segunda-feira, 27 de maio de 2019

Lendo comentários: "O que você perguntaria ao Moro"?

quinta-feira, 23 de maio de 2019

Líder diz que governo vai tentar mudar destino do Coaf no Senado

O senador Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE), em comissão de Senado Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado/19-02-2019BRASÍLIA- O líder do governo no Senado, Fernando Bezerra Coelho(MDB-PE), defendeu que o Conselho de Controle de Atividades Financeiras ( Coaf ) continue no Ministério da Justiça. O Senado só enfrentará o tema na próxima terça-feira. Bezerra reafirmou a posição mesmo sendo questionado sobre a possibilidade disso fazer com que a MP volte para a Câmara.
— Nós vamos defender o Coaf com o ministro Moro. Essa é a posição que está no relatório, mas isso depende do plenário do Senado — afirmou Bezerra.
Na Câmara, assim como já tinha acontecido na comissão especial formada por deputados e senadores, os parlamentares votaram para que o Coaf vá para a pasta da Economia. Caso o Senado desfaça essa mudança a MP como um todo retornaria para a Câmara e os deputados teriam de analisar novamente o tema em tempo recorde para evitar que a proposta perca a validade, o que acontece no dia 3 de junho. Se a MP caducar será desfeita a redução do número de ministérios de 29 para 22 definida por Bolsonaro no primeiro dia de mandato.
Essa posição também é defendida pelo líder do PSL no Senado, Major Olímpio (SP), que anunciou que irá apresentar um destaque e que está conversando com outros senadores para conseguir apoio. Ele disse que há tempo da Câmara analisar a MP novamente e defendeu que o Senado não pode homologar as decisões da outra Casa.
— A maioria das vezes o Senado vira simplesmente uma Casa chanceladora e homologadora, a Câmara não faz conta de tempo. Se for votado, e vai ser votado, retirando o Coaf e colocando como está originalmente na (MP) 870, tem tempo, sim, para ir um dia lá para a Câmara e a Câmara revisar.
Por outro lado, o líder do governo no Congresso, deputada Joice Hasselmann, disse que o importante é que o senadores cheguem a um acordo. Para ela, o foco da medida provisória é a redução de ministérios, e o Coaf é apenas uma das "cerejas do bolo".
— Se o Senado entender que dá para fazer um acordo para votar do mesmo jeito que veio da Câmara, ótimo. Se dá para fazer um acordo para voltar o Coaf para a Justiça, ótimo. O importante é cumprir esse acordo. E que a votação aconteça o mais rápido possível. Estamos preocupados agora com o prazo. O que é o mais importante dessa MP? A reestruturação dos ministérios, o enxugamento da máquina. Aí nós temos as cerejas do bolo, Coaf, a Receita. Mas a espinha dorsal é a reestruturação.
Ela defendeu um acordo "o mais rápido possível", porque "a água está batendo no nariz":
— Havia uma possibilidade de votar hoje, mas (adiou) mais por conta do horário, tem muitos parlamentares que têm compromissos em suas bases. Então atrasou um pouquinho, não deu para fazer a votação hoje, mas estamos costurando para tentar da melhor maneira, em um acordo, o mais rápido possível, votar essa medida provisória já no início da semana que vem, porque a gente está com um prazo muito esticado. A água está batendo no nariz. Não podemos deixar que ela suba um pouco mais.
O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), foi na mesma linha que Joice e manifestou preocupação com o prazo de votação.
— Eu estou preocupado com o tempo. A Câmara aprovou, a gente buscou para votar ainda hoje, só que a Câmara não terminou a votação até as 11h da manhã. Então eu acho que vai tá num tempo muito curto em relação à estruturação da MP, que é da estruturação do Estado, e a gente acaba correndo um risco de a partir de um destaque em relação a qualquer item da MP a gente possa cometer uma injustiça com o governo que tem a legitimidade de fazer a sua estrutura.

