meeting at the Secretariat of Security and Coordination Presidential Cabinet in BrasiliaBrasília – Os senadores Randolfe Rodrigues (Rede-AP) e Wetervon Rocha (PDT-MA) apresentaram nesta quarta-feira, 26, requerimento para convidar o ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Augusto Heleno, para prestar esclarecimentos à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado sobre o sargento da Aeronáutica preso por transportar drogas na bagagem em avião da Força Aérea Brasileira (FAB).

FAB já abriu o Inquérito Policial Militar (IPM) que vai investigar a prisão do 2º sargento da Aeronáutica, cujas iniciais do nome são M.S.R., em Sevilha, Espanha, na manhã de terça-feira, 25, após ter chegado àquele país, com 39 quilos de cocaína, em sua bagagem pessoal.
Um dos focos da investigação é em relação ao embarque e transporte da droga na aeronave militar que foi para a Espanha, com três equipes de tripulação, que trabalhariam na comitiva do presidente Jair Bolsonaro durante a segunda etapa da viagem para o Japão, onde participará de reunião do G-20.
“Acredito que sua excelência tem alguns esclarecimentos a prestar a este Senado sobre esse gravíssimo evento que envolve, nada mais, nada menos, uma aeronave a serviço da Presidência da República”, afirmou o senador Randolfe Rodrigues ao anunciar que entraria com o requerimento pelo “surrealismo do tema” envolve a imagem do Brasil no exterior.
Segundo informações repassadas ao governo brasileiro, o sargento foi ouvido hoje cedo em Sevilha, onde está preso. Não se sabe ainda por quanto tempo ele permanecerá nesta unidade.

"Fica querida, vai ter bolo e drogas no avião"

quarta-feira, 19 de junho de 2019

Facebook suspende Carlos Bolsonaro

O Facebook suspendeu nesta quarta (19) a conta de Carlos Bolsonaro.

O vereador e filho do presidente Jair Bolsonaro havia mostrado bandidos armados em sua conta.

De acordo com a rede social, Carluxo não poderá fazer comentários por sete dias por mostrar imagens de violência explícita.

O Facebook afirma que sua postagem “inflige os padrões da comunidade”.

Moro na CCJ

terça-feira, 18 de junho de 2019

Maia pede 'providências' a Moro sobre ameaças feitas à família de Glenn Greenwald

David MirandaO presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), enviou um ofício ao ministro da Justiça, Sergio Moro, no qual pede a ele que tome “providência cabíveis” diante de ameaças sofridas pelo deputado federal David Miranda (Psol-RJ) e sua família.
David é marido do jornalista Glenn Greenwald, dono do site “The Intercept”, que publicou mensagens atribuídas a Moro e ao procurador Deltan Dallagnol indicando que ambos combinaram atuações na operação Lava-Jato. O pedido foi enviado a Moro na semana passada.
O presidente da Câmara também encaminhou ao governador do Rio, Wilson Witzel, um ofício solicitando colaboração para “viabilizar proteção 24 horas por dia ao deputado federal” no Estado. Desde a semana passada, o parlamentar vem sendo acompanhado por escolta em Brasília.

Filho de Bolsonaro estava na festa em que novo presidente do BNDES arrombou portão

O deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) era um dos convidados de Gustavo Montezano na madrugada em que o recém-nomeado presidente do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) arrombou dois portões do condomínio em que morava, em São Paulo.

Filho de Bolsonaro estava na festa em que novo presidente do BNDES arrombou portãoMontezano queria dar continuidade à sua festa de aniversário, que havia sido iniciada em outro local, e ingressar no condomínio com cerca de 30 convidados. O porteiro e o zelador barraram as pessoas, o que deu início à confusão.

