quarta-feira, 29 de julho de 2015

Peru resgata 13 mulheres e 26 crianças escravizadas pelo Sendero Luminoso

 Forças armadas peruanas resgataram 13 mulheres e 26 crianças escravizadas pelo Sendero Luminoso, de um acampamento do grupo guerrilheiro no vale entre os rios Apurimac, Ene e Mantaro, em Satipo, a cerca de 450 quilómetros de Lima.
A maioria das mulheres tinham sido sequestradas numa operação da guerrilha contra um hospital psiquiátrico nos anos 80, esclareceu a ministra da Mulher e das Populações Vulneráveis do Perú, Marcela Huaita.
Durante os 25 a 30 anos que estiveram em cativeiro, sofreram violência continuada, escravidão e violações - das quais nasceram a maioria das 26 crianças.
O diário peruano “La República” noticia que algumas das crianças resgatadas tinham sido capturadas de comunidades próximas. Os pais não denunciaram o seu desaparecimento com receio de represálias por parte de membros do Sendero Luminoso.
O exército conseguiu chegar ao local de cativeiro com a ajuda de um antigo prisioneiro do grupo rebelde que escapou há cerca de um mês. Na operação de resgate participaram cerca de 120 soldados e quatro helicópteros. A região onde se situa o acampamento é um centro de produção de cocaína e, devido à intensa atividade do grupo, tem estado em permanente estado de emergência.

A PRISIONEIRA MAIS VELHA TEM 70 ANOS

Alguns prisioneiros estavam tão habituados à sua vida em cativeiro que mostraram relutância em serem salvos, disse o ministro da Defesa peruano, Ivan Veja. A prisioneira mais velha tem 70 anos, e a criança mais nova tem um.
Os resgatados foram levados para a base militar de Mazamari, onde ficarão nas próximas semanas. “Não devemos separá-los da noite para o dia das mulheres que foram sua referência, a sua família. Nos próximos dias, veremos se estas crianças ficam na região ou se serão transferidas”, explicou a ministra das Mulheres e das Populações Vulneráveis.
As autoridades peruanas consideraram a operação uma vitória contra o Sendero Luminoso, grupo de guerrilha com inspiração maoísta formado por um grupo de intelectuais nos anos 60. Foi derrotado na década de 90, depois de terem empreendido uma rebelião sangrenta que provocou quase 70 mil mortos ou desaparecidos.
Contudo, o grupo continua no ativo. Tem sido gerido pelos irmãos Victor e Jorge Quispe Palomino, indiciados nos Estados Unidos por crimes de tráfico de droga.

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