quinta-feira, 30 de julho de 2015

Novela Bíblica, do Porta dos Fundos, cutuca Record.

No canal Porta dos Fundos, culto evangélico ganha conotação de humor. 

Desta vez o humorístico trouxe um pastor que estava tentando pregar sobre Moisés, o hebreu que foi criado como príncipe do Egito.

A TV Record está adaptando histórias bíblicas e transformando-as em novelas.

Novela Bíblica, do canal Porta dos Fundos, abusou de ironias e, de certa forma, não perdeu a oportunidade de cutucar a emissora do bispo Edir Macedo. Que divide sua programação entre coisas "mundanas" e "gospel".

Eduardo Cunha diz que Planalto demorou para reunir governadores

O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), afirmou nesta quarta-feira (29) que o Planalto demorou a chamar os governadores para debater a crise econômica e os projetos em tramitação no Congresso Nacional. A presidente Dilma Rousseff convidou governadores de todos os estados para uma reunião nesta quinta (27), no Palácio do Planalto. Segundo levantamento do G1, 25 já confirmaram presença e um enviará o vice.

“O resultado da crise eles estão dividindo, que é a queda de arrecadação e a impossibilidade de cumprir os planos de investimentos. Não quero entrar no mérito da politização do processo da discussão de amanhã. Essa discussão já deveria ter sido feita há muito tempo. Nós já fizemos aqui, reunimos governadores e prefeitos”, afirmou Cunha.

O texto do convite enviado aos governadores, assinado pela própria presidente, informa que o tema do encontro é "governabilidade, responsabilidade fiscal e colaboração federativa". Para o presidente da Câmara, os governadores dependem do apoio do Executivo para que vários projetos de interesse dos estados sejam aprovados no Congresso.

“Muitas das demandas dependem da vontade do governo, dependem das pautas do legislativo as quais o governo concordando ajudaria muito. É um bom momento para eles mostrarem as dificuldades que eles já mostraram aqui”, avaliou.

Cunha também destacou que os governadores estão “sofrendo” com a queda na arrecadação e os cortes de investimentos gerados pela crise financeira. “Todos têm interesse na governabilidade. Porém, há coisas conflitantes. A solução dos problemas dos estados depende da boa vontade da União. E tem a dificuldade fiscal. Aí há interesses simultâneos de um lado e divergentes de outro”, disse.

Cunha afirmou ainda “duvidar” que o Executivo consiga convencer os governadores a defender a aprovação do projeto de lei que unifica a alíquota do Imposto sobre Circulação de Bens e Serviços (ICMS). A ideia do governo é compensar eventual perda de arrecadação dos estados com um fundo que seria formado pela repatriação de recursos enviados ao exterior.

“Os governadores não querem que o fundo de compensação do ICMS seja vinculado a uma receita incerta. Duvido que os governadores aceitem unificar o ICMS sem receita certa”, disse.

Taxa de juros

O presidente da Câmara comentou ainda possibilidade de o Banco Central aumentar a taxa de juros nesta quarta. A previsão da maior parte dos economistas do mercado financeiro é de uma alta de 0,50 ponto percentual, embora haja quem aposta também em um aumento de 0,25 ponto percentual. Se isso se conformar, será o sétimo aumento consecutivo.

Cunha classificou de “acinte” e “absurdo” qualquer elevação na taxa Selic. “É um absurdo. Esse aumento que está sendo especulado na taxa de juros é um verdadeiro acinte. Você não tem hoje inflação de demanda. A economia está em recessão. Esse aumento só vai aumentar a dívida bruta. É um estímulo a não concessão de crédito. Os bancos não vão correr risco de emprestar. É muito mais cômodo manter o dinheiro na taxa Selic”, opinou.

quarta-feira, 29 de julho de 2015

Estudante hétero convida aluno gay para ser seu par em baile de formatura

Em uma faixa, Jacob disse: Você é muito gay e eu sou muito hétero, mas você é como meu irmão. Então, quer ser meu par? (Foto: Reprodução/Twitter/Anthony Martinez)24/04/2015 17h27 - Atualizado em 24/04/2015 18h11

Estudante hétero convida aluno gay para ser seu par em baile de formatura

Jovem fez uma faixa para surpreender o amigo: 'Você é como um irmão'.
Anthony Martinez organiza bailes e nunca tinha sido chamado para um.