Ele foi condenado em primeira e segunda instâncias a pagar indenização ao condomínio, mas o caso foi encerrado após acordo.
No vídeo, que foi visto pela reportagem, Eduardo Bolsonaro é um dos últimos convidados a entrar no edifício. Quando a polícia é acionada, o deputado federal ingressa no hall do condomínio para conversar com os PMs. Não é possível ouvir o teor das conversas.
Nesta terça-feira (18), o presidente Jair Bolsonaro afirmou que Montezano "tem tudo para dar certo [à frente do BNDES]. Já conhecia ele, por coincidência ele morou num prédio onde já morei. Não tem nada a ver uma coisa com outra, coincidência apenas."
Procurado, Eduardo Bolsonaro não quis comentar o episódio. Não respondeu há quanto tempo é amigo de Montezano nem se tentou detê-lo quando este arrombou os portões. Em nota, disse à Folha: “Procure o próprio Montezano para maiores explicações”.
Em nota, Montezano diz que "reafirma ter respondido judicialmente o processo e que o mesmo já está encerrado. Os débitos foram quitados."
À época do caso, o condomínio registrou boletim de ocorrência, e, após assembleia geral, aplicou a Montezano, por unanimidade, multa de R$ 37,3 mil, o equivalente a dez vezes a taxa de condomínio.
Também registrou uma queixa-crime em 2016, que terminou em um acordo assinado pelas partes em 2018. Segundo o texto do acordo, Montezano pagou R$ 28 mil, valor referente a um mês de aluguel do apartamento onde vivia, no Itaim Bibi (zona oeste), com um amigo.
Em sua decisão sobre o caso, o juiz Guilherme Ferreira da Cruz diz que as imagens de câmeras de segurança mostraram cenas “similares às de um arrastão” e revelaram um “comportamento incivil”.

domingo, 16 de junho de 2019

"Temos um arquivo colossal", diz editor do Intercept

Leandro Demori. Photo: Ariel Zambelich/The Intercept
      CopyrightEditor-executivo do "The Intercept Brasil", Leandro Demori afirma em entrevista exclusiva ao O POVO que os arquivos obtidos pelo site jornalístico sobre diálogos entre o ex-juiz Sergio Moro e o procurador Deltan Dallagnol contêm "centenas e centenas" de áudios, mensagens e vídeos. Neles, antecipa o jornalista, as evidências revelam uma zona cinzenta da maior operação de combate à corrupção da história do País: a Lava Jato. De acordo com Demori, "não há dúvida em relação à autenticidade" dos arquivos que vêm causando estupor no País.