DAMARES E O BOB ESPONJA

terça-feira, 21 de maio de 2019

Homem invade igreja evangélica e mata ao menos quatro pessoas em Paracatu

Resultado de imagem para homem invade igrejaUm homem entrou em uma igreja da cidade de Paracatu, cidade mineira a 234km do Distrito Federal, e efetuou vários disparos de arma de fogo na noite desta terça-feira (21/5). O crime aconteceu na Igreja Batista Shalom, no Bairro Bela Vista.
 O atirador foi identificado como Rudson Aragão Guimarães, 39 anos, ex-militar da Aeronáutica. Ele foi atingido por um tiro de fuzil, disparado pela Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG), e levado ao hospital logo em seguida. No total, quatro pessoas foram mortas pelo suspeito.
Segundo a PM mineira, antes de abrir fogo no templo religioso, o suspeito esteve na casa da ex-namorada. Enfurecido, ele desferiu uma facada no pescoço da ex-companheira, que morreu na hora. A mãe e a irmã da jovem também estavam em casa na hora do crime, mas não foram atingidas.
Após cometer o primeiro homicídio, o atirador foi para a igreja, onde abriu fogo contra os fiéis. Inicialmente, Rudson matou dois idosos, ambos com disparos na cabeça. Depois, o atirador pegou uma mulher como refém. Assim que os militares chegaram ao local da ocorrência, o homem efetuou um novo disparo e tirou a vida da refém.
Para conter Rudson, policiais militares atiraram contra ele, atingindo-lhe a clavícula. O homem foi levado ao hospital da cidade em estado grave e, até a última atualização desta reportagem, estava internado na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI). Populares tentaram invadir o hospital de Paracatu e a polícia precisou cercar o local.
De acordo com o Corpo de Bombeiros, o pastor da igreja sofreu um ferimento no tornozelo. Não há informações sobre o estado de saúde dele.
O porta-voz da Polícia Militar, major Flávio Santiago, disse que policiais que estavam a patrulha próximo ao local evitaram um massacre maior. "Temos a informação de que ainda haviam 20 pessoas no local e ele estava com mais 6 munições intactas, se a PM não tivesse chegado a tempo, a situação seria muito pior", disse o militar.
Um militar que frequentava os cultos religiosos informou que Rudson frequentava a igreja. A PM diz que ele já teve problemas com drogas e que esse teria sido o motivo de sua saída da congregação. Segundo moradores de Paracatu, o homem reclamava de ouvir vozes.
O atirador usou uma garrucha com capacidade para um tiro. A arma foi apreendida com seis munições não deflagradas.

Edir Macedo pede que Deus ‘remova’ quem se opõe a Bolsonaro

“Agora sou homemfóbico”, diz Bolsonaro ao escolher 1ª reitora da UFRJ

Denise Pires de Carvalho Reitora da UFRJRio — Denise Pires de Carvalho, de 54 anos, é a primeira mulher a ocupar o cargo de reitora da Universidade Federal do Rio de Janeiro (), que vai completar 100 anos em 7 de setembro de 1920. Ela havia sido a primeira colocada na eleição interna da instituição em abril, que elaborou uma lista tríplice, encaminhada ao presidente da República, Jair Bolsonaro. Nesta segunda-feira, 20, em um evento na Federação das Indústrias do Rio (Firjan), ele informou sobre a nomeação dela.
“É a pessoa adequada para estar à frente da UFRJ”, afirmou Bolsonaro. “Agora vão dizer que sou ‘homemfóbico'”, continuou o presidente, observando que os outros dois indicados eram homens.
Denise já havia se candidatado uma vez ao cargo, em 2015, quando perdeu para Roberto Leher, reitor que agora vai substituir. Denise faz oposição ao grupo que administrou a UFRJ nos últimos anos – critica, por exemplo, o projeto de expansão da universidade, alegando que o número de alunos cresceu sem que houvesse ampliação da estrutura.
Formada em Medicina pela UFRJ em 1987, Denise concluiu mestrado em Ciências Biológicas (Biofísica) em 1989 e doutorado em Ciências em 1994, ambos pelo Instituto de Biofísica Carlos Chagas Filho, órgão da UFRJ. Ela também fez dois pós-doutorados: no Hôpital de Bicêtre, Unité Tiroïde, em Paris, em 1995; e na Universitá Degli Studi di Napoli, em Nápoles, em 2006.
A nova reitora é professora titular do Instituto de Biofísica Carlos Chagas Filho e já ocupou diversos cargos na UFRJ: incluindo o de diretora do Instituto de Biofísica Carlos Chagas Filho, de 2010 a 2013; o de coordenadora de Graduação (de 1998 a 1999); e o da Pós-Graduação (de 2001 a 2005), além de ter sido vice-diretora do Instituto de Biofísica (de 2007 a 2010) e integrante do Conselho Universitário de 2012 a 2016.