Do G1, em São Paulo
Em uma faixa, Jacob disse: Você é muito gay e eu sou muito hétero, mas você é como meu irmão. Então, quer ser meu par? (Foto: Reprodução/Twitter/Anthony Martinez)Em uma faixa, Jacob disse: 'Você é muuuuuito gay e eu sou muuuuuito hétero, mas você é como meu irmão. Então, quer ser meu par?' (Foto: Reprodução/Twitter/Anthony Martinez)
Um convite para o baile de formatura de uma escola do ensino médio de Las Vegas, nos Estados Unidos ganhou grande repercussão nas redes sociais. Um aluno heterossexual convidou seu melhor amigo, que é homossexual, para ser seu par na festa. Para o convite, Jacob Lescenski fez uma faixa com a mensagem a Anthony Martinez: “Você é muito gay e eu sou muito hétero, mas você é como meu irmão. Então, quer ser meu par?”
Jacob (esq.) e Anthony (dir.) após a surpresa (Foto: Reprodução)
A ideia de fazer a surpresa surgiu depois de Jacob ler um post no Twitter de Anthony Martinez, que queria um par para o evento. "Eu não quero um namorado. Eu apenas quero uma companhia para o baile. Eu sempre ajudo a planejar os bailes e nunca sou convidado para um", escreveu Anthony.
Jacob então chamou um outro amigo para ajudá-lo com a surpresa. "Uma noite eu vi Anthony, que é meu melhor amigo, twittando sobre querer um par. Então, eu tive a ideia e chamei o meu amigo Mia para participar comigo e o convidei no dia seguinte. Foi uma surpresa gigante para todos, especialmente para o Anthony”, contou Jacob.
Os dois estudam na Desert Oasis High School.
Para expressar sua gratidão e emoção, Anthony escreveu em outra rede social: “Adivinhem quem foi convidado para o baile de formatura? Por um cara hétero!", destacou.

O convite de Jacob se tornou viral nesta semana e muitos internautas elogiaram o adolescente pelo gesto de amizade.

"Ele é meu melhor amigo e um homem de verdade, dado o fato de que ele tem coragem de realizar meu sonho de estudante gay que sempre ajuda a planejar os bailes, mas nunca é chamado. Não poderia pedir por uma pessoa melhor na minha vida. Obrigado Jacob e eu mal posso esperar pelo dia 2 de maio [dia do evento]!"

Menino de 8 anos que perdeu membros é o mais novo a receber transplante de mãos

APAos 8 anos, Zion Harvey é a pessoa mais nova a receber transplante de duas mãos nos Estados Unidos. A cirurgia foi anunciada por médicos do Children's Hospital, da Filadélfia, e só foi divulgada depois de eles terem certeza de que a cirurgia foi um sucesso.

Aos 2 anos, Harvey teve suas mãos e pés retirados devido a uma infecção. Ele, depois, sofreu complicações e teve que ser submetido a um transplante de fígado

AP

Ele tinha aprendido a comer, escrever e até mesmo a jogar video-game sem as mãosAP
Harvey disse que quis ser submetido à operação para que pudesse pegar sua irmã no colo e jogar bola
AP
Quatro equipes de cirurgiões se revezaram na complicada operação, que demorou 11h
AP
Médicos garantem que as mãos irão crescer junto com ele
AP
"Eu quero dizer a vocês 'obrigado' por me ajudarem nesse caminho complicado", disse Harvey no anúncio

'Jogaram gasolina em mim e tentaram me queimar viva', diz vítima de tráfico humano

(Thinkstock)Todos os anos, milhões de homens, mulheres e crianças ao redor do mundo são vítimas de tráfico humano ─ compradas e vendidas como mercadorias para a prostituição e o trabalho escravo.

Trata-se de um comércio que gera altos dividendos. A Organização Internacional do Trabalho (OIT) estima que o trabalho escravo movimente US$ 150 bilhões (R$ 504 bilhões) por ano. Dois terços disso (US$ 99 bilhões ou R$ 333 bilhões) vêm da exploração sexual.
Mas quem são as pessoas por trás dos números? Kemi e Bilkisu, da Nigéria, Jane, do Reino Unido, e Gabby, dos Estados Unidos, contam à BBC como se tornaram vítimas dos traficantes.

Kemi, da Nigéria

Milhares de mulheres do oeste da África são compradas e vendidas todos os anos ─ a maioria delas acaba na Europa. O UNODC (Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime) estima que as vítimas do tráfico de pessoas na região ─ boa parte delas provenientes da Nigéria ─ corresponde a quase 10% das pessoas forçadas a se tornar trabalhadoras do sexo na Europa Ocidental.
Benin City, no sul da Nigéria, é uma cidade-chave nesse esquema - com redes e infraestrutura montadas em trono do tráfico de pessoas.
Lá, os traficantes buscam meninas que querem viajar e as seduzem com promessas de trabalho e estudo. Eles lhes dão documentos falsos e dizem que elas precisarão pagar o custo da viagem quando chegarem ao país de destino.
Traficantes buscam meninas que querem viajar e as seduzem com promessas de trabalho e estudo
Uma vez recrutadas, as meninas muitas vezes são forçadas a participar de rituais para garantir que vão cumprir com o prometido.
Uma mulher que atua como negociante de pessoas em Benin City diz que traficantes costumam arrancar as roupas e até os cabelos das meninas. Pelos da região pubiana e das axilas também são raspados. Ao fim do processo, elas são entregues a um 'padre' em uma cerimônia como prova de que pagariam suas dívidas.
"Com todas essas coisas que eles tiravam delas, as meninas tinham medo de que alguma coisa pudesse acontecer", conta Kemi.
Benin City, na Nigéria, tornou-se polo de tráfico de humanos
Uma dessas meninas que foi vítima das mentiras dos traficantes é a própria Kemi. Ela recebeu a promessa de uma nova vida na Itália ─ onde poderia enviar dinheiro para ajudar sua família.
"Eles disseram: 'Nós queremos mudar a sua vida. Queremos que você seja feliz", relata.
Em sua chegada à Itália, Kemi soube que teria de trabalhar como prostituta. Ela se recusou, mas ficou sem comida e seu celular foi confiscado como punição – depois disso, se viu obrigada a obedecê-los.
"No final, eu trabalhei por três anos e três meses (como prostituta)", diz.
Durante esse período, Kemi entregou um total de 27 mil euros (R$ 100 mil) a seus traficantes ─ uma quantia que não os deixou satisfeitos.
(BBC)
Kemi conta ter sido seduzida por traficantes em troca de promessa de trabalho e estudo
Depois de um tempo, ela finalmente encontrou forças para deixar o lugar onde vivia e fugiu rumo a casa de amigos. No entanto, acabou deportada pelas autoridades italianas e teve de voltar para a Nigéria algum tempo depois.
Sem nada para levar consigo de todo o tempo que passou fora de seu país, Kemi decidiu não voltar para a casa de sua família.
"Eu tinha vergonha de ir para casa", conta, chorando. "Eu tinha vergonha de voltar sem nada."
Agora, traumatizada por suas experiências, ela sente raiva dos traficantes. "Eles são maus. A mulher que me vendeu tinha duas filhas. Ela está colocando as duas nas melhores escolas com o dinheiro que ganhei vendendo o meu corpo."

