terça-feira, 1 de dezembro de 2015

Dois duelos de sangue nesta terça-feira

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São duas as lutas políticas sangrentas marcadas para hoje. No Conselho de Ética, no início da tarde, a votação do prosseguimento do processo de cassação de Eduardo Cunha. Ele sabe que se não matar a cobra ali, na largada do processo, acabará cassado pelo plenário. A outra é a votação da redução do superávit primário deste ano. Se não conseguir reduzir a meta, o governo sabe que está gerando para a oposição uma chance bem melhor de instalar no ano que vem o processo de impeachment da presidente Dilma por crime de responsabilidade.


 O governo finge que pagará para ver e Eduardo Cunha finge segurança em relação à decisão de hoje do Conselho de Ética. Anuncia um adiamento da decisão sobre o impeachment por causa da nova denúncia (recebimento de propina do banqueiro André Esteves para emendar medida provisória) mas está esperando mesmo é pelo voto dos petistas no conselho. Eles estão com a faca no pescoço, como diria o ministro Lewandowski. Se votarem Cunha, ouvem a toda hora, serão responsáveis pela abertura do processo de impeachment.  Já estariam começando a abrir a guarda. Se pelo menos dois votarem a favor do arquivamento do processo,  determinarão o resultado que contentará Cunha.

A votação da meta de superávit será à noite, em sessão conjunta do Congresso. Será dirigida pelo presidente do Senado, Renan Calheiros, que acaba de ser novamente denunciado pelo procurador-geral da República Rodrigo Janot.  Será que desta vez, como da primeira denúncia, ele cismará que foi armação do governo? Ele e Dilma voltarão às boas e ele tem ajudado o governo. Tudo dependerá muito de sua condução.

Mas a oposição vai armada para o plenário, disposta a fazer um banzê para impedir a votação. Sabe que esta é a melhor chance de conseguir tirar Dilma do Planalto, ainda que adiando a refrega do impeachment para o ano que vem. Sem a redução da meta, que legalizará o rombo bilionário nas contas de 2015, ele terá contrariado a Lei de Responsabilidade Fiscal.

Dilma volta de Paris disposta a comandar a ofensiva. Fará nesta manhã uma reunião de coordenação e pretende conversar com os líderes de cada partido, lembrando os acordos feitos na última reforma ministerial. Agora, dirá, é hora de solidariedade ao governo. Ela fará a conversa política, os  ministros Jacques Wagner e Ricardo Berzoini os acordos que forem necessários para garantir os votos necessários

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