Trabalhos

Ela já publicou mais de 140 trabalhos e proferiu mais de 50 conferências no Brasil e no exterior. Atualmente é revisora de mais de 20 revistas científicas internacionais. Tem experiência na área de Endocrinologia e Fisiologia, com ênfase em Fisiopatologia Tireoide. Denise também é mãe de aluna: uma de suas filhas cursa Medicina na UFRJ. A outra formou-se em Ecologia na mesma universidade.
Nesta segunda-feira, 20, apesar de feliz, ela manteve a discrição ao falar à imprensa e aos amigos. “Precisa aguardar a publicação no Diário Oficial. Sou muito pé no chão”.

Governo Bolsonaro aprova registro de mais 31 agrotóxicos, somando 169 só este ano

O Ministério da Agricultura formalizou nesta terça-feira (21) o registro de mais 31 agrotóxicos. No ano todo, já são 169 produtos autorizados.
Resultado de imagem para agrotóxicosO número de defensivos aprovados no Brasil vem crescendo significativamente nos últimos três anos, fato que preocupa ambientalistas e profissionais da saúde. Em 2015, foram 139. Em 2018, 450.
O registro de um agrotóxico é feito pelo Ministério da Agricultura (Mapa), que verifica a eficiência no combate a pragas e doenças no campo. Mas o registro só é concedido quando o produto também é autorizado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que avalia os riscos à saúde, e pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama), que analisa os perigos ambientais. Sem o aval dos três órgãos, ele não é liberado.
Segundo o Ministério da Agricultura, o aumento da velocidade dos registros se deve a ganhos de eficiência possibilitados por "medidas desburocratizantes" implementadas nos três órgãos nos últimos anos, em especial na Anvisa. A agência confirma esforços para diminuir a fila de produtos em análise.
A lista dos 169 produtos não é homogênea. Ela contém desde um novo princípio ativo (produto técnico) e suas "cópias" quando caem as patentes (produto técnico equivalente) até o composto que chega ao agricultor (produto formulado) e os "genéricos" desse composto (produto formulado equivalente).
Em 2019, ainda não foi aprovado nenhum princípio ativo novo. O último produto técnico registrado foi o sulfoxaflor, no fim do ano passado – ainda não foram liberados produtos formulados à base dessa substância e, portanto, ela ainda não chegou ao mercado para o agricultor. Esse princípio ativo é associado à redução do número de abelhas em estudos feitos fora do país.
Dos 31 agrotóxicos registrados nesta terça-feira, 29 são produtos técnicos equivalentes, ou seja, reproduções de princípios ativos já autorizados, sendo três do polêmico glifosato, associado a um tipo de câncer em processos bilionários nos Estados Unidos.
Os outros dois são produtos finais: Compass e Troia, à base de ametrina e mancozebe, respectivamente, substâncias já presentes na composição de outros venenos.
Somados todos os atos publicados pelo Ministério da Agricultura em 2019, o número de agrotóxicos autorizados chega a 197. Isso acontece porque os registros de 28 produtos concedidos no ano passado foram formalizados em janeiro deste ano.

segunda-feira, 20 de maio de 2019

Decreto de Bolsonaro pode levar aéreas estrangeiras a cancelar voos para o Brasil