Bilkisu e Jane, Reino Unido

Centenas das vítimas do tráfico humano vindas da Nigéria acabam no Reino Unido, onde elas geralmente enfrentam exploração sexual ou uma vida de serviço doméstico forçado.
Cerca de 244 das 2 mil potenciais vítimas denunciadas às autoridades britânicas em 2014 vinham da Nigéria, segundo a Agência Nacional do Crime, um aumento de 31% comparado com o ano anterior. O único país com um número maior de potenciais vítimas é a Albânia.
Bilkisu é uma das mulheres enviadas da Nigéria para o Reino Unido com pretensões falsas. Desde que tinha 15 anos de idade, foi mantida como escrava – trabalhando longas horas sem salário durante 10 anos.
Crianças muito novas são vítimas de traficantes ao redor do mundo
Quando chegou ao Reino Unido, a garota nigeriana achava que teria um lugar para ficar com seu tio e a chance de continuar seus estudos, além de conseguir enviar um dinheiro extra para sua família ─ ela achava que poderia dar uma vida melhor para eles.
No entanto, uma vez no Reino Unido, a jovem se viu forçada a ser empregada doméstica e babá para a família de seu tio. Ela começava a trabalhar às 5h e terminava às 21h.
"Arrume as crianças para a escola, dê banho nelas, dê café da manhã, passe as roupas..", conta Bilkisu, ao descrever sua rotina. "E além disso, tinha que fazer tudo para minha tia e meu tio, arrumar as roupas deles para que eles pudessem ir ao trabalho".
Durante o dia, a jovem limpava o apartamento de três quartos. Se sua tia não ficava satisfeita com o trabalho, a menina apanhava dela.
"Estava sozinha…sabe quando você está dentro de um buraco e não há luz, está tudo escuro. Tudo estava preto. Eu sentia assim."
Nos nove anos em que Bilkisu trabalhou para o tio e a família dele, não teve um único dia de folga e tampouco recebeu pagamento.
Somente quando fez 20 anos, Bilkisu teve coragem para buscar socorro. Ela conseguiu fugir com a ajuda de um pastor da igreja local.
Mas depois de ter tido a infância roubada, ainda tem dificuldades para socializar.
"Eu não sei mais como fazer amigos", explica. "Os danos ainda estão aí, não sei, acho que vão ficar comigo para sempre."
Diferentes de Bilkisu, muitas crianças vítimas do tráfico humano no Reino Unido são comercializadas por todo o país. O governo britânico acredita que, atualmente, existam 13 mil crianças sendo exploradas dessa maneira no país.
Jane tinha apenas 13 anos quando foi capturada e abusada, antes de ter sido vendida por grupos de traficantes no Reino Unido para exploração sexual.
Tudo começou quando ela estava na escola. Um homem de cerca de 70 anos, que sabia que ela tinha uma família instável, começou a lhe oferecer presentes.
Pouco depois, ele começou a pedir pagamento em 'favores' sexuais e, conforme o tempo foi passando, ele começou a levar Jane para outros homens asiáticos.
No início, os homens davam uma volta de carro com ela, ofereciam drogas e tiravam fotos inapropriadas dela, conta Jane. Mas o abuso foi piorando.
"Em algumas semanas, o homem mais velho começou a trancar a porta com os homens dentro e eles queriam sexo. E eles filmavam, tiravam fotos. Me davam drogas."
Logo, Jane estava sendo 'trocada' por diferentes grupos de homens pelo país ─ muitos deles ficavam bem longe dali. Eles se encontravam em postos de gasolina para passar a garota de um carro para o outro.
Quando ela tentava resistir, os homens ficavam violentos e ameaçavam sua família.
"Eles me jogavam pra fora do carro. Queimavam meu cabelo, chegaram a quebrar ossos do meu rosto. Eles tentaram jogar gasolina e colocar fogo em mim", relata.
Aos poucos, Jane foi perdendo as forças para lutar. Ela sofreu várias lesões no crânio e no nariz e ficou com um dano interno irreparável.
"Fiquei com medo do que estava acontecendo. Acho que porque começou quando eu ainda era muito nova e, depois de um tempo, você começa a pensar que é só para aquilo que você serve."
Jane foi abusada por nove anos ─ algumas vezes, todos os dias. Ela conta que, para piorar sua situação, a polícia e outras agências não acreditavam no que ela dizia. Jane só conseguiu escapar quando entrou em contato com o Exército da Salvação.
"Eu não tinha muito o que dizer, eles só entenderam e disseram: 'Não é culpa sua, nós podemos te ajudar'. Depois de algumas horas, havia um carro ali para me levar para um lugar seguro."

