quarta-feira, 8 de fevereiro de 2017

Como bilhete deixado no banheiro de avião por aeromoça salvou menina vítima de tráfico humano

Resultado de imagem para aeromoça salvaShelia Fedrick, de 49 anos, viu uma adolescente com aparência desgrenhada sentada ao lado de um homem mais velho e bem vestido no avião em que estava trabalhando - o contraste entre ele e a garota, que parecia ter entre 14 e 15 anos, chamou sua atenção.
A menina "parecia que tinha vivido um inferno", contou a comissária à rede americana NBC. Para completar a situação, o homem não permitia que Fedrick conversasse com a adolescente.
Desconfiada, ela conseguiu se comunicar discretamente com a jovem, sussurrando para que fosse ao banheiro, onde deixou um bilhete.
A menina então escreveu uma resposta: "preciso de ajuda".
A adolescente era, na verdade, vítima de tráfico humano. Os instintos de Fedrick ajudaram a salvá-la: com o pedido de socorro em mãos, a comissária conseguiu mobilizar o piloto, que informou a polícia.
Quando o avião pousou, os policiais já estavam esperando no terminal.
O incidente ocorreu em 2011, em um voo da Alaska Airlines entre Seattle e San Francisco, mas foi divulgado pela imprensa americana nesta semana - a organização de caridade Airline Ambassadors está tentando treinar funcionários de companhias aéreas para perceber situações como essa e ajudar a combater o tráfico humano.
De acordo com a organização National Human Trafficking Hotline, que recebe denúncias do crime por telefone nos EUA, 7.572 casos foram relatados no país em 2016.

Medo e nervosismo

O site da Airline Ambassadors enumera alguns sinais de que uma pessoa possa estar sendo vítima de tráfico humano.
Por exemplo: a vítima pode aparentar ter medo de seguranças uniformizados, não ter certeza de qual é seu destino e aparentar nervosismo.
Além disso, também pode responder a perguntas de uma forma ensaiada e estar usando roupas que não combinam com o clima do lugar para onde está indo.
Já os traficantes, de acordo com a Airline Ambassadors, podem tentar responder a questões no lugar da vítima, observar cada movimento dela atentamente e não saber seu nome ou dados pessoais.
"Dizemos para as pessoas não tentarem resgatá-las, pois você pode colocar a vítima e você mesmo em perigo", explicou à NBC Nancy Rivard, fundadora da organização.
A Airline Ambassadors orienta os comissários e comissárias a não enfrentar ninguém ou demonstrar abertamente preocupação ou inquietação.
Eles devem, a exemplo do que fez Fedrick no caso da Alaska Airlines, pedir ao piloto informe o aeroporto onde o voo vai pousar.
A jovem salva pela comissária hoje frequenta a universidade - e ainda mantém contato com ela.

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