O POVO - Há uma quase ansiedade em relação aos próximos capítulos da série Vaza Jato, do "The Intercept Brasil". Qual é a real dimensão do conteúdo que vocês têm em mãos?
Leandro Demori - A gente não está falando sobre o tamanho do arquivo. Não posso responder isso. O que posso dizer é que é um arquivo muito grande, um arquivo colossal, e que foram centenas e centenas de diálogos de grupos e de situações. Estamos falando aí de anos, praticamente a maior parte dos anos da Operação Lava Jato. É realmente muito grande, já fizemos um sobrevoo até agora, já conseguimos mergulhar um pouco mais, mas é um trabalho de longo prazo. É uma maratona, não é uma corrida de 100 metros.
OP - Há prognóstico de novos conteúdos ainda nesta semana?
Demori - O Intercept não está falando nem quais são as próximas matérias nem quais são as próximas pessoas diretamente envolvidas, não está divulgando prazos ou datas. Não fizemos isso. Não estamos fazendo isso para evitar especulações, porque é um assunto delicado que trata de interesses públicos e que mexe com muita coisa. O que fizemos nesta semana foi publicar os contextos dos fatos de uma das reportagens, que era aquela reportagem que mostrava os diálogos do ex-juiz Sergio Moro e do procurador Deltan Dallagnol.
OP - Adotou-se uma postura, comum ao Intercept, que foi publicar na íntegra os diálogos com o contexto. Isso vai ser seguido nas próximas reportagens? Vão sempre publicar a integra dos conteúdos?
Demori - A gente vai publicar sempre tudo que for possível, mantendo a intimidade e a privacidade das pessoas, e mantendo também algumas histórias que eventualmente estejamos apurando. Essa é a estratégia.
OP - Até agora, uma parte dos veículos de imprensa deu mais importância à origem das mensagens e ao modo pelo qual elas foram obtidas do que propriamente ao conteúdo. Como avalia isso do ponto de vista jornalístico?
Demori - Olha, pra mim isso tudo é mau jornalismo. O que interessa mais à população brasileira, ou seja, o que tem maior interesse público nesse debate? É a isso que se diz jornalismo. Jornalismo é uma profissão que lida fundamentalmente com interesse público. A gente serve à sociedade. Portanto, jornalismo é um serviço. O que tem mais interesse público neste momento no País: saber como operaram procuradores e o juiz da maior ação de combate à corrupção da história do Brasil? Ou você ficar especulando se houve ataque hacker de celular de x, y ou z? Quem define a linha editorial a partir das especulações não está servindo ao interesse público. Se não serve ao interesse público, faz mau jornalismo. Os motivos, não sei.
OP - O senhor acha que cabia ao site, e de modo geral ao jornalista, essa preocupação com a origem da informação? Vocês, em algum momento, chegaram a se perguntar se deveriam ou não publicar esse conteúdo?
Demori - Nós não estamos falando sobre a nossa fonte, então não dá informação sobre isso. Mas, nesse caso, a gente adotou o mesmo padrão de qualquer outro caso, que é o mesmo padrão adotado pelo melhor jornalismo feito no mundo inteiro, que é: você recebe uma informação, um pacote de documentos, verifica a autenticidade e verifica se existe interesse público naquilo. A partir do momento em que os documentos são autênticos e são de interesse público, você faz uma apuração consistente em cima para não cometer nenhuma injustiça. E, depois, você leva isso a conhecimento público. É assim que se faz bom jornalismo no New York Times, no The Guardian, no Washington Post, no La Republica, no Le Monde Diplomatique e na melhor imprensa europeia e norte-americana. Então foi exatamente isso que a gente fez.
OP - Obviamente que vocês sabiam que aquele conteúdo era, e é, explosivo e provocaria um terremoto político em Brasília e na própria Operação Lava Jato. Vocês estavam preparados para esta repercussão, inclusive do ponto de vista jurídico?
Demori - A partir do momento em que a gente recebeu o material, e começou a avaliar o material, identificando a autenticidade dele, a gente entendeu que aquilo era algo muito grande e muito importante por se tratar de uma operação que, nos últimos anos, tomou conta do noticiário e mexeu muito com o cenário político, econômico e eleitoral. Uma operação que mexeu muito com a vida social do Brasil. Do emprego ao voto, foi isso que a Lava Jato fez, para o bem e para o mal. A gente sabia que aquilo teria impacto bastante relevante. Obviamente a gente se cercou de muitas precauções. O Intercept tem uma preocupação jurídica muito forte, porque a gente sabe que pode ser alvo de guerra jurídica. Estamos preparados para isso. Nossos advogados leram todas as matérias. Tínhamos muita preocupação de não usarmos palavras equivocadas e cometermos injustiças. E depois nós nos asseguramos de que o arquivo fosse resguardado num lugar seguro fora do País para que não sofresse tentativa de bloqueio de conteúdo, com o sequestro do arquivo. Ou que o arquivo fosse copiado, roubado ou caísse em mãos erradas, fazendo com que todas as informações que são privadas, de foro íntimo, que o Intercept não vai divulgar, causassem algum tipo de dano público à pessoa.
