sexta-feira, 30 de novembro de 2018

Chefe da polícia condenado por inventar falsas acusações para prender negros

Resultado de imagem para racismoUm antigo chefe de polícia em Biscayne Park, uma pequena localidade da Florida com 3 mil habitantes, foi condenado a três anos de cadeia por ter instituído um sistema em que homens inocentes, invariavelmente negros, eram acusados da prática de crimes que não tinham cometido.
Raimundo Atesiano, de 53 anos, já tinha tido problemas noutra força policial por comportamento impróprio. Em Biscayne Park decidiu mostrar serviço. Para poder apresentar uma taxa perfeita de resolução de crimes, ordenava aos seus subordinados que apanhassem na rua negros - de preferência os que já tivessem tido questões, ainda que menores, com a lei - e arranjassem maneira de os incriminar, por exemplo com testemunhos fabricados.
As fraudes começaram em 2013, e durante algum tempos os resultados pareciam milagrosos. Em três dezenas de roubos e assaltos, por exemplo, só um ficou por resolver - mas 11 das acusações eram falsas. Um dos inocentes condenados tinha 16 anos, outro era um haitiano que acabou por ser deportado. O incómodo entre os agentes fez com que começasse a haver denúncias, tanto anónimas como assinadas, e em 2014 Atesiano demitiu-se.
"Se houver assaltos que permanecem como casos abertos e virem encontrarem algum negro na rua que tenha um mínimo de cadastro, prendam-nos para lhes podermos atribuir os assaltos", era a instrução dada por Atesiano, segundo um dos seus subordinados. Além disso, os agentes também usavam por vezes força excessiva.
Por esses vários crimes, três deles já tinham sido recentemente condenados um a 27 meses e outros dois a 12 meses cada um. Agora foi a vez do responsável máximo. No seu julgamento, Atesiano tentou convencer o tribunal de que lhe haviam entregue um cargo para o qual não tinha a preparação necessária e que lamentava muito.

O juiz não se deixou convencer. Ainda assim, ao condená-lo, deu-lhe algumas semanas de liberdade para ele poder tomar conta da sua mãe, que está a morrer de leucemia. As autoridades locais garantem que a polícia foi reformada e que atos tão feios como os que Atesiano promoveu jamais voltarão a acontecer.

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