Gabby, dos Estados Unidos

Existe uma história parecida nos Estados Unidos, onde dezenas de milhares de crianças são traficadas para a prostituição. O FBI, a polícia federal americana, diz que exploração sexual de menores acontece em um "nível quase epidêmico".
Gabby, de Baltimore, conta que foi abusada por seu pai dos oito aos 12 anos ─ uma relação que ela acredita ter influenciado a maneira como ela interage com os homens.
"Eu aprendi muito cedo que era possível conseguir muita coisa por meio de favores sexuais", diz.
Gabby conta que se viciou em drogas e teve um relacionamento com um dependente de drogas que, anos depois, a levou para a prostituição.
"Eu não hesitei porque sentia que ele tinha cuidado de mim por todo aquele tempo e eu confiava nele. Acho que o plano dele era ganhar minha confiança de qualquer maneira."

(BBC)
Gabby conta que se viciou em drogas e teve um relacionamento com um viciado que, anos depois, a levou para a prostituição
Não demorou muito para Gabby descobrir que seu namorado não passava de um cafetão, como tantos outros que ficavam nas ruas aliciando mulheres usuárias de drogas para transformá-las em prostitutas.
"O cafetão fica com seu carro em uma esquina próxima onde suas meninas estão trabalhando para que elas saibam que ele está vigiando o trabalho delas de perto. Elas ficam com medo de correr. Quando eu estava lá, outras cinco meninas também estavam na mesma situação."
Gabby conseguiu fugir das ruas e abandonou seu namorado. Com ajuda da terapia, está tentando compreender tudo o que passou na sua vida. Mas ela conta que para muitas meninas que estão nas ruas ─ confusas, cheias de medo e envolvidas nesses relacionamentos ─ permanecer ali é uma questão de sobrevivência.
*Matéria produzida pelos repórteres da BBC Sam Piranty, Jacky Martins, Lucy Rodgers, Dominic Bailey e Gerry Fletcher
Para denunciar o tráfico de pessoas no Brasil, contate o Núcleo de Assistência a Brasileiros, Divisão de Assistência Consular, pelos telefones (61) 3411-8803/ 8805/ 8808/ 8809/ 8817/ 9718/6456, ou ainda pelo e-mail: dac@mre.gov.br.

Datena faz acordo com o PP para disputar a Prefeitura de São Paulo

O jornalista José Luiz Datena afirmou na noite de terça-feira (28) ter fechado acordo com o PP para se candidatar à Prefeitura de São Paulo em 2016. Pelo acordo firmado, segundo ele, o candidato a vice será o deputado estadual pela legenda, Delegado Olim. A decisão, afirmou, está tomada. "Não vale mais conversa com nenhum outro partido."
Na semana passada, Datena já havia demonstrado interesse em se candidatar à Prefeitura no ano que vem. Na ocasião, tornou públicas conversas sobre o assunto que teve com o vice-governador de São Paulo, Márcio França, presidente do diretório estadual do PSB, e com o governador Geraldo Alckmin (PSDB).
Ontem, ao descartar os dois partidos, Datena disse, referindo-se a França e a Alckmin, que "são caras sérios mas que têm suas prioridades". Segundo ele, o PP foi o partido que "foi mais direto" na proposta.
Questionado se não haveria constrangimento em ser correligionário do deputado Paulo Maluf, alvo de ações por improbidade, e de políticos citados na operação Lava Jato, Datena disse que "todo partido tem um Maluf".
Ele disse que se sentiu mais à vontade quando Maluf declarou hoje (29), após seu anúncio, que continuaria apoiando o prefeito Fernando Haddad (PT). "Ele tem mais a ver mesmo com Haddad."
Datena disse que ainda não definiu data para se filiar ao partido. A lei eleitoral determina que a filiação de quem deseja se candidatar deve ser feita até um ano da eleição - 3 de outubro deste ano, no caso. Até lá o jornalista segue apresentando o programa Brasil Urgente na TV Bandeirantes.
"Serei ético e não falarei de política", afirmou. E em seguida emendou: "reduzir o limite de velocidade na marginal é uma idiotice", ressalvando que fala como cidadão sobre a medida adotada pela gestão Haddad.