OP - A decisão de fazer a publicação seriada, ou por capítulos, se deve exclusivamente à extensão do conteúdo? Porque o País fica em suspenso aguardando as próximas revelações. Acha que isso cria um clima prejudicial ou é natural diante de uma tarefa desse tamanho?
Demori - A ideia é basicamente organizar a cobertura, não deixar que isso fique solto. A gente criou um sistema organizado, que as pessoas possam ter uma ideia de "timeline" também, que possam voltar e entender as histórias, que crie organização e não se perca nisso. A ideia de fazer desse jeito foi por causa disso.
OP - Quando receberam as informações, deve ter havido dúvida em relação à autenticidade do conteúdo. Nesse momento, vocês partiram para uma fase de checagem para saber se algumas informações correspondiam a atitudes e desdobramentos na Lava Jato?
Demori - A gente fez vários processos de checagem de autenticidade, um deles foi esse, de bater fases e datas que aconteceram na Operação Lava Jato na época. Para saber se o mundo real estava correspondido naquela massa gigantesca de chats e situações que seria impossível que alguém conseguisse fraudar aquilo com aquela riqueza de detalhes. Outra coisa: existe a voz de cada um dos personagens. A gente consegue identificar, é facilmente perceptível quem está conversando. E outra coisa é que não temos só chats, mas também áudios. Temos um monte de arquivos de áudios e vídeos. Centenas e centenas e centenas de áudios. Esses áudios não são falsificáveis. É impossível que alguém conseguisse falsificar, com a voz das pessoas envolvidas nesse processo, centenas e centenas. Eles estão ali para corroborar também a autenticidade. E, claro, tem a análise técnica. Existe uma forma de avaliar tecnicamente que esses arquivos têm uma autenticidade. Tanto garantimos, que quando as reportagens começaram a sair, nenhum dos envolvidos (ex-juiz, procurador e Lava Jato) colocou em dúvida a autenticidade do material. O atual ministro inclusive falou que não via nada de mais nas conversas. Não há dúvida em relação à autenticidade, e qualquer tentativa de voltar atrás nas opiniões é mero esforço de mudar a narrativa da história.
OP - Foi isso que o ministro e o procurador fizeram. Disseram que havia a possibilidade de que o hacker tenha feito enxertos ou adulterado uma ou outra declaração que estava contida ali. Acha que isso é uma mudança de narrativa de Moro e Dallagnol?
Demori - Eu vou responder com o que o ministro Sergio Moro falou, porque acho que mais claro do que isso é impossível. A gente colocou na nossa reportagem que ia deixar muito claro que o Intercept recebeu material muito antes de o ex-juiz declarar que seu celular tinha sido supostamente hackeado. Mesmo assim, quando Moro declara que seu celular foi hackeado, ele mesmo diz que nada foi subtraído do celular dele.
OP - Uma das consequências da divulgação das reportagens tem sido uma reação raivosa nas redes sociais. Como vocês avaliam os riscos, inclusive pessoais? Vocês têm recebido ameaças?
Demori - A redação do Intercept já recebe ameaças há bastante tempo. A gente trata de temas complexos. Basta lembrar que a gente fez uma grande cobertura do assassinato da vereadora Marielle Franco, fomos o primeiro veículo a apontar o envolvimento de milícias. Enfrentamos também um processo eleitoral bastante turbulento com ameaças constantes. A gente tem uma expertise nisso e estamos preparados.
OP - Que imagem surge da Lava Jato a partir do arquivo de vocês? Há uma fissura na imagem da força-tarefa?
Demori - O que dá pra saber até agora, pelas reportagens, é que a chave de leitura da Lava Jato mudou. E ela necessariamente precisa mudar. A partir das revelações que o Intercept trouxe, veem-se claramente muitas intenções por trás da operação que não estavam à luz do sol. Muita gente, antes do domingo passado, poderia ter convicções pessoais sobre a não isenção do ex-juiz Moro ou sobre exageros e passadas de linha dos métodos da força-tarefa, mas agora, à luz do que já foi publicado, percebe-se uma outra ótica de olhar a operação. Essa ótica é mais do mundo real, da vida real. Não é a ótica da linguagem burocrática, não é a ótica das entrevistas de paletó, não é a ótica dos microfones oficiais, não é a ótica das coletivas de imprensa. Agora temos uma ótica realmente de como operou a Lava Jato.
OP - É possível que haja outras menções a figuras do Judiciário ao longo dos próximos capítulos?
Demori - Para evitar especulações, a gente não pode falar. Não podemos. O que foi mostrado no programa do Reinaldo (Azevedo, na última quarta-feira) foi porque o ex-juiz Sergio Moro, que não contestou a autenticidade dos diálogos, disse que não via nada de mais naquele tipo de relacionamento. O que fiz foi trazer um trecho de pequeno diálogo entre Moro e Dallagnol citando um ministro do STF (Luiz Fux) para mostrar de novo para que a população julgue esse tipo de relação.