Companhias aéreas e até representantes do governo estão preocupados com o decreto sobre porte de armas assinado na semana passada pelo presidente Jair Bolsonaro. Eles entendem que o presidente pretende permitir o embarque de pessoas armadas a bordo de aeronaves comerciais, o que poderá levar companhias aéreas estrangeiras a cancelarem voos para o Brasil, aumentando os preços das passagens.
Veja o que muda com decretos de posse e porte de armasTécnicos do governo dizem que foram surpreendidos pelo decreto e que tentam encontrar uma saída para evitar o rebaixamento do Brasil na auditoria que será feita pela OACI (Organização da Aviação Civil Internacional) em duas semanas.
Na inspeção, serão analisados documentos e a aplicação das normas de segurança internacional nos aeroportos.
Técnicos ouvidos pela Folha disseram que a OACI pode emitir um alerta para os quase 200 estados-membros informando riscos eventualmente identificados.
Hoje, a nota do Brasil para “segurança contra atos de interferência ilícita” é de 97% e cabe à Anac (Agência Nacional da Aviação Civil) definir todos os processos de segurança nos aeroportos.
O artigo 41 do decreto retira da agência esta competência, transferindo-a para os Ministérios da Defesa e da Justiça. A lei só passará a valer depois que as duas pastas regulamentarem o decreto definindo as regras de embarque de passageiros armados.
Os ministérios vão estabelecer normas de segurança para controlar o embarque de pessoas armadas, regulamentar situações em que policiais federais, civis e militares, além de integrantes das Forças Armadas e do GSI (Gabinete de Segurança Institucional) poderão portar arma de fogo a bordo, além de estabelecer procedimentos de restrição e condução de armas por pessoas com porte.
Com esta mudança, os técnicos dizem acreditar que o Brasil sofrerá, inevitavelmente, um rebaixamento.
No ano passado, a Anac emitiu uma resolução que endureceu as regras para embarque de pessoas armadas. Até então, o embarque armado era permitido em razão da prerrogativa de função. Para policiais federais, por exemplo.
Técnicos da agência ponderam que o texto foi baseado na regulamentação americana e canadense e que a revisão foi motivada pela necessidade de se adequar à regulação internacional.
As notas de segurança são um critério importante para a definição das rotas das companhias aéreas estrangeiras.
Um eventual rebaixamento do Brasil pode tornar o país inseguro, fazendo-o deixar de atender critérios de empresas internacionais. Esses protocolos são parecidos com o das regras de governança de bancos que não emprestaram dinheiro para empresas saudáveis, mas que se envolveram na operação Lava Jato.
Enquanto elas não se enquadraram aos padrões internacionais, não tiveram a torneira do crédito reaberta.
Caso os voos sejam cancelados, os preços podem aumentar por causa do desequilíbrio entre oferta e demanda.
O presidente da Abear (Associação Brasileira das Empresas Aéreas), Eduardo Sanovicz, defende que, como previsto em lei, apenas a Anac tenha poderes para tratar de temas relacionados à segurança de voo.
“Na atual regra, transportamos por ano dezenas de milhares de armas trancadas em cofres a bordo, embarcadas e entregues atendendo demandas das forças de segurança”, afirma Sanovicz.
“Somos radicalmente contrários a qualquer alteração dessas regras porque elas estão alinhadas a práticas internacionais. Qualquer alteração que cause diferenças entre o Brasil e o resto do mundo são prejudiciais ao nosso mercado e à aviação”.
A flexibilização para embarque armado é reivindicação do deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), um dos filhos do presidente da República.
Em 2018, ele apresentou um projeto de lei que institui a possibilidade de embarque armado em aeronaves civis ao detentor de porte de arma de fogo. O projeto está na comissão de Segurança Pública da Câmara.
Em vídeo publicado por ele em agosto do ano passado, antes da eleição do pai, Eduardo reclamou dos procedimentos adotados à época pela Anac para embarque de pessoas armadas.
“É uma aberração, algo feito por pessoas que não entendem nada de armas. E, se entendem, se são policiais metidos neste meio, [são] pessoas frouxas, que não têm a coragem de matar no peito para garantir aos seus colegas policiais o direito do embarque armado”, disse o deputado no vídeo gravado no aeroporto Santos Dumont, no Rio.
“Juro que, em 2019, vou voltar todas as minhas forças com um novo governo, buscar um acesso ao novo ministro da Justiça, ao ministro da Defesa, quem sabe até ao presidente da República, para mudar esta realidade. Podem contar comigo porque eu vou encher o saco para a gente mudar esta cultura de covarde, de frouxo, de cordeiro que a gente tem aqui no Brasil”, afirmou o parlamentar.
A Anac diz que ainda está analisando o decreto e não comenta o assunto.
No entanto, representantes da agência têm procurado parlamentares para tentar reverter as alterações.
“Este artigo coloca o Brasil em uma lista negra do mercado da aviação internacional”, diz o líder da Minoria no Senado, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), que já apresentou no Congresso um decreto legislativo para cancelar do decreto de Bolsonaro.
Pareceres emitidos por técnicos da Câmara e do Senado não mencionam este artigo, mas apontam que o decreto excede limites legais.
Em outra frente, está no STF (Supremo Tribunal Federal) uma ADPF (Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental) da Rede.
O partido argumenta que o decreto do presidente é inconstitucional porque viola o princípio da separação dos Poderes, adentrando em escolhas reservadas ao Legislativo.
Na sexta-feira (10), a ministra Rosa Weber deu prazo de cinco dias para Bolsonaro e o ministro Sergio Moro (Justiça) apresentarem informações sobre o decreto das armas.