Homem fere dois a tiros no centro de Barcelona

Polícia fechou ruas da região para procurar pelo homem encapuzado que fez os disparos








Um homem disparou vários tiros nesta terça-feira (28) à tarde em Barcelona, na região das Ramblas, no centro da capital catalã, ferindo duas pessoas. O incidente ocorreu em frente ao Hotel Silken Ramblas, quando um homem se aproximou de duas pessoas que estavam sentadas, apontou-lhes uma arma de fogo e disparou.Uma das pessoas foi atingida pelas balas e a outra sofreu cortes causados pelos vidros, ao fugir para dentro do hotel, disse a polícia, citada pela agência de notícias espanhola EFE. A pessoa ferida pelos tiros foi transportada para o Hospital Clínico da cidade, onde permanece internada.
Efetivos da força policial Mossos d’Esquadra, em colaboração com a Polícia Municipal de Barcelona, fecharam as ruas do centro da cidade e estão à procura do autor dos disparos que, segundo testemunhas, estava encapuzado e poderia estar acompanhado de um cúmplice.

Imigrante morre ao tentar chegar à Grã-Bretanha via Eurotúnel

Um homem morreu na noite de ontem (28) durante uma tentativa de invasão ao terminal do Eurotúnel em Calais, no norte da França.
 O local tem sido violado por milhares de imigrantes que tentam chegar à Grã-Bretanha. "Nossas equipes encontraram o corpo nesta manhã (quarta-feira) e os bombeiros confirmaram a morte da pessoa", disse um porta-voz do Eurotúnel, que atravessa o Canal da Mancha.
 Desde o início de junho, nove pessoas já morreram nas instalações da linha. A mais recente vítima é um sudanês, com idade entre 25 e 30 anos, que foi atropelado por um caminhão que tinha saído de um ferry que cruzava o canal. As autoridades acreditam que, durante toda a madrugada, cerca de 1,5 mil imigrantes tentaram invadir as instalações do Eurotúnel.
    A empresa que administra o trecho informou que foram interceptados mais de 37 mil imigrantes desde janeiro, os quais tentavam viajar clandestinamente da França para a Grã-Bretanha. O primeiro-ministro britânico, David Cameron, expressou preocupação com a situação. Já o ministro francês do Interior, Bernard Cazeneuve, anunciou hoje (29) que 120 policiais serão mobilizados para reforçar a segurança no Eurotúnel. (ANSA)

Inundações e enxurradas provocam calamidade pública em Santa Catarina e Amazonas

O Ministério da Integração Nacional reconheceu o estado de calamidade pública em municípios de Santa Catarina e do Amazonas devido a inundações e enxurradas. Portaria publicada na edição de hoje (29) do Diário Oficial da União informa que a calamidade pública em Careiro da Várzea (AM) e em Saudades (SC) ocorreu em razão dos estragos causados pelas inundações.

 Em Coronel Freitas (SC), os motivos foram as enxurradas.
Foi reconhecida também a situação de emergência nas seguintes cidades: Andorinha (BA), que sofre com a estiagem; Salinas da Margarida (BA), devido a alagamentos; Francisco Dumont (MG), por motivo de estiagem; Varzelândia (MG), que passa por um período de seca, e Sertão Santana (RS), em razão de enxurradas.

O estado de calamidade pública, de acordo com a Defesa Civil, é uma situação anormal, provocada por desastres, causando danos e prejuízos que implicam o comprometimento da capacidade de resposta do Poder Público. A situação de emergência é decretada por motivos semelhantes, porém com danos e prejuízos em menor intensidade.

O reconhecimento do estado de calamidade pública ou de situação de emergência permite ao estado, Distrito Federal ou município solicitar recursos da União para ações de socorro, assistência às vítimas, restabelecimento de serviços essenciais e reconstrução.

Peru resgata 13 mulheres e 26 crianças escravizadas pelo Sendero Luminoso

 Forças armadas peruanas resgataram 13 mulheres e 26 crianças escravizadas pelo Sendero Luminoso, de um acampamento do grupo guerrilheiro no vale entre os rios Apurimac, Ene e Mantaro, em Satipo, a cerca de 450 quilómetros de Lima.
A maioria das mulheres tinham sido sequestradas numa operação da guerrilha contra um hospital psiquiátrico nos anos 80, esclareceu a ministra da Mulher e das Populações Vulneráveis do Perú, Marcela Huaita.
Durante os 25 a 30 anos que estiveram em cativeiro, sofreram violência continuada, escravidão e violações - das quais nasceram a maioria das 26 crianças.
O diário peruano “La República” noticia que algumas das crianças resgatadas tinham sido capturadas de comunidades próximas. Os pais não denunciaram o seu desaparecimento com receio de represálias por parte de membros do Sendero Luminoso.
O exército conseguiu chegar ao local de cativeiro com a ajuda de um antigo prisioneiro do grupo rebelde que escapou há cerca de um mês. Na operação de resgate participaram cerca de 120 soldados e quatro helicópteros. A região onde se situa o acampamento é um centro de produção de cocaína e, devido à intensa atividade do grupo, tem estado em permanente estado de emergência.