Vazamento de diálogos põe Brasília em alerta

Resultado de imagem para governoBRASÍLIA – “Telefone só serve para marcar reunião em lugar errado.” A frase citada pelo deputado João Roma (PRB-BA), vice-líder do governo Jair Bolsonaro na Câmara, funciona como “mantra” para alertar que não se deve usar o telefone para passar informações “quentes”, mas para despistar possíveis tentativas de grampo. “Sigo esse ensinamento do ex-presidente Tancredo Neves quando tenho de tratar de algo pessoal ou delicado.”
O deputado não está sozinho. O vazamento de diálogos envolvendo autoridades acendeu uma luz amarela na Praça dos Três Poderes. No Congresso, a ação básica agora é a ativação da “confirmação em duas etapas” nos aplicativos de mensagens, o que confere maior segurança às conversas. Dentro do Planalto, o Gabinete de Segurança Institucional baixou ordem para que se usem aparelhos criptografados oferecidos pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin).
Já no Supremo Tribunal Federal, um integrante da Corte ouvido reservadamente pela reportagem disse que não dá mais para encarar o WhatsApp como um aplicativo privado, mas, sim, como um “alto-falante” que espalha conteúdo abertamente. Em Brasília, muitos têm migrado para o aplicativo de mensagens privadas Signal, considerado, por ora, o mais seguro da categoria.
O clima é de vigilância constante. Deputados e senadores que não se atentavam para questões de segurança digital passaram a buscar medidas para garantir privacidade no mundo virtual. Na semana passada, termos como “reforma da Previdência” e “crédito suplementar” deram lugar a “confirmação em duas etapas” e “criptografia”.
O fato de ainda não haver registro de ataques a aparelhos funcionais do Legislativo não evitou que aumentasse a busca de parlamentares pelo setor de tecnologia da Casa, atrás de auxílios técnicos e pedidos de varreduras, para verificar se seus aparelhos estão grampeados. Para Roma, “essas arapongagens e fake news” são coisas antigas na política. “Mudam apenas os meios tecnológicos.” O líder do Podemos, deputado José Nelto (GO), busca informações sobre como proteger sua conta e pretende levar uma orientação para que sua bancada adote a dupla verificação nos aparelhos.
Há quem se prepare contra invasões há tempos, como o deputado e líder do MBL Kim Kataguiri (DEM-SP). “Sou técnico em processamento de dados, não leu meu Wikipédia?”, brincou. Para ele, a adoção de duas senhas não é suficiente para evitar a ação de hackers. “Criptografo todos os dados do celular, pago antispyware”, disse, citando programa que detecta “espiões”.
A prevenção, em alguns casos, passa pela substituição frequente de equipamentos. O deputado do PSL Alexandre Frota (SP) troca de aparelho a cada três meses. “Todo mundo fica tendo acesso ao número e acaba que fica vulnerável.” A líder do governo no Congresso, Joice Hasselmann (PSL-SP), adota a prevenção como maneira de coibir possíveis ataques. Todos os meses, seus dois aparelhos passam por varreduras de técnicos de segurança da informação. A deputada não atende telefonemas de números desconhecidos.
No Planalto, os aparelhos celulares criptografados fornecidos pelo GSI não conquistaram usuários ilustres. A ideia era que ministros e o presidente Jair Bolsonaro tivessem uma comunicação mais segura, mas os telefones só falam entre si e não têm muitas funcionalidades. Por isso, não ganhou muitos adeptos no governo. Bolsonaro, durante café da manhã com jornalistas na sexta-feira, 14, disse que não usa o aparelho recomendado. “Sigo agindo da mesma maneira. Não tenho nada a esconder.”
No Supremo e na Procuradoria-Geral da República, a atenção foi redobrada. “Imaginem, Vossas Excelências, se algum de nós perde o celular”, disse o ministro do STF Ricardo Lewandowski, em sessão realizada na terça-feira passada.