Decreto de Bolsonaro que regulamenta uso e porte de armas no país libera compra de fuzil por qualquer cidadão

O decreto assinado pelo presidente da República, Jair Bolsonaro, que regulamenta o porte e posse de armas no país, possibilitará que qualquer cidadão possa comprar um fuzil.
Decreto do governo libera venda de arma de uso restrito das forças policiaisA compra do fuzil passou a ser possível a partir da nova classificação estabelecida pelos responsáveis pelo decreto. No documento, se aumenta em até quatro vezes o valor do poder de fogo de armas que podem ser adquiridas pelos civis.
A nova classificação inclui o fuzil T4, uma arma usada por forças táticas militares e produzida no Brasil pela empresa Taurus.
A Taurus confirmou ao Jornal Nacional que só espera a regulamentação do decreto para vender o T4 para civis. A empresa diz que já tem uma fila de duas mil pessoas querendo comprar o armamento na versão semiautomática. E que as armas poderiam ser entregues em até três dias depois da compra.
Isso vai ser possível porque o decreto do governo federal, com novas regras para a posse e porte de armas no Brasil, mudou a classificação do armamento que passa a ser de uso permitido.
"O T4 é um fuzil de assalto, de uso militar policial. A versão que vai estar disponível para o civil não tem essa opção de rajada. É tiro a tiro. E essa, sim, se o cidadão cumprir todos os quesitos legais vai poder ter um desse em casa", explicou Benê Barbosa, especialista em armas e integrante do Movimento Brasil Livre.
A medição do poder de fogo de uma arma é feita pela quantidade de energia liberada no momento do disparo, a energia cinética.
Até antes da assinatura do decreto, os brasileiros só podiam comprar armas com energia cinética até 407 joules. Isso se refere a revólveres, de calibres 32 e 38, e pistolas de calibre 380.
O decreto sobe o limite para o uso de armas com 1.620 joules, ou seja, quatro vezes mais do que é estabelecido atualmente.
O T4, fabricado no Brasil, de calibre 5.56, tem força cinética de 1.320 joules.
Com isso, passam a ser permitidas pistolas de calibre ponto 40, autorizadas apenas para forças policiais; as pistolas nove milímetros (de uso de policiais federais) e de calibre 45 (empregado pelos militares do Exército).
O Ministério da Defesa não se pronunciou. Às 18h46 desta segunda-feira (20), o ministério pediu que a reportagem procurasse a Diretoria de Fiscalização de Produtos Controlados (DFPC), organização militar do Exército que fiscaliza a produção e o comércio de material bélico.
No sábado (18), o Palácio do Planalto informou em nota que o fuzil é de uso restrito e, por isso, o cidadão não consegue comprá-lo.
O jurista e especialista em armas, Fabrício Rebelo, afirma que o decreto permite a venda do fuzil para o cidadão comum.
"Por esses critérios que estão agora trazidos no decreto, esse fuzil, em sua configuração semiautomática, está enquadrado de acordo com as informações do próprio fabricante, que é quem informa a energia produzida pelo disparo, ele está enquadrado como de uso permitido", explicou.
O decreto das armas está em vigor desde o início de maio. Ainda não há um cronograma para regulamentação mas desde que foi anunciado, o decreto dividiu opiniões.
O Ministério Público Federal, em Brasília, pediu a suspensão do decreto. Atualmente, existem três ações contra o decreto na Justiça Federal e três no Supremo Tribunal Federal (STF).
"O criminoso nunca teve nenhum problema em adquirir nenhum tipo de arma e nenhum tipo de calibre, ou seja, ele não sofria nenhum tipo de restrição. O cidadão e até mesmo o policial, esse sim sempre sofreu esse tipo de restrição, porque ele não tinha acesso ao armamento condizente com o armamento que o criminoso tem acesso. Então, eu acho extremamente positivo por essa equiparação de forças", analisa Benê Barbosa.
O coordenador do Laboratório de Análise da Violência da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj) diz que a venda de fuzil é um problema grave para a segurança pública.
"A venda de fuzis para população civil é uma medida extrema, que não existe em quase nenhum país no mundo, com exceção dos Estados Unidos, que representa um risco para a população na medida em que essas armas têm maior poder de destruição. Vai inclusive na contramão dos esforços feitos durante muito tempo para tentar retirar os fuzis das ruas brasileiras", comenta Ignácio Cano.
"Os fuzis vieram simbolizar, especialmente no Rio de Janeiro, a criminalidade violenta. Então, difundir fuzis significa que esses fuzis, com certeza, alguns deles, cairão nas mãos de criminosos ou serão usados em alguns crimes", explicou.

