sábado, 31 de agosto de 2019

Filósofo morador da Amazônia relata o caos na Região, após eleição de Bolsonaro


“madeireiros, fazendeiros, latifúndios se sentem livres para fazer seus crimes ambientais”

grilagem desmatamento amazoniaViraliza nas redes sociais um relato gravíssimo de um suposto filósofo de nome Elias Flexa acusando ruralistas amazônicos de atuarem com liberdade na floresta do Amazonas, onde cometem os mais variados crimes ambientais ‘garantidos’ por Bolsonaro
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Pessoal, eu moro em Porto de Moz – Pará, no rio Xingu. Estou no meio da Amazônia e vocês não tem ideia do que está acontecendo aqui.
A imprensa está mostrando a questão das queimadas, mas isso é apenas um dos fatos que estão ocorrendo. É horrorizante saber que é muito pior.
Desde que Bolsonaro foi eleito presidente, parece que os madeireiros, fazendeiros, latifúndios e demais devastadores se sentem livres para fazer seus crimes ambientais. Eles encontraram no discurso do presidente um incentivo a destruir a natureza com a certeza da impunidade.
Nos governos do PT, a política ambiental incomodou essa turma. Nesse período foram criadas várias unidades de conservação em toda a Amazônia, inclusive aqui no meu município foi criada a maior reserva extrativista, a Verde para Sempre. Espalhou-se para todos os lados iniciativas de projetos que combina desenvolvimento com preservação ambiental, o que nós chamamos de desenvolvimento sustentável.
Só dentro da Verde para Sempre temos 6 projetos de manejo florestal comunitário, um modelo de desenvolvimento sustentável que se confronta com a exploração devastadora daqueles que são contra preservação ambiental.
Os devastadores estão derrubando áreas enormes por conta própria sem nenhuma legalidade ambiental e vocês sabem que com isso vai junto toda a natureza daquela área: plantas, animais e toda a biodiversidade. Depois eles tocam fogo que queima tudo e fica somente as cinzas.
Isso nos preocupa muito, pois os primeiros afetados somos nós que aqui moramos. Há também uma explosão de garimpos ilegais que estão contaminando os rios e o subsolo. A pesca predatória voltou e isso ameaça o futuro das espécies. A grilagem de terras também voltou. E nós quando questionamos toda essa destruição somos ameaçados e corremos sérios riscos.
Bolsonaro não conhece a Amazônia e não tem nenhuma responsabilidade com o povo que aqui mora. Ele acusa as ONGs de causarem as queimadas, é um cara de pau de um presidente mentiroso. Ele sabe quem são os destruidores, mas ele prefere inverter as coisas e acusar quem luta em defesa da Amazônia. É típico dele fazer isso.
Nós convivemos com o medo constante quando se trata de meio ambiente. Bolsonaro é a certeza da impunidade para o que está acontecendo na Amazônia. Não é a toa que ele desmonta o IBAMA e o ICMBio. Os ruralistas da Amazônia querem que Bolsonaro revogue as reservas nesta região.
Ainda essa semana um grupo da região Norte se reuniu com a secretária de agricultura e pediram a revogação das reservas.
Bolsonaro tem culpa sim do que está acontecendo na Amazônia, o discurso dele incentiva essas práticas. Não é só as queimadas, a destruição é muito maior!
Elias Flexa, filósofo e ribeirinho amazônida!

Bolsonaro diz que Queiroz eximiu Flávio em depoimento por escrito e o chama de 'nota dez'

BRASÍLIA - O presidente Jair Bolsonaro disse neste sábado que conhece Fabrício Queiroz, ex-assessor de Flávio Bolsonaro, desde 1984 e que Queiroz "é um cara sem problema, nota dez" e prestou depoimento por escrito, no qual eximiu seu filho de culpa.
O presidente Jair Bolsonaro e o filho, senador Flávio Bolsonaro Foto: Divulgação / PSL— Eu conheço o Queiroz desde 1984. Ele era um soldado da brigada de paraquedista. Entrou na Polícia Militar, veio trabalhar na minha família. É um cara sem problema, nota dez. Teve esse problema. Quem responde por ele é ele, não sou eu — afirmou o presidente.
Em fevereiro, Queiroz depôs por escrito ao Ministério Público do Rio e admitiu que ficava com parte dos salários dos funcionários do gabinete de Flávio, mas garantiu que o parlamentar não tinha conhecido das suas ações. O depoimento, no entanto, não sanou todas as dúvidas dos investigadores.
Bolsonaro disse neste sábado que não tem mais nenhum contato com o ex-assessor de Flávio e que sequer conhece o paradeiro dele.
— Não existe telefonema para ele, nada. Não sei onde ele está. Parece que a Veja descobriu, como se estivesse foragido. E, pelo que eu sei, ele já prestou depoimento por escrito. E, pelo que eu fiquei sabendo também, exime o meu filho de culpa. Ele responde pelos atos dele — defendeu Bolsonaro.
Apesar de não ser considerado foragido pela Justiça e nem esperado para depor às autoridades, Queiroz desapareceu por meses e aumentou a a desconfiança que paira sobre ele diante dos indícios investigados pelo Ministério Público de que administrava uma “rachadinha” no gabinete de Flávio na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), recolhendo de funcionários parte de seus salários como condição para que fossem contratados.
Meses depois da última aparição, Queiroz foi localizado pela revista "Veja" esta semana. A publicação diz que ele hoje é morador do Morumbi, bairro nobre da zona sul de São Paulo, e segue em tratamento contra o câncer num dos hospitais mais caros do Brasil, o Albert Eistein.