A PRISIONEIRA MAIS VELHA TEM 70 ANOS

Alguns prisioneiros estavam tão habituados à sua vida em cativeiro que mostraram relutância em serem salvos, disse o ministro da Defesa peruano, Ivan Veja. A prisioneira mais velha tem 70 anos, e a criança mais nova tem um.
Os resgatados foram levados para a base militar de Mazamari, onde ficarão nas próximas semanas. “Não devemos separá-los da noite para o dia das mulheres que foram sua referência, a sua família. Nos próximos dias, veremos se estas crianças ficam na região ou se serão transferidas”, explicou a ministra das Mulheres e das Populações Vulneráveis.
As autoridades peruanas consideraram a operação uma vitória contra o Sendero Luminoso, grupo de guerrilha com inspiração maoísta formado por um grupo de intelectuais nos anos 60. Foi derrotado na década de 90, depois de terem empreendido uma rebelião sangrenta que provocou quase 70 mil mortos ou desaparecidos.
Contudo, o grupo continua no ativo. Tem sido gerido pelos irmãos Victor e Jorge Quispe Palomino, indiciados nos Estados Unidos por crimes de tráfico de droga.

terça-feira, 28 de julho de 2015

Iraquiano gay relata como escapou de ser atirado de prédio pelo 'EI'

'O 'EI' é profissional quando o assunto é perseguir gays, caçam um a um'; em chocante relato, jovem conta que o próprio pai queria sua punição e que só escapou por ajuda da mãe.