sexta-feira, 17 de maio de 2019

Bolsonaro compartilha texto que classifica país de 'ingovernável fora de conchavos'

O presidente Jair Bolsonaro Foto: Agência O GloboBRASÍLIA — O presidente Jair Bolsonaro compartilhou nesta sexta-feira, para contatos pessoais em um aplicativo de mensagens, um texto de autoria desconhecida que diz que o Brasil é "ingovernável fora de "conchavos" O texto, que já circulava nas redes sociais pelo menos desde segunda-feira, remete a pressões sofridas pelo governo
O envio feito pelo presidente foi revelado pelo jornal "O Estado de S. Paulo" e confirmado ao GLOBO pelo porta-voz da Presidência, Otávio do Rêgo Barros.
"Descobrimos que não existe nenhum compromisso de campanha que pode ser cumprido sem que as corporações deem suas bênçãos. Sempre a contragosto", diz o texto, que menciona o risco da medida provisória (MP) que reorganiza o governo perder a validade e número de ministérios voltar a ser 29, como no governo do ex-presidente Michel Temer. A mensagem também afirma que o Brasil está "disfuncional", mas que isso não é culpa de Bolsonaro, porque "ele não destruiu nada, aliás, até agora não fez nada de fato, não aprovou nada, só tentou e fracassou".
Questionado sobre o texto, Bolsonaro divulgou uma nota dizendo que "a mudança na forma de governar não agrada àqueles grupos que no passado se beneficiavam das relações pouco republicanas". O presidente diz que quer "contar com a sociedade para juntos revertermos essa situação e colocarmos o país de volta ao trilho do futuro promissor".
O envio da mensagem ocorre em meio a desafios enfrentados pelo governo, como protestos contra cortes na Educação, a investigação envolvendo seu filho Flávio Bolsonaro e a dificuldade de aprovar no Congresso a MP que reorganiza o governo. Na semana passada, o presidente chegou a dizer que sue governo iria enfrentar um "tsunami" nessa semana, mas não explicou a que se referia.

Mensagem circula desde segunda

O GLOBO encontrou registros de compartilhamento do texto em três redes sociais diferentes. No Facebook, o primeiro registro data da última segunda-feira, 13 de maio. A publicação foi feita por uma página de apoiadores do presidente que moram em Belém do Pará, já com a identificação do autor como desconhecido. No Twitter, há menções registradas a partir da mesma data. No Whatsapp, o texto está circulando pelo menos desde quarta-feira, 15 de maio.
Há também um registro de publicação do texto na seção de comentários de um blog chamado "Tribuna da Internet — Sob o signo da liberdade". O comentário foi feito na quinta-feira, 16 de maio, por uma internauta que se identificou como Maria Lúcia Fernandino. Ela replicou o texto com a atribuição a um autor desconhecido.

Confira a nota de Bolsonaro na íntegra:

"Venho colocando todo meu esforço para governar o Brasil. Os desafios são inúmeros e a mudança na forma de governar não agrada àqueles grupos que no passado se beneficiavam das relações pouco republicanas. Quero contar com a sociedade para juntos revertermos essa situação e colocarmos o país de volta ao trilho do futuro promissor. Que Deus nos ajude!"

Leia o texto compartilhado pelo presidente:

