quarta-feira, 8 de fevereiro de 2017

Sem segurança, ônibus não devem circular na Grande Vitória

Clima de tensão durante protesto de moradores em frente ao Comando Geral da Polícia Militar do Espírito Santo em Maruípe (/Agência Brasil)O Sindicato dos Rodoviários do Espírito Santo (Sindrodoviários) informou, em comunicado, que a diretoria da entidade decidiu pela suspensão das atividades de transporte de passageiros até que a segurança seja plenamente restabelecida.
Segundo o presidente da categoria, Edson da Fonseca Bastos, o sindicato havia autorizado que uma parte da frota de ônibus circulasse apenas de manhã e de tarde nessa terça-feira (7), mas, por causa da violência contra os rodoviários registrada ontem, os motoristas não devem voltar ao trabalho.
"Visando a atender aos usuários do sistema, [o Sindrodoviários] convocou a categoria para retornar ao trabalho nesta data [terça-feira], mas não obstante a presença de policiais do Exército nos terminais de passageiros, os trabalhadores rodoviários continuam sendo vítimas de agressões físicas, assaltos e ameaças de morte por parte de criminosos e assaltantes", disse Bastos, na nota.
As manifestações começaram na sexta-feira (3), quando parentes de policiais militares se reuniram em frente à 6ª Companhia, no bairro de Feu Rosa, no município da Serra, na Grande Vitória, e bloquearam a saída de viaturas. Eles reivindicam reajuste salarial e o pagamento de auxílio-alimentação, periculosidade, insalubridade e adicional noturno aos policiais.
Os protestos se estenderam para outros batalhões durante o fim de semana e, segundo a Associação de Cabos e Soldados da Polícia Militar e Bombeiro Militar do Estado do Espírito Santo, atingem todos os quartéis do estado.

Clima de insegurança

Pelo terceiro dia consecutivo, a prefeitura de Vitória suspendeu a volta às aulas na rede municipal e o atendimento nas unidades de saúde da capital capixaba. A prefeitura também decidiu suspender o expediente nas repartições municipais nesta quarta-feira. Segundo comunicado, a decisão visa a manter a integridade das famílias e dos servidores neste momento de instabilidade. As atividades da Guarda Municipal e essenciais de limpeza continuam mantidas.
"Após acompanhar cuidadosamente os últimos acontecimentos, ainda não se reconstituiu o ambiente que garanta a plena segurança e mobilidade de servidores, população e suas famílias. Por isso, infelizmente, é necessário suspender novamente todas as atividades da prefeitura", disse o prefeito de Vitória, Luciano Rezende, em nota.
Apesar da presença de mil homens das Forças Armadas e 200 da Força Nacional que patrulham as ruas para reforçar a segurança da região metropolitana de Vitória, a maior parte do comércio está fechada e o movimento de carros e pessoas nas ruas na capital capixaba é pequeno, já que a orientação das autoridades é que a população evite sair de casa.

Protesto de moradores

O clima ficou tenso em frente ao quartel do Comando Geral da Polícia Militar do Espírito Santo em Maruípe, na região central de Vitória, durante a tarde e a noite dessa terça-feira. Moradores pediam a volta dos policiais militares para o patrulhamento das ruas e protestavam contra a presença dos familiares - principalmente mulheres - em frente aos batalhões.
Os militares do Exército, que chegaram na segunda-feira (6) para reforçar a segurança no Espírito Santo, impediram o confronto entre os manifestantes e o grupo de mulheres e liberaram o trânsito na Avenida Maruípe, que havia sido interditada pelos moradores após atearem fogo a pneus.

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