 Taim: 'É devastador ver a reação pública aos assassinatos do 'EI'; as pessoas se solidarizam com as vítimas apenas se não forem gays.'  (Foto: BBC)
O grupo extremista autodenominado Estado Islâmico (EI) tem uma punição especial para gays - o lançamento à morte do topo de prédios altos. Taim, um estudante de Medicina de 24 anos, conta a história de como escapou desse destino numa fuga do Iraque ao Líbano.
"Na nossa sociedade (iraquiana), ser gay é igual a uma sentença de morte. Quando o 'EI' mata gays, muitos ficam felizes porque pensam que somos doentes.Percebi que era gay aos 13 ou 14 anos. Também pensava que a homossexualidade era uma doença, e só queria me sentir normal. Por isso fiz terapia durante meu primeiro ano na faculdade. Meu terapeuta me aconselhou a pedir ajuda aos amigos e dizer que eu passava por um 'período difícil'.
Minha formação é muçulmana, mas meu ex-namorado vinha de um ambiente cristão, e eu também tinha muitos amigos cristãos, com quem costumava sair. Em 2013, envolvi-me numa briga com um colega de faculdade, Omar - que depois se integrou ao 'EI' -, motivada por essa convivência com cristãos.
Um amigo meu disse a ele que pegasse leve porque eu enfrentava um momento duro e recebia tratamento por ser gay. Foi assim que ficaram sabendo. Acho que a intenção do meu amigo era boa, mas o que aconteceu em consequência disso arruinou minha vida.
Em novembro de 2013, Omar me atacou com dois amigos. Eu estava apenas andando para casa depois de um ótimo dia. Eles me espancaram, jogaram-me no chão e rasparam minha cabeça. Diziam: 'Essa é só uma lição por enquanto, porque seu pai é um homem religioso. Olhe o que você faz!'. Ele queria dizer que eu só não tinha sido morto ali em respeito ao meu pai, porque venho de uma família religiosa.
Deixei a cidade por alguns dias e não apareci na universidade. Mas acabei voltando, e, em março de 2014, deixei Omar furioso de novo, desta vez por dizer que não-muçulmanos não deveriam pagar a "jizya", uma taxa paga por não-muçulmanos a governos muçulmanos. Estava lavando as mãos no banheiro da faculdade quando ele e outros me atacaram mais uma vez.
Eles chegaram por trás, mas reconheci um deles pelo relógio verde. Era o mesmo grupo. Eles me bateram até me deixar semiconsciente. Quase não conseguia andar, e parei de ir à faculdade por um mês.
Então, no meio das provas finais, o 'EI' tomou o poder. Omar me ligou, pediu que me arrependesse e me juntasse a eles. Eu desliguei o telefone.
O grupo extremista autodenominado Estado Islâmico (EI) tem uma punição especial para gays - o lançamento à morte do topo de prédios altos. Taim, um estudante de Medicina de 24 anos, conta a história de como escapou desse destino numa fuga do Iraque ao Líbano (Foto: BBC)O grupo extremista autodenominado Estado Islâmico (EI) tem uma punição especial para gays - o lançamento à morte do topo de prédios altos. Taim, um estudante de Medicina de 24 anos, conta a história de como escapou desse destino numa fuga do Iraque ao Líbano (Foto: BBC)
Em 4 de julho, um grupo de soldados do 'EI' veio até minha casa. Meu pai atendeu a porta e eles teriam dito: 'Seu filho é um infiel e um homossexual, e nós viemos trazer a punição de Deus para ele'.
Meu pai é um homem religioso, e para minha sorte conseguiu convencê-los a voltar no dia seguinte, para que ele pudesse verificar a veracidade da acusação. Ele entrou em casa e começou a gritar. Ao final, afirmou: 'Se essas acusações forem verdade, eu vou entregá-lo a eles, e feliz'. Eu fiquei estático, sem saber o que fazer ou dizer - muito menos me defender.
Eu estava em choque. Mas minha mãe decidiu que eu deveria deixar nossa casa imediatamente, e começou a me ajudar a conseguir um visto para sair do Iraque. Era meia-noite e ela me disse: 'Estamos indo agora'.
Ela me levou até a casa da minha tia. No dia seguinte, reservou um voo para a Turquia e conseguiu um visto para mim. Mas eu teria que passar por Erbil (capital da região curda do Iraque), e eles não nos deixariam entrar no Curdistão. Passei duas semanas num vilarejo perto de Erbil tentando entrar, e nada. Tentei ir por Bagdá mas havia combates na estrada e o motorista se recusava a ir. Tentei sair muitas vezes, sem sucesso.
Em agosto, após semanas me escondendo, minha mãe deu um jeito de me levar a Kirkuk, dirigindo por campos e estradas de terra. De lá segui para Sulaymaniyah. Planejava ir para a Turquia, mas o primeiro voo disponível era para Beirute, e eu não precisava de visto - e aqui estou.
Se eu tivesse ficado, o 'EI' teria ido atrás de mim e me matado como fizeram com outros. Se não me pegassem, meus próprios parentes teriam feito o serviço. Poucos dias depois que saí, soube que meu tio - irmão do meu pai - tinha jurado limpar a honra da família.
Recentemente recebi uma mensagem anônima pelo Facebook - minha mãe acha que foi meu tio. Dizia: 'Você está em Beirute. Vou te perseguir até no inferno'.
Tudo o que quero agora é ficar em um lugar seguro, fora de alcance do meu pai e de qualquer extremista. Quero estar seguro, ser livre e ser eu mesmo - quero me formar e começar a viver... Só quero começar a viver.
 Taim com a cabeça raspada.  (Foto: BBC)Taim com a cabeça raspada. (Foto: BBC)
Advogados de direitos humanos do Projeto de Assistência a Refugiados Iraquianos me ajudaram a obter status de refugiado e estão tentando me realocar em outro país, onde quero continuar meus estudos. Aqui vivo em um quarto do tamanho do banheiro da minha antiga casa. Estou num limbo.
Acho que vou me recuperar aos poucos, mas sempre haverá a lembrança desse período negro quando tive que literalmente correr pela minha vida. Foi muito estressante, mas consegui.
Perdi contato com a maior parte da minha família. Um mês depois que fugi, meu irmão mais novo me enviou uma mensagem no Facebook dizendo: 'Tive que deixar a cidade. A família está despedaçada e a culpa é toda sua'.
Fiquei nervoso e não respondi. Mas senti saudades dele no Revéillon, então escrevi dizendo: 'Não é minha culpa ter nascido assim. Eles ('EI') são os criminosos'. E depois disso tivemos uma longa conversa no Facebook sobre nossas infâncias.
Não falei mais com meu pai. O que ele fez foi muito doloroso. Ele é meu pai. Teria que me proteger e me defender acima de tudo. Mas quando ele disse que me entregaria ao 'EI', ele sabia o que fariam comigo. Ele sabia. Talvez o perdoe no futuro, mas agora não quero nem pensar nele. Quero que fique fora da minha vida.
Mas com minha mãe falo toda semana. É difícil para ela porque não há sinal de celular e ela tem que sair da cidade para conseguir sinal. Ela é a mulher mais incrível do mundo. Ela é culta e respeitosa - é brilhante. Ela me ama, e nunca discutiu minha homossexualidade quando me ajudava a fugir.
Ela estava apenas focada em me deixar em segurança. Porque é minha mãe, acho que ela sempre soube que sou gay. Mas tudo que senti dela foi o amor, um amor verdadeiro. Nunca me despedi dela porque quando consegui (fugir) já havia tido tantas tentativas frustradas que achava que iria voltar e vê-la novamente.
Tudo o que queria era um abraço dela.
Ainda tenho amigos gays, mas perdemos contato para a própria segurança deles.
No começo deste ano um dos meus melhores amigos, que ficou no Iraque, foi morto. Ele foi jogado do alto do principal prédio do governo.
Era um grande homem, uma pessoa muito gentil. Tinha 22 anos, era estudante de Medicina, muito calmo e esperto - quase um gênio. Costumava me contar sobre as últimas descobertas científicas - sempre tirava notas altas, e nunca andava sem um livro.
Nós nos conhecemos pela internet - gays iraquianos costumam frequentar comunidades online - e depois pessoalmente. Ao vivo ele era bem quieto, mas online não parava de falar. Ele compartilhava seus maiores segredos comigo. Como homens gays, todos tínhamos que ter vidas secretas.
Não sei como ele foi descoberto, porque era muito cuidadoso - talvez por meio de uma mensagem de celular ou de internet. Quando o 'EI' captura alguém, eles vasculham todas as mensagens.
A última vez que o vi ao vivo foi pouco antes de o 'EI' tomar nossa cidade, mas continuamos em contato até minha fuga.
Não consigo descrever o que senti quando vi imagens dele pela primeira vez. Aquele vídeo me persegue em pesadelos. Sinto que estou caindo do alto. Sonho que estou sendo preso e depois jogado de um edifício - o mesmo destino do meu amigo.
É devastador vê-lo ir dessa maneira brutal. Ele foi vendado, mas sei que era ele pelo porte físico e tom de pele. Parece que ele morreu imediatamente, mas um amigo me disse que não - talvez o prédio não fosse alto o suficiente. Esse amigo me disse que ele foi apedrejado até a morte.
Eu queria desabar. Não podia acreditar. Um dia ele estava vivo, ativo, vivendo sua vida.
E agora ele se foi.
Mesmo antes da chegada do 'EI', eu vivia em estado de medo constante. Não há leis para te proteger. Milicianos estavam matando pessoas em segredo - e ninguém dizia nada. Para eles, somos apenas um bando de criminosos sujos que precisam ser eliminados porque atraímos a ira de Deus e somos a fonte de todo o mal.
Foi muito difícil nos anos recentes. Havia milicianos e homens de segurança que - se descobrissem que alguém era gay - prendiam, estupravam e torturavam essa pessoa. Houve muitos assassinatos supervisionados pelo Exército iraquiano. É possível ver soldados em vídeos de pessoas sendo apedrejadas ou queimadas vivas.
Eu vi um vídeo em que um homem gay teve cordas amarradas no pescoço e foi arrastado pelas ruas, apedrejado e queimado. Alguns tiveram os retos preenchidos com cola e foram deixados no deserto para morrer.
Antes do 'EI', acho que talvez o poder da minha família tenha me protegido. Mas mesmo se o 'EI' desaparecesse agora, o risco seria o mesmo, agora que já fui identificado como gay.
A diferença agora é que o 'EI' tem apenas um método terrível de matar pessoas - jogando essas pessoas de prédios e apedrejando-as caso não morreram na queda. Esse era o meu destino se o 'EI' tivesse me pegado.
O que também mudou é que a mídia está atenta às ações do 'EI', porque é o 'EI'. E o 'EI' filma tudo, divulga o vídeo e afirma 'Matamos essas pessoas por serem gays, e essa é a punição deles de acordo com nosso Livro Sagrado'.
O 'EI' é profissional quando o assunto é perseguir gays. Caçam um a um. E quando pegam algum, vasculham seu telefone e amigos do Facebook. Eles estão tentando identificar todo homem gay. É como uma trilha de dominó - se um cai, os outros irão cair também.
É devastador ver a reação pública aos assassinatos. Normalmente, quando o 'EI' divulga imagens online, as pessoas se solidarizam com as vítimas - mas apenas se não forem gays. Você deveria ver os comentários no Facebook sobre os vídeos de assassinatos. "Odiamos o 'EI' mas amamos quando fazem coisas assim. Deus o abençoe, 'EI'". "Sou contra o 'EI' mas sou totalmente a favor quando matam gays". "Ótimas notícias. Isso é o mínimo que os gays merecem." "A homossexualidade é o crime mais horrendo do mundo. Belo trabalho 'EI'." "A cena é horrível, mas eles merecem." "Esses sujos merecem o 'EI'."
E há milhares de pessoas concordando com esses comentários cheios de ódio. É isso que perturba tanto. É dessa sociedade que eu fugi.
O Islã se opõe à homossexualidade. Meu pai me fez estudar a sharia (lei islâmica) por seis anos porque queria que fosse religioso como ele. Há um hadith (narrativas e pregações atribuídas ao profeta Maomé) que recomenda que homens gays sejam jogados de desfiladeiros, e depois que um juiz ou um califa decida se devem ser queimados ou apedrejados até a morte.
Penso que o 'EI' está jogando homens gays do alto de prédios porque nossa sociedade nos odeia e é uma maneira de conseguir apoio.
Eu tento não assistir aos vídeos do 'EI'. Mas para ser sincero eu procuro os vídeos deles de martírio. Quero ver se consigo ver Omar, o homem que arruinou minha vida.
Fico muito preocupado com os gays que ainda estão lá. Tenho dezenas de amigos que não podem deixar o país porque não têm dinheiro para isso. Mas depois da morte de nosso amigo eu me despedi e bloqueei todos (em redes sociais), para a própria segurança deles.
Vim a público para honrar meu amigo que foi morto - e para todo homem gay que conheço que ainda está no Iraque. Quero que os iraquianos saibam que somos seres humanos, e não bandidos. Temos sentimentos e temos alma. Parem de nos odiar apenas porque nascemos diferentes.
Tive sorte em conseguir sair. Salvei minha alma. Mas e eles? Terão sorte suficiente para sobreviver? E, se sobreviverem, irão se recuperar do trauma da perseguição? É um desastre, e todos eles são alvos.
Taim contou sua história à repórter da BBC Caroline Hawley. Taim não é seu nome real, e Omar também não é o nome verdadeiro de seu algoz.