"TEXTO APAVORANTE - LEITURA OBRIGATÓRIA
Temos muito para agradecer a Bolsonaro.
Bastaram 5 meses de um governo atípico, "sem jeito" com o congresso e de comunicação amadora para nos mostrar que o Brasil nunca foi, e talvez nunca será, governado de acordo com o interesse dos eleitores. Sejam eles de esquerda ou de direita.
Desde a tal compra de votos para a reeleição, os conchavos para a privatização, o mensalão, o petrolão e o tal "presidencialismo de coalizão", o Brasil é governado exclusivamente para atender aos interesses de corporações com acesso privilegiado ao orçamento público.
Não só políticos, mas servidores-sindicalistas, sindicalistas de toga e grupos empresariais bem posicionados nas teias de poder. Os verdadeiros donos do orçamento. As lagostas do STF e os espumantes com quatro prêmios internacionais são só a face gourmet do nosso absolutismo orçamentário.
Todos nós sabíamos disso, mas queríamos acreditar que era só um efeito de determinado governo corrupto ou cooptado. Na próxima eleição, tudo poderia mudar. Infelizmente não era isso, não era pontual. Bolsonaro provou que o Brasil, fora desses conchavos, é ingovernável.
Descobrimos que não existe nenhum compromisso de campanha que pode ser cumprido sem que as corporações deem suas bênçãos. Sempre a contragosto.
Nem uma simples redução do número de ministérios pode ser feita. Corremos o risco de uma MP caducar e o Brasil ser OBRIGADO a ter 29 ministérios e voltar para a estrutura do Temer.
Isso é do interesse de quem? Qual é o propósito de o congresso ter que aprovar a estrutura do executivo, que é exclusivamente do interesse operacional deste último, além de ser promessa de campanha?
Querem, na verdade, é manter nichos de controle sobre o orçamento para indicar os ministros que vão permitir sangrar estes recursos para objetivos não republicanos. Historinha com mais de 500 anos por aqui.
Que poder, de fato, tem o presidente do Brasil? Até o momento, como todas as suas ações foram ou serão questionadas no congresso e na justiça, apostaria que o presidente não serve para NADA, exceto para organizar o governo no interesse das corporações. Fora isso, não governa.
Se não negocia com o congresso, é amador e não sabe fazer política. Se negocia, sucumbiu à velha política. O que resta, se 100% dos caminhos estão errados na visão dos "ana(lfabe)listas políticos"?
A continuar tudo como está, as corporações vão comandar o governo Bolsonaro na marra e aprovar o mínimo para que o Brasil não quebre, apenas para continuarem mantendo seus privilégios.
O moribundo-Brasil será mantido vivo por aparelhos para que os privilegiados continuem mamando. É fato inegável. Está assim há 519 anos, morto, mas procriando. Foi assim, provavelmente continuará assim.
Antes de Bolsonaro vivíamos em um cativeiro, sequestrados pelas corporações, mas tínhamos a falsa impressão de que nossos representantes eleitos tinham efetivo poder de apresentar suas agendas.
Era falso, FHC foi reeleito prometendo segurar o dólar e soltou-o 2 meses depois, Lula foi eleito criticando a política de FHC e nomeou um presidente do Bank Boston, fez reforma da previdência e aumentou os juros, Dilma foi eleita criticando o neoliberalismo e indicou Joaquim Levy. Tudo para manter o cadáver procriando por múltiplos de 4 anos.
Agora, como a agenda de Bolsonaro não é do interesse de praticamente NENHUMA corporação (pelo jeito nem dos militares), o sequestro fica mais evidente e o cárcere começa a se mostrar sufocante.
Na hipótese mais provável, o governo será desidratado até morrer de inanição, com vitória para as corporações. Que sempre venceram. Daremos adeus Moro, Mansueto e Guedes. Estão atrapalhando as corporações, não terão lugar por muito tempo.
Na pior hipótese ficamos ingovernáveis e os agentes econômicos, internos e externos, desistem do Brasil. Teremos um orçamento destruído, aumentando o desemprego, a inflação e com calotes generalizados. Perfeitamente plausível. Claramente possível.
A hipótese nuclear é uma ruptura institucional irreversível, com desfecho imprevisível. É o Brasil sendo zerado, sem direito para ninguém e sem dinheiro para nada. Não se sabe como será reconstruído. Não é impossível, basta olhar para a Argentina e para a Venezuela. A economia destes países não é funcional. Podemos chegar lá, está longe de ser impossível.
Agradeçamos a Bolsonaro, pois em menos de 5 meses provou de forma inequívoca que o Brasil só é governável se atender o interesse das corporações. Nunca será governável para atender ao interesse dos eleitores. Quaisquer eleitores. Tenho certeza que esquerdistas não votaram em Dilma para Joaquim Levy ser indicado ministro. Foi o que aconteceu, pois precisavam manter o cadáver Brasil procriando. Sem controle do orçamento, as corporações morrem.
O Brasil está disfuncional. Como nunca antes. Bolsonaro não é culpado pela disfuncionalidade, pois não destruiu nada, aliás, até agora não fez nada de fato, não aprovou nada, só tentou e fracassou. Ele é só um óculos com grau certo, para vermos que o rei sempre esteve nu, e é horroroso.
Infelizmente o diagnóstico racional é claro: "Sell".
Autor desconhecido"