terça-feira, 25 de agosto de 2015

Conheça a teoria do antinatalismo e o movimento que diz que nenhum ser humano deve mais nascer

De acordo com os adeptos, a humanidade chegou a um ponto insustentável e não precisa de mais pessoas sofrendo em um mundo atormentado.
Há diversos motivos para a conclusão de parar de procriar, de acordo com David Benatar, professor de Filosofia e autor do livroBetter Never to Have Been: The Harm of Coming into Existence (algo como Melhor Nunca Ter Nascido: O Mal de Existir).


Um dos motivos para a interrupção da procriação são as “rotas filantrópicas”, que consistem na preocupação com os seres humanos que ainda irão nascer, partindo do princípio de que a vida é repleta de sofrimentos que poderiam ser evitados. Benatar, em seu livro, argumenta contra os pró-natalistas que sugerem que o lado bom supera o lado ruim da vida, dizendo que muitas pesquisas psicológicas afirmam que as pessoas positivas subestimam o número de coisas “ruins” durante a vida.
Benatar também acredita que uma observação detalhada comprova a quantidade de sofrimento. “Considere, por exemplo, os milhões que vivem na pobreza ou sujeitos à violência. Aflição psicológica e perturbação são generalizadas. As taxas de depressão são elevadas”, disse. Ele afirma que até mesmo no mundo desenvolvido há sofrimento por conta de problemas de saúde, já que 40% dos homens e 37% das mulheres na Grã-Bretanha, por exemplo, desenvolvem câncer em algum momento da vida.
Há também os “argumentos misantropos”, que exaltam as falhas dos seres humanos, principalmente pela responsabilidade por sofrimentos de milhares de outros humanos e animais. “Se esse nível de destruição fosse causado por qualquer outra espécie, recomendaríamos rapidamente que os novos membros da referida espécie não fossem trazidos à existência”, diz Benatar.
É importante ressaltar que o antinatalismo não tem o objetivo de reduzir o número de pessoas existentes na Terra, e sim evitar os que estão por vir. O foco não está na extinção humana, mas no pesar da razão da existência. Eles não possuem visão particular sobre violência justificada ou não, pois não possuem um viés “moral”, e sim determinado a reduzir a procriação.
Benatar deixa claro que o antinatalismo visa a reflexão individual sobre seus descendentes, deixando de lado o otimismo e exaltando a realidade dos fatos.
Os antinatalistas são convictos de que podem mudar de ideia, desde que a humanidade mude primeiro, para evitar que futuros entes queridos passem pelas dificuldades que não escolheram.

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