Ministros do tribunal costumam ser cautelosos em suas comunicações privadas. Como estão acostumados a decretar quebra de sigilo telefônico, sabem que não estão imunes a vazamentos. É prática dentro do STF não fazer ligações por linhas telefônicas, mas chamadas de áudio via WhatsApp, consideradas mais seguras que as comuns.
Em conversa com jornalistas, o ministro Gilmar Mendes demonstrou preocupação com o risco de ataques, especialmente com o plenário virtual da Corte, plataforma online onde processos são julgados. “Veja o tumulto que pode ocasionar uma invasão nessa área. Muitas vezes, deixamos votos em preparação e podemos mudar esse voto. Imagine uma violação no meio da preparação de um voto? Isso tem resultados trágicos”, afirmou Gilmar.
O uso de “bots”, aplicativo que simula ações humanas para, entre outras tarefas, impulsionar conteúdo, foi citado pela ministra Cármen Lúcia. “Hoje temos a informação e a deformação de retóricas que não têm nem fonte humana, mas que têm consequência jurídica, política e institucional de toda a natureza”, disse Cármen. “Nós estamos ingressando no Admirável Mundo Novo, no 1984, de George Orwell”, completou Lewandowski.

'Não tenho como não pensar que não mandaram matar meu pai', desabafa filho de Teori Zavascki

Na foto, Francisco Zavascki se emociona em missa de 30 dias em memória do ministro Teori Zavascki Foto: Jorge William / Agência O GloboRIO - Filho do ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal, morto em janeiro num acidente aéreo , Francisco Zavascki publicou um desabafo em seu perfil no Facebook, na noite de quarta-feira, depois que foram divulgadas informações sobre as delações do empresário Joesley Batista, dono da JBS . Em sua postagem, Francisco pediu o impeachment do presidente Michel Temer, relatou a aflição de seu pai com relação a 2017 ao saber "quanto cada um estava afundado nesse mar de corrupção" e terminou dizendo que "não tenho como não pensar que não mandaram matar o meu pai!", escreveu ele.
Franscisco Zavascki publicou desabafo eu seu perfil no Facebook Foto: Reprodução Facebook

Teori era o relator dos processos referentes à Operação Lava-Jato no STF, mas morreu tragicamente na queda de um avião no dia 19 de janeiro. Francisco escreveu que as investigações chegaram muito próximas aos líderes do PMDB. Segundo ele, "o PT nunca tentou nada para barrar a Lava Jato (...), o que sempre gerou fortes críticas de membros do PMDB". O filho de Teori continua acusando os líderes do partido de Temer de trabalhar para brecar a operação "a qualquer custo".
Francisco, em seu post, passa a se perguntar: "Do que eles são capazes? Será que só pagar pelo silêncio alheio? Ou será que derrubar avião também está valendo? O pai sabia de tudo isso. (...) Não é por acaso que o pai estava tão aflito com o ano de 2017".
"O PMDB está no poder desde sempre e, como todos sabemos, estava com o PT aproveitando tudo de bom que o Governo pode dar... até que veio a Lava-Jato. A ordem sempre foi a de parar a Operação (isto está gravado nas palavras dos seus líderes). Todavia, ao que parece, até para isso o PT era incompetente e, ao que tenho notícia, de fato, o PT nunca tentou nada para barrar a Lava Jato (ao menos o pai sempre me disse que nunca tinham tentado nada com ele), o que sempre gerou fortes críticas de membros do PMDB. O problema é que as investigações começaram a ficar mais e mais perto e os líderes do PMDB viram como única saída, realmente, brecar a Operação a qualquer custo. Para isso, precisava do poder. Derrubaram a Dilma e assumiu o Temer. Do que eles são capazes? Será que só pagar pelo silêncio alheio? Ou será que derrubar avião também está valendo? O pai sabia de tudo isso. Sabia quanto cada um estava afundado nesse mar de corrupção. Não é por acaso que o pai estava tão aflito com o ano de 2017. Aflito ao ponto de considerar que havia consultado informalmente as Forças Armadas e que tinha obtido a resposta de que iriam sustentar o Supremo até o fim!Que gente sínica. Não tem coisa que me embrulha mais o estômago do que lembrar que, no dia do velório do meu pai, diante de tanta dor, ainda tive que cumprimentar os membros daquele que foi apelidado naquele mesmo dia de "cortejo dos delatados". Impeachment já!Desculpem o desabafo, mas não tenho como não pensar que não mandaram matar o meu pai!"
ENTENDA AS REVELAÇÕES DA JBS
Conforme revelou O GLOBO nesta quarta-feira, o presidente Michel Temer foi gravado pelo dono da JBS Joesley Batista, dando aval para o pagamento de propina ao deputado cassado Eduardo Cunha em troca do silêncio dele. Diante de Joesley, Temer indicou o deputado Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR) para resolver um assunto da J&F (holding que controla a JBS). Posteriormente, Rocha Loures foi filmado recebendo uma mala com R$ 500 mil enviados por Joesley.
Temer também ouviu do empresário que estava dando a Eduardo Cunha e ao operador Lúcio Funaro uma mesada na prisão para ficarem calados. Diante da informação, Temer incentivou: "Tem que manter isso, viu?".
Aécio Neves foi gravado pedindo R$ 2 milhões a Joesley . O dinheiro foi entregue a um primo do presidente do PSDB, numa cena devidamente filmada pela Polícia Federal. A PF rastreou o caminho dos reais. Descobriu que eles foram depositados numa empresa do senador Zeze Perrella (PSDB-MG).

sábado, 8 de junho de 2019

Morre André Matos, ex-vocalista e fundador do Angra, aos 47 anos

RIO - Ex-vocalista e fundador do Angra, o músico André Matos morreu neste sábado aos 47 anos. A notícia foi anunciada pelo baterista Ricardo Confessori, que também integrou o Angra, no Instagram. Por enquanto, a causa da morte não foi informada.
André Matos Foto: Reprodução"O destino nos uniu, nos separou, nos reuniu e agora pregou mais essa com a gente. É com profunda dor em nossos corações que nos despedimos do Andre mais uma vez, desta vez de forma definitiva. Além da ferida que jamais cicatrizará, e mesmo sabendo que passamos momentos gloriosos junto ao nosso companheiro e amigo, restará pra sempre o melhor dele em nossos corações", publicou Confessori, em um texto assinado também por Hugo Mariutti, Luís Mariutti, Fábio Ribeiro e Rick Dallal.
Nascido em São Paulo em 1971, André formou o Viper com os amigos de colégio Felipe Machado, Yves Passarell (guitarras, o segundo hoje integrante do Capital Inicial), Pit Passarell (baixo) e Cássio Audi (bateria). A princípio uma brincadeira de adolescentes, a banda, que fazia heavy metal em inglês, cresceu e se tornou, na época, uma das maiores do Brasil, atrás do Sepultura, construindo uma carreira internacional.
Fã de música clássica, André deixou o Viper e fundou o Angra em 1991. Militando na seara do metal melódico, a banda conquistou um lugar importante com discos como “Angel’s cry” e “Holy land”, com boa presença no exterior, em países como a Alemanha e o Japão. Após desentendimentos no Angra, André formou o Shaman, que também teve uma carreira de sucesso.
Nos últimos anos, ele atuava como cantor solo, além de fazer eventuais aparições com os antigos companheiros do Viper.

JUÍZA MANDA MEC SUSPENDER CORTES EM UNIVERSIDADES FEDERAIS