Explicações

O presidente tentou explicar a movimentação financeira em torno de R$ 1 milhão que seria referente a um apartamento adquirido por Flávio em 2017.
A transação foi incluída em um relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), mas o parlamentar afirma que se tratava do pagamento de um título bancário da Caixa Econômica Federal emitido para pagar o apartamento. Flávio não havia, no entanto, mencionado publicamente que teria recebido o dinheiro de Queiroz antes de repassá-lo ao banco.
— Vou repetir para vocês: R$ 1 milhão, o Queiroz tinha dado para ele. Quem pagou essa conta para a construtora foi a Caixa Econômica Federal. Documentado. Passa por ele porque a Caixa comprou a dívida dele. E ele, em vez de dever para a construtora, passa a dever para a Caixa. Isso é uma operação normal — disse o presidente.
Flávio Bolsonaro e Queiroz em campanha Foto: Arquivo pessoal
Foto: Arquivo pessoal
Fabrício Queiroz, ex-assessor do senador eleito Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) 26/12/2018 Foto: Reprodução/SBT
Foto: Reprodução/SBT
O ministro do STF Marco Aurélio Mello Foto: Jorge William / Agência O Globo
Foto: Jorge William / Agência O Globo
A sede do Ministério Público do Rio de Janeiro Foto: Divulgação
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Fachada da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) Foto: Divulgação
Foto: Divulgação
O senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) durante audiência pública no Senado Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado/09-05-2019
Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado/09-05-2019
O ex-assessor de Flávio Bolsonaro, Fabrício Queiroz, durante internação no Hospital Alberta Einstein Foto: Reprodução
Foto: Reprodução
Quebra de sigilo mira negócios imobiliários de Flávio Bolsonaro: na foto, a fachada de uma das empresas sob sigilo, a Linear Foto: Marcos Ramos / Agência O Globo
Foto: Marcos Ramos / Agência O Globo
O Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ) Foto: Márcio Alves / Agência O Globo
Foto: Márcio Alves / Agência O Globo
O senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), filho do presidente Jair Bolsonaro Foto: Jorge William / Agência O Globo
Foto: Jorge William / Agência O Globo
O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Dias Toffoli. Foto: Agência Senado
Foto: Agência Senado
Bolsonaro também mencionou os depósitos fracionados de R$ 2 mil que Flávio recebeu na própria conta entre junho e julho de 2017. O montante chegou a cerca de R$ 96 mil e também foi identificado pelo Coaf. Segundo o presidente, as frações apenas respeitam o limite dado pelo banco o número máximo de cédulas dentro de um envelope.
— A questão de depósito de R$ 2 mil. O depósito no envelope lá o limite é R$ 2 mil. Não é para fugir do clássico. Valor de imóveis, comprou imóveis na planta. Os dez. Foi pagando — disse Bolsonaro, em referência aos imóveis do filho que entraram no radar do Ministério Público.
Já em relação aos depósitos de funcionários na conta de Fabrício Queiroz, Bolsonaro disse que isso “é problema dele”.
— No restante, se funcionária botava dinheiro na conta de outro, é problema dele, pô. Ele que responda. Eu nunca tive problema com o Queiroz — finalizou o presidente.

Governo muda decreto e permite queimadas para agricultura fora da Amazônia


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O governo federal alterou o decreto que proibia as queimadas em todo o país durante o período da seca e restringiu a proibição apenas à Amazônia Legal.
A região da Amazônia Legal compreende parte dos sete estados da região Norte (Acre, Amapá, Amazonas, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins), além de Maranhão e Mato Grosso – áreas de outros biomas dentro desses estados poderão fazer as queimadas. Já o bioma Amazônia é mais extenso e abrange também terras de países vizinhos como Bolívia, Venezuela, Equador, Peru e Guianas.
O decreto original, publicado na quinta (29), suspendia a permissão do emprego do fogo em todo o Brasil por um período de 60 dias com o objetivo de proteger o meio ambiente.
O novo decreto estabelece que a suspensão não se aplica a "práticas agrícolas, fora da Amazônia Legal, quando imprescindíveis à realização da operação de colheita".
O texto ressalta que a queimada controlada dependerá de autorização prévia de órgão ambiental estadual, que poderá negá-la se forem constatados risco de vida, danos ambientais ou condições meteorológicas desfavoráveis.
A autorização também deixará de ser concedida se a qualidade do ar atingir índices prejudiciais à saúde humana ou os níveis de fumaça, originados de queimadas, atingirem limites mínimos de visibilidade que comprometam as operações aeronáuticas e rodoviárias.
A autorização será ainda suspensa ou cancelada se for registrado risco de vida ou ambiental, no caso de segurança pública ou de descumprimento das normas vigentes.
A suspensão das queimadas, conforme a primeira versão do decreto, continua não sendo aplicada aos casos de controle fitossanitário autorizado por órgão ambiental, em práticas de prevenção e combate a incêndios e na agricultura de subsistência de indígenas.
Hoje, a legislação permite as queimadas somente em situações específicas e desde que liberadas por órgão ambiental. O uso do fogo é empregado na produção e manejo de atividades agropastoris, mas tem que obedecer a uma série de regras, como respeitar áreas com limites físicos previamente definidos.
A proibição por 60 dias foi anunciada em meio à crise ambiental e diplomática provocada pela escalada do número de queimadas e do desmatamento